Em 2016, a indústria equina adotou o termo “asma equina” para descrever cavalos com inflamação crônica das vias aéreas. Isso incluiu cavalos jovens com doença inflamatória das vias aéreas, bem como cavalos mais velhos, que os veterinários costumavam chamar de obstrução recorrente das vias aéreas (RAO) ou empinamentos.
Nas formas mais graves de asma equina, os cavalos sofrem de broncoconstrição (um estreitamento das vias aéreas inferiores chamado bronquíolos), produção de muco e broncoespasmo (uma constrição temporária das vias aéreas para os pulmões causada pela contração muscular).
Ademais, os cavalos afetados pela asma geralmente apresentam aumento da frequência respiratória, tosse, secreção nasal, intolerância aos exercícios e dificuldade respiratória. Em alguns casos, uma linha de elevação pode se formar ao longo da borda inferior das costelas devido aos músculos abdominais aumentados para ajudar na respiração. Perda de peso, anorexia e intolerância ao exercício também podem ocorrer.
Os veterinários têm atualmente uma variedade de tratamentos médicos disponíveis para controlar cavalos com asma. As opções incluem desde auxiliares respiratórios de venda livre, produtos naturais/fitoterápicos/holísticos e instrumentos respiratórios até uma variedade de medicamentos controlados.
Muitos medicamentos usados para tratar a asma podem ter efeitos adversos no corpo do cavalo, incluindo laminite – uma inflamação intensamente dolorosa dos tecidos da pata do cavalo.
Limpando o Ar
Enquanto uma pequena população de cavalos sofre de asma equina associada a pastagens, a maior parte dos cavalos com asma desenvolve sinais de doença quando alojados em estábulos e alimentados com feno. Com a falta de fluxo de ar típica de muitos estábulos (em comparação com pastagens), o mais de 50 alérgenos conhecidos no feno e na palha podem se acumular rapidamente!
Esses alérgenos incluem esporos de fungos, ácaros e endotoxinas bacterianas. Poeiras inorgânicas e gases irritantes, como a amônia da urina, também podem agravar o trato respiratório.
Veterinários e pesquisadores consideram a asma eqüina uma “doença da domesticação” por causa da alta concentração de irritantes das vias aéreas em áreas estáveis. Uma equipe veterinária escreveu: “… o manejo ambiental deve ser o objetivo principal porque os sinais clínicos e a função pulmonar melhoram rapidamente em um ambiente com pouca poeira, mesmo sem medicação.”
Opções orais e inaladas comprovadas e verdadeiras
Os dois medicamentos mais amplamente recomendados para controlar a asma equina são os corticosteroides (também comumente chamados de esteróides ou glicocorticóides) e broncodilatadores (β 2 agonistas).
Embora os antiinflamatórios sistêmicos, como prednisolona oral e dexametasona injetável, possam reduzir com eficácia a inflamação das vias aéreas, os veterinários geralmente tentam reservar seu uso para surtos (exacerbações).
Para controle diário e prevenção de exacerbações, procure corticosteroides inalatórios. Esses medicamentos incluem fluticasona, budesonida e beclometasona, que são fornecidos como inalantes, administrados por meio de uma câmara de aerossol colocada sobre uma narina através da qual o cavalo respira.
Os esteróides inalados melhoram de forma rápida e eficaz os sinais clínicos associados à asma. No entanto, os glicocorticóides devem ser usados com cautela em cavalos com histórico de laminite ou com maior risco de laminite.
Já os broncodilatadores resultam no relaxamento imediato dos músculos lisos. O relaxamento dos músculos das vias aéreas inferiores minimiza a hiperresponsividade das vias aéreas (uma das causas da tosse em cavalos asmáticos) e o broncoespasmo. Exemplos de broncodilatadores comumente prescritos incluem clenbuterol oral e albuterol inalado.
Menos comumente, os veterinários prescrevem outros β 2 s, como terbutalina, ritodrina, fenoterol, salbutamol e salometrol. Pesquisadores descobriram recentemente que tanto o fenoterol quanto o salbutamol relaxam com mais eficácia o músculo liso brônquico contraído do que o clenbuterol, abrindo novas portas para essa classe tradicional de medicamentos.
Antes de medicar, consulte um médico veterinário!
Se isso parece muita informação, é. Respire fundo, analise suas opções e concentre-se na prevenção das exacerbações da asma por meio de estratégias de gestão ambiental. É importante ressaltar que sempre consulte seu veterinário antes de iniciar qualquer forma de tratamento para garantir que o diagnóstico esteja correto.
Várias doenças infecciosas podem se apresentar de forma semelhante. Se entrar em uma competição, sempre verifique com o órgão regulador apropriado ao usar qualquer um dos medicamentos descritos acima para garantir que eles não sejam substâncias proibidas.
Fonte: The Horse
Crédito da foto: Divulgação/Boehringer Ingelheim
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