Ricardo L. Casiuch, para o Top Marchador, presta essa homenagem ao pioneiro Donald W. Strang; confira
Certo dia, por volta de 1986, em um leilão que acontecia no Parque da Água Funda/SP, acercou-se de mim um senhor calvo, de sorriso extremamente simpático e com um certo ar de estrangeiro. Era Donald W. Strang:
“– Meu nome é Strang. Gostaria de conversar um pouco consigo. Você ainda não me conhece, mas tenho a certeza de que seremos grandes amigos.”
De pronto, reconheci-o. Disse-lhe que o havia acompanhado em julgamento de bovinos Nelore no Parque de Exposições da Fundenor, em Campos/RJ, no ano anterior. E acrescentei:
“– Sua tropa ‘Araçatuba’ é muito famosa, tanto pela tradição de sua origem quanto pela qualidade de seu andamento. Não é por acaso que o reprodutor nº 1 do Livro de Elite da ABCCMM, A.F. Emir, descende de uma de suas preciosas matrizes, Araçatuba Carioca.”
E continuamos a prosa à beira da pista de leilões, tendo ele me solicitado que indicasse um garanhão castanho, de origens do Sul de Minas. Isso para cobrir algumas potrancas na estação de monta, que se iniciaria daí a algumas semanas.
Portanto, ficou comigo a saudade de um grande amigo, um ‘senhor’ conhecedor de cavalos Mangalarga Marchador. Donald W. Strang era um verdadeiro pioneiro e professor de jovens criadores.
Sem dúvidas, esta é uma pequena parcela de sua grande história e uma justa homenagem àquele que fundamentou as bases do Marchador em terras paulistas.
O Marchador em terras paulistas
Antes de mais nada vale frisar que Donald W. Strang nasceu no Rio de Janeiro, em 5 de agosto de 1916. Assim, filho primogênito do imigrante escocês Donald Strang e da baiana Hilda Ethel.
Sobretudo, passou sua infância no Rio de Janeiro, no aprazível bairro da Tijuca. Depois, foi estudar agricultura na Universidade Federal de Viçosa (MG) e casou-se, em 1941, com D. Maria Helena Arantes Antunes.
Posteriormente, trabalhou durante mais de 33 anos para o Frigorífico Swift, como comprador de gado, gerente regional e diretor comercial. A partir dos anos 70, realizou diversos trabalhos de consultoria e assessoria agropecuária a projetos de incentivos fiscais nas áreas da SUDAM e da SUDENE.
Ano de 1963
Todavia, nossa narrativa de volta ao passado se inicia com a visita do repórter Waldez Corrêa, da tradicional Revista dos Criadores. Sobretudo, foi no ano de 1963, a+ diversos criatórios da jovem raça Mangalarga Marchador:
“(…) E para divulgar os primeiros núcleos, lançou-se o repórter à grande aventura de percorrer os principais plantéis de Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Justificava-se o experiente cronista pela sua valorosa tarefa, pois percorrera quilômetros de poeira e desbravara os primeiros caminhos asfaltados no meio rural, arrematando:
‘– E o que valeu foi o nosso tutano de cearense. Porque no Ceará tem disso não’…” (Waldez Corrêa – Repórter)
“(…) Viajando para São Paulo, visitou um dos primeiros criatórios que despontavam naquele estado, o da Fazenda Cabeceira do Bonito, em Riolândia (SP), de propriedade do Sr. Donald W. Strang.
Consequentemente, escrevia assim sobre esta criação:
“– Tradicional criador de gado fino e de corte, com fazendas em São Paulo e Mato Grosso, Donald Strang completa suas múltiplas atividades rurais aliando-se também à criação do Mangalarga Marchador, do qual é um animador em nosso Estado. A sua criação, que procede de Minas, apesar de muito recente, já é a maior deste estado e seleciona com o capricho que ele costuma pôr em tudo (…)”
Primeiros animais
Dessa forma, eram seus principais animais: Ita Cao-Cao – reg. 68; Araçatuba Cassino – reg. 186 e Araçatuba Catanduva – Campeã em Leopoldina (MG) no ano de 1963. (…)”
Cao–Cao, criação de Moacir Rezende, serviu ao plantel entre os anos dourados de 1957 a 1973. Depois, então foi transferido para o criador Zuer Soares Lemos (prefixo ‘Minas’).
Destaques de sua progênie no plantel Araçatuba: Hélice (1965), Igarapé (1966), Jaceguai (1967), Jarda (1967), Juta (1967), Lindoia (1968), Niágara (1970), Noiva (1970), Olinda (1971) e Praia (1972).
Já naquela época, aliás, auxiliavam nos trabalhos de reprodução outros vigorosos sementais: Araçatuba Cassino e Itamarati Leblon.
Outros mais
Deste primeiro, Cassino, são destaques: Guitarra (1964), a segunda matriz a ser inscrita no Livro Fechado de Fêmeas (MM-6) da ABCCMM (novamente o pioneirismo de Donald Strang se faz presente); Heroína (1965); Ilha (1966); Jacobina (1967); Joia (1967); Lenda (1968); Músico (1969); Novela (1970); Orenoco (1971) e Pampulha (1972).
Do segundo, Leblon, Strang colheu potros e potrancas nos anos de chumbo de 1964 a 1966, como se segue: Granfina (1964); Herdeira (1965) e Iju (1966).
Curiosamente, é da lavra também de Leblon a inauguração do Livro Provisório de Fêmeas (MM-2) da ABCCMM. Isto com a potranca Garota do Rio Formoso (1952), por Leblon x Itamarati Faceira, também criação de Moacir Rezende (indiretamente, mais um dado pioneiro para a criação Strang).
Terceiro semental
Um terceiro semental avaliado foi o castanho-pinhão Araçatuba Fanfarrão (reg. 328-3), testado entre 1967 e 1970. Avançando em seu trabalho de seleção, foram selecionados, assim, a partir da década de 70 outros raçadores: Gás Bugre (de 1973 a 1978); Caxambu Hindu (no biênio 1977-1978); Bugre, pai da Livro de Elite MM-7 nº 166, Aquarela dos Carvalhos ( x Araçatuba Guitarra), era descendente direto do Grande Campeão Nacional da Raça em 1968, Herdade Cosmo (Seta Caxias x Herdade Tiroleza).
No rebanho Araçatuba, deixaria também: Quadra (1973); Revista (1974); Rochedo (1974); Serenata (1975); Tequila (1976); Una (1977); União (1977) e Valete (1978).
Hindu foi adquirido em Barra do Piraí (RJ), após a Exposição Agropecuária de 1976. Dessa forma, então nas mãos de outro tradicional criador fluminense, José Philomeno Ferreira Gomes Filho. Assim que, por seu turno, o adquirira ainda potro de José Márcio Carvalho Leite, em Caxambu (MG).
Alguns produtos desta fase em Araçatuba/SP são Umbela (1977), Upacaraí (1977) e Vedete (1978). O castanho Hindu posteriormente serviu ao renomado criatório de Luiz Garcia Palma, em Altinópolis/SP.
Nesse sentido, onde floresceram excelentes marchadores, como Grapete da Esperança (1981) e Hippie da Esperança (1982), ambos inscritos no Livro de Elite MM-7 da ABCCMM.
Mais história
Recentemente, deparei-me com mais uma síntese do soberbo criatório Araçatuba, que transcrevo abaixo:
“(…) Destaca-se o fato de ter sido o Sr. Donald o primeiro criador paulista registrado na Associação Brasileira. Prestigiando, assim, uma raça nacional, que teve seu berço nas Gerais, no cumprimento das atividades rurais. Sendo veículo de transporte inclusive da classe médica que atendia o campo.
Assim que concluiu seu curso de formação técnica em Viçosa (MG), teve a oportunidade de vir a trabalhar na Fazenda Abaíba, para a família Junqueira, em Leopoldina (MG). Sobretudo, com o expoente selecionador desta raça que nascia naqueles idos, Sr. Erico.
Anos depois, com ajuda do criador e amigo Moacir Rezende, de Três Corações, angariou os primeiros animais que formariam a base da criação, com origens distintas, das principais fazendas criadoras da raça. Além da Abaíba, contribuíram para as origens do plantel as fazendas Anghay, Araújo e Providência.
Também teve méritos em exposições, concursos de marcha e de morfologia. Aqui, destacamos a marcha batida, pois a picada não foi selecionada. (…)”
Ano de formação de plantel
Inegavelmente, ao longo de seus primeiros anos de formação de plantel, Donald Strang adquiriu também matrizes excepcionais. Estas que lhe garantiram uma base sólida e de rica genética.
Sem dúvidas, todas elas foram colecionadas nas mãos de pilares da raça, quais sejam, as fazendas Abaíba, São Mateus (‘Sama’), Araújo e Angahy:
- Angahy Varssóvia – castanha, reg. nº 1522-4, mãe de Uganda (1977) e Valete (1978). Na ocasião de seu registro em Livro Aberto, também foram certificadas nos currais do Angahy as seguintes matrizes de valor: Europeia, Espanha, Máquina, Cintra, Cocada, Salada e Mineira.
- Abaíba Cabocla – por Abaíba Emir x Abaíba Negrita, nascida em 1956, castanha, reg. nº 540-4, mãe de Abaíba Mussolina (1964), Abaíba Prata (1967), Revista (1974), União (1977) e Xaranga (1979);
- Sama Granada – por Providência Jupter x Sama Colombina, nascida em 1967, castanha, reg. nº 0504-6, mãe de Sama Mazurka (1972), Umbela (1977), Urca (1977), Xara (1979), Xororó (1979), Beleza (1982) e Diacuí (1974);
- Sama Mazurka – por Sama Corsário x Sama Granada, nascida em 1972, castanha, reg. nº 0489-6, mãe de Tequila (1976), Vanguarda (1978), Xepa (1979), Zíngara (1980), Alarido (1981), Bartira (1982), Capitólio (1983), Dinastia (1984), Elegância (1985), Fartura (1986), Guria (1987), Ipoméia (1989) e Lira (1991);
- Providência Orquídea – por Providência Escudo x Providência Alvorada, logo irmã materna de Providência Itu, nascida em 1966, tordilha, reg. nº 081-6, mãe de Providência Sereno (1971), Verniz A.J. (1973), Una (1977), Xaira (1978), Prata Faraó (1980) e Quasar A.J. (1991);
- Providência Pandora – por Providência Jupter x Providência Haia, nascida em 1967, tordilha, reg. nº 086-6, mãe de Virtude (1978), Xavantina (12979), Baluarte (1982) e Jandaia da Sedução (1983);
- Ara Atriz – por Favacho V-8 x Ara Copa, nascida em 1967, alazã, reg. nº 3048-4, mãe de Ara Papel (1971), Umbuzeiro (1977) e Xibarra (1979).
Trabalho pioneiro de Strang
Avançando nas pesquisas sobre o trabalho pioneiro de Strang, encontrei um incisivo texto na revista ‘Mangalarga Marchador’, de dezembro de 1992, nº 18 – ano 4, órgão oficial da ABCCMM.
Este, onde a própria entidade destacava a história de três criadores que muito fizeram pela raça sob o título: “Paciência e Perseverança – Segredo de Antigos Criadores”
“(…) Há várias décadas o Mangalarga Marchador entrou na vida destes homens, que muito fizeram pela evolução da raça. Eles são: Antônio Ferreira Pitanguy, Donald Wilfred Strang e Antônio de Andrade Ribeiro Junqueira. Durante a XI Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga Marchador foram agraciados com a Comenda Barão de Alfenas – Grande Cavaleiro. (…)
(…) Primeiro criador de Mangalarga Marchador em São Paulo, Donald Strang, 76 anos, disse que a homenagem que a ABCCMM lhe prestou foi um reconhecimento ao planejamento e organização de seu trabalho. Ele avalia que isso serve para estimulá-lo a prosseguir na atividade.
Além do pioneirismo de ter introduzido o Mangalarga Marchador em São Paulo, o criador considera que a grande contribuição que deu à raça foi ter fundado o Núcleo de Criadores da Região de Araçatuba (Noroeste de São Paulo).
O criatório de Donald Strang, batizado com o nome de ‘Araçatuba’ e localizado na Fazenda Santa Terezinha, em Lavínia (SP), foi iniciado em 1955. Formado pela Universidade Federal de Viçosa, ele tomou conhecimento da raça em Minas.
Depois, foi adquirir seus primeiros exemplares dos criadores Moacir Rezende e Odilon Rezende de Andrade, ambos de Três Corações (MG), e de Erico e José Ribeiro Junqueira, de Leopoldina (MG). Os dois garanhões que atuaram no plantel do criador durante muito tempo foram Itamarati Cao-Cao e Itamarati Leblon.”
Tropa atual
Atualmente a sua tropa é composta por três garanhões: Araçatuba Baluarte, Araçatuba Oficial e Angaí Foguete.
“– Antes era muito difícil encontrar alguém que criasse”, salienta.
Ainda durante a narrativa da memória, ele diz que nunca teve dificuldades para desenvolver a atividade e dá uma sugestão para quem quer começar na atividade:
“– É preciso saber escolher os animais de qualidade (…)”
Angahy Bônus, o principal garanhão e lapidador da Tropa Araçatuba, ao longo destes quase 50 anos de seleção, foi adquirido em Cruzília/MG. Isso na colonial Fazenda Angahy, então sob o comando de Adeodato dos Reis Meirelles Filho.
No início de 1976, Bônus foi adquirido, tendo deixado ventres prenhes no Angahy das seguintes matrizes: Angahy Lindeza, Angahy Kodac II, Angahy Minâncora e Angahy Costureira.
Filhos e dilhas registrados por Strang
Em Araçatuba, Angahy Bônus colheu cerca de 240 filhos e filhas registrados por Donald Strang entre 1977 e 1996, com total destaque para: Umbuzeiro (1977), Urca (1977), Vamos Ver (1977), Veneza (1978), Xaí (1979), Xibarra (1979), Xepa (1979), Zagaia (1980), Zinga (1980), Águia (1980), Aquarela (1980), Baluarte (1981), Bartira (1981), Caiçara (1982), Capitólio (1982), Dádiva (1983), Dança (1983), Elegância (1984), Escudo (1984), Façanha (1985), Fartura (1985), Festival (1985), Fonte (1985), Gazeta (1986), Guria (1986), Herança (1987), Hulha (1987), Ideia (1988), Ipoméia (1988), Itapura (1988), Orgia (1984), Peroba (1995) e muitos outros.
Sobre as origens de Angahy Bônus, um dia expressei-me deste modo sobre sua veia materna:
“(…) A Fazenda do Angahy teve como reprodutor Sátyro, filho de Rádio e bisneto de Bellini. Hespanha, reprodutora JB, da qual saíram linhagens que proliferaram na marca “C”, era descendente também de Bellini, através de Irmo JB.”
Urbano Junqueira de Andrade – 1991
Fazenda Campo Lindo, Cruzília (MG)
ANGAHY ESPANHA
(IRMO X ESTRELA)
Em 1981, Espanha era a matriz mais idosa dentro da Fazenda Angahy. Sua influência se faz presente através das diversas filhas incorporadas ao plantel, e, principalmente, via seu neto, pelas duas veias, Angahy Bolero (Apolo x Européia), principal garanhão da Linhagem Angahy na década de 80.
Nas décadas de 80 e 90, com a alta consanguinidade verificada em torno dos descendentes de Angahy Bônus, Strang partiu, desde já, para encontrar outros reprodutores que mantivessem o andamento triplamente marchado e a consistente pelagem castanha, aperfeiçoando o refinamento morfológico.
Utilizou então: Providência Regente (Abaíba Marengo x Providência Prenda), Ara Tradutor (Angahy Primeiro x Ara Argentina), Jato da Gironda (Baluarte da Gironda x Canastra da Gironda), Ara Delírio (Ara Papel x Ara Coca–Cola), Falado da Gironda (Arém da Gironda x Doroteia da Gironda), Namorado de Santa Lúcia (Paulista de Santa Lúcia x Elite de Santa Lúcia).
Antes de mais nada, abrindo um pequeno parêntesis, vale a pena também discorrer sobre a outra paixão de Donald Strang – o gado indiano Nelore. Este do qual foi um, sem dúvidas, dos maiores conhecedores, juízes e selecionadores:
“(…) As origens do Nelore ‘DS’, Donald Strang trouxe das regiões do Rio de Janeiro e Minas Gerais, dos plantéis da Fazenda do Estado de Uberaba; de Virgílio Pinto da Cruz (‘Dorico’); Dr. Otacílio Lemgruber e do Embaixador Edmundo Penna Barbosa (Fazenda da Pedra-RJ). Depois selecionou exemplares da região de Presidente Prudente, do Sr. Hiroshi Yoshio (Fazenda Prudeíndia – basicamente linhagem Taj Mahal, Drony e Nagpur); da Bahia, do Dr. Miguel Vita (Fazenda Soraya, linhagens Akasamu e Padhu). A título de refrescamento de sangue foram utilizados animais das linhagens Godavari, Ankai e Nagory. Consolidou seu gosto pela rusticidade e docilidade conferidas pela seleção centenária do gado Lemgruber, mais recentemente trazendo touros do plantel da Manah, lastreada em animais desta origem (…)”
Falecimento em 1993
Com seu falecimento em 1993, a Tropa Araçatuba não se dispersou, ficando então sob o controle de seu filho Eduardo Strang, que continuou e aprimorou ainda mais o trabalho apurado de seleção no Mangalarga Marchador e no Nelore Padrão.
Certo dia, em viagem pela região de Vassouras, encontrei-me com Eduardo Strang e seu filho Marcelo, que naquela ocasião visitavam a Fazenda Centenário – berço da afamada ‘Tropa Gironda’. Almoçamos todos por lá – os meninos ‘Avelino’, a família Strang e eu; viajando espetacularmente pelo tempo a nos recordar de histórias românticas de belos exemplares marchadores de outrora: Trevo, Escravo, Atrevido, Faraó, OK, Cao-Cao, Cassino, Mustang, Sargento, Baluarte, Cosmo, Caxias, Eldorado e tantos outros.
Antecipadamente, Eduardo Strang assim me dizia:
“(…) – Me rendo aos desígnios da natureza; potro novo é como uma caixinha de surpresas. Pode ser lindo e virar um animal adulto mediano, como pode ser desmanchado e tornar-se um belo exemplar da raça na idade adulta. Sou atraído pela pelagem castanha, mas tive animais de várias delas. O mais importante é a funcionalidade e a docilidade, a aptidão aos serviços do campo. (…)”
Animais a partir de 1987
Consequentemente, em 1987, nasce Araçatuba Gamão, que, sob o olhar atento do pioneiro Strang, é separado do lote de potros daquela era e prepara-se para ser o reprodutor titular da tropa nas décadas seguintes.
O plantel atual continua localizado na Fazenda Santa Terezinha, no município de Lavínia (SP). A propriedade está localizada aproximadamente a 75 km de Araçatuba, sendo que seus últimos 32 km são de estrada de terra. O acesso principal à fazenda localiza-se entre Valparaíso (400 m) e Lavínia (10 km).
Do lote atual de reprodutrizes, são destaques: Araçatuba Xepa (Bônus x Mazurka); Bartira (Bônus x Mazurka); Façanha (Bônus x Tequila); Fartura (Bônus x Mazurka); Fonte (Bônus x Lisonja); Juta (Araçatuba Capitólio x Quina), Libra (Araçatuba Encanto x Dorna); Ibarra (Araçatuba Capitólio x Uganda); Mimosa (Araçatuba Encanto x Donzela);Estiva (Bônus x Xororó); Ginga (Bônus x Avenida); Minerva (Araçatuba Encanto x Aquarela) e Ara Medalha (Terremoto x Anedota).
Bem como as potrancas: Alteza (Gamão x Juta), Afrodite (Gamão x Fonte), Asteca (Gamão x Façanha), Alvorada (Gamão x Fonte), Bailarina (Gamão x Façanha), Batalha (Gamão x Fartura), Baronesa (Gamão x Juta), Condessa (Gamão x Façanha), Canastra (Prata Rio Verde x Bartira).
Novo comando da Seleção Araçatuba
Hoje, a seleção Araçatuba é comandada por Marcelo B. Strang, auxiliado por seus irmãos Henrique, Rogério e Daniel, sem distanciar-se um milímetro dos predicados legados pelo pai, Eduardo, e pelo avô, Donald.
A princípio, Marcelo, que mora no Texas (EUA) e se profissionalizou em manejo & adestramento de cavalos de raças americanas, mora a mais de 12 horas de avião de suas éguas e potrancas. É um produto do mundo globalizado, da internet e da expansão em busca de novos desafios profissionais.
Por tudo isto, percebe-se o sentido de pioneirismo que marcou a saga de Donald Wilfred Strang, seus filhos e netos, um verdadeiro espelho para quem deseja criar o castiço cavalo Mangalarga Marchador – uma raça que não admite enganos nem desvios de conduta.
“(…) Tropa Araçatuba – Marca ‘DS’.
Seu foco aqui se distinguiu por selecionar animais de boa índole, com vocação para o trabalho, com disposição para a lida no campo, de porte médio, para ter boa recuperação após jornadas exaustivas de trabalho, com menor exigência alimentar e que não exigisse outra fonte de alimentação além do capim e que fosse confortável para o cavaleiro (…)”
Por fim, Donald W. Strang: um visionário, um pioneiro, a nossa homenagem.
Por Top Marchador
Crédito das fotos: Reprodução/Top Marchador
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