De origem brasileira, a raça Mangalarga Marchador surgiu há cerca de 200 anos na Comarca do Rio das Mortes, no Sul de Minas. Tal surgimento se deu através do cruzamento de cavalos da raça Alter – trazidos da Coudelaria de Alter do Chão, em Portugal – com outros cavalos selecionados pelos criadores daquela região mineira.
De acordo com a Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador – ABCCMM, a raça conta com um plantel de 645 mil animais, alimenta 40 mil postos de trabalho diretos e gera cera de 200 mil empregos indiretos no campo.
Desde 2014, o cavalo Mangalarga Marchador é considerado uma raça nacional, sancionada na Lei nº 12.975, sancionada pela então presidente, Dilma Rousseff. O cavalo Mangalarga Marchador possuí mais de 50 variações de pelagens, que é determinada pelos genes, sendo um conjunto formado por pele, pelos, crina e cauda.
Segundo a ABCCMM, em 2019, os tipos mais comuns registrados foram: Tordilho (172.827), Castanha (101.018) e Alazã (48.313). Uma das curiosidades que a associação destaca sobre as pelagens é que existe um fator histórico na grande presença de tordilhos, além disso é o que mais agrada os criadores.
Dito isso, apesar de não estar entre as pelagens mais comuns da raça, nos últimos anos, a pelagem Pampa, também denominada de Tobiana, conseguiu conquistar o seu espaço entre os criadores da raça. Dados da associação apontam que, até 2019, havia o registro de 15 mil animais com essa pelagem.
“A pelagem Pampa é caracterizada pela presença de manchas brancas, despigmentadas combinadas com qualquer outra pelagem da raça. Se a presença das manchas brancas for maior, a designação Pampa virá primeiro, por exemplo, Pampa de Preto. Mas se a cor predominante for outra, a qualificação Pampa, virá depois, por exemplo, se a pelagem de fundo é Castanha, o animal será resenhado como de pelagem Castanha Pampa”, explica a entidade.
Para um cavalo produzir um descendente tobiano, ele precisa ter pelo menos uma cópia do alelo tobiano, considerando que é uma característica dominante. Esses cavalos podem exibir pistas visuais, como “manchas de tinta” ou “pegadas”.
Atualmente, o laboratório Allele, credenciado a ABCCMM, oferece o exame de pelagem Tobiana, que vai apontar se o cavalo produzirá ou não o padrão de pelagem tobiano. Natalie Lekevicius Costardi, biomédica e Diretora Técnica do Laboratório, explica um pouco sobre esse processo.
“O teste genético é a única maneira de ter certeza da composição genética do cavalo. Se um cavalo é heterozigoto, o que significa que tem apenas uma cópia (Tt), e é cruzado com um cavalo não tobiano (tt), há uma chance de 50% por potro de que ele não herdará o gene tobiano. Além disso, podemos determinar se o cavalo é homozigoto (TT) ou heterozigoto (Tt) para o padrão de pelagem. Este conhecimento torna-se especialmente importante durante a criação”, finaliza Natalie.
Por: Equipe Cavalus Comunicação
Fotos: Arquivo
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