Estação de monta: confira dicas de especialista em reprodução animal

Período, que teve início com a primavera, exige atenção especial dos criadores de todo o país

A Estação de Monta é o principal assunto nos criatórios da raça Mangalarga Marchador por todo o país. O período, que teve início junto com a primavera (quando os dias ficam mais longos e com mais tempo de claridade), é muito esperado por criadores e profissionais da área.

Portanto, fatores como clima, luminosidade e manejo influenciam diretamente no ciclo reprodutivo equino. Por isso, toda equipe envolvida precisa estar atenta quanto ao tratamento adequado para garanhões, matrizes e receptoras.

Outro quesito que deve ser observado é o fator nutricional – importante fonte para qualidade de vida e desempenho. A deficiência nutritiva dos animais influenciará tanto na qualidade do sêmen quanto dos óvulos e, consequentemente, na eficiência reprodutiva.

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Durante a gestação, o equilíbrio nutricional é essencial para garantir o desenvolvimento adequado do feto. Dar à mãe boas condições de parto, nascimento de potros saudáveis e amamentação adequad são fundamentais.

Independente de monta natural ou transferência de embrião, caracterização racial, andamento, fertilidade e potencial genético, são alguns dos itens que pesam na escolha de um reprodutor ou reprodutriz.

Dicas importantes

Boas condições físicas, aparelho reprodutivo saudável, manejo alimentar e sanitário adequados, essas são dicas da médica veterinária e especialista em reprodução animal, Maria de Lourdes Palhares Paiva.

“Ideal seria se os animais pudessem ficar soltos em piquetes com pastagens de qualidade, sal mineral e água à vontade, respeitando a lotação adequada por área, isso vale para garanhões, matrizes e receptoras”.

Maria de Lourdes também chama atenção para o tratamento dado aos animais estabulados. “É importante que sejam alojados em baias arejadas com tamanho e condições de higiene apropriadas, oferecendo volumoso, concentrado, mineral e água de qualidade, permitindo sempre que o animal tenha acesso à piquetes durante uma parte do dia para tomar sol e movimentarem.”, enfatiza.

Tecnologia aliada com a reprodução

Enquanto tempos atrás o cruzamento desejado sofria com limitações de natureza fisiológica, geográfica ou econômica, hoje, com os avanços tecnológicos, tudo mudou. Técnicas de transferência de embrião e inseminação artificial tornaram a realidade muito diferente e alguns animais podem ter centenas de filhos.

Dessa forma, com o trabalho dobrado nesse período, Maria de Lourdes se dedica principalmente a transferência de embriões. Ela alerta ao dizer que se o criador optar pela transferência de embriões é fundamental a boa qualidade das receptoras a serem utilizadas.

“Pois são elas que gerarão os produtos esperados, então é sim, necessário dar a devida atenção a essas fêmeas. Por exemplo, observar a vocação materna, tanto em formação corporal, como de comportamento, oferecendo um ambiente cômodo e livre de situações que possam provocar estresse.”, conclui.

Números do Mangalarga Marchador

A Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM) vem registrando, a cada ano, um número crescente nas comunicações de coberturas e nascimentos.

Somente em 2018, foram comunicadas 56.746 cobrições, sendo 42.771 por monta natural e 13.975 por transferência de embrião. Houve um total de 36.585 nascimentos, 27.033 por monta natural e 9.552 frutos da transferência de embrião.

Texto: Paula Magalhães/ABCCMM
Crédito da foto: Divulgação/ABCCMM

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