A Associação Brasileira dos Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM) desenvolve uma trabalho árduo em prol do bem-estar dos animais que atuam em suas provas. Não apenas os cavalos, mas a tropa bovina também. Um exemplo da importância dada pela Associação ao tema foi a criação do departamento de Bem-Estar Animal e Sustentabilidade e a elaboração do ‘Manual de Boas Práticas para Bovinos’, participantes de atividades esportivas equestres.
“Apoiamos, em outubro do ano passado, a normatização de equipamentos para provas equestres, oficializada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que tem como objetivo descrever as regras dos equipamentos utilizados pelas modalidades de Vaquejada, Laço e Três Tambores, completou o presidente da Associação, Caco Auricchio.
Toda a diretoria da ABQM promove um trabalho árduo em prol do bem-estar. Muitas pessoas que atuam na ABQM como Neto Garcia, vice-presidente e Rodrigo Bicalho, gerente de Bem-Estar Animal e Sustentabilidade exercem um trabalho perspicaz em prol do bem-estar dos animais.
Segundo o juiz de provas e inspetor técnico da ABQM, Thiago Nitta, o bem-estar animal é uma necessidade a ser seguida. “Hoje a performance dos cavalos está cada vez mais profissional e os animais são vistos como atletas, e nenhum atleta consegue ter uma boa performance se não estiver com a saúde física e mental em dia. Então, o bem-estar hoje é extremamente necessário e não uma obrigação”, afirma.
Ainda de acordo com Nitta, hoje os competidores têm ciência dessa importância e todos os pontos da liberdade dos animais são rigorosamente respeitados.
“Hoje, quando encontramos algo que pode não estar de acordo com as regras, nós vamos até o local muito mais com o intuito de instrução do que punitivo, porque nos dias de hoje as pessoas sabem que por exemplo, um cavalo que não recebeu um manejo adequado não vai ganhar uma prova”, ressalta.
O juiz ainda aponta que hoje os competidores entendem que animais despreparados jamais ganharão uma prova. “Um cavalo que não recebeu o treinamento e o manejo adequados, não vai ter um desempenho de acordo em uma competição. Então, volto a repetir o bem-estar é uma necessidade e isso está cada vez mais na cabeça dos competidores”, pontua.
Bem-estar na quebra do recorde em pista
O conjunto Sidnei Júnior e Prime Fishers MCM (Fishers Dash X Prime Henryetta) de propriedade de Wilson Vitório Dosso, bateu o tempo de 16s337 – novo recorde da pista do Parque Clibas de Almeida Prado -, na categoria GP ABQM de Três Tambores.
Segundo o juiz da ABQM, o tamborzeiro não utilizou reio nem esporas, mostrando que é possível realizar as manobras com perfeição e agilidade, é tudo uma questão de treino e técnica.
“Gostaria de parabenizar o Sidnei pela iniciativa. Isso mostra a qualidade do seu trabalho e do animal”, parabeniza Nitta.
Bem-estar do gado
Dentro dos eventos equestres, explica Nitta, temos vários tipos de atletas: o humano, cavalo e o bovino, e este como todos os outros também precisa estar com todos os cuidados em dia para promover uma boa performance nas pistas.
“Existem protocolos de bem-estar dos bovinos que precisam ser seguidos para que ele também possa ter um bom desempenho. Se o boi tiver uma lesão, por exemplo, obviamente ele não vai conseguir competir, não vai conseguir correr direito e se isso acontecer, o competidor não vai conseguir fazer uma boa passada, uma boa prova”, explica.
Dentre os cuidados que são realizados com os atletas bovinos estão o tempo de permanência do recinto do evento. Os animais chegam ao espaço horas antes do evento para poderem descansar, se hidratar e se alimentar antes de competir.
Na sequência eles são protocolados de acordo com a modalidade. “No caso do Ranch Sorting e Team Penning eles precisam ter uma numeração, nas outras modalidade é preciso dividir os lotes. No caso das modalidades de laço, o gado recebe uma proteção nos chifres para não machucar. Outro cuidado é com relação a alimentação. O gado recebe a alimentação de acordo com a sua idade. Se ele é mais jovem, come uma ração específica, os mais velhos se alimentam de silagem ou feno.”, ressalta.
Lei de Crimes Ambientais
No Brasil, o uso de violência contra animais se tornou crime em de 12 de fevereiro de 1998, com a publicação da Lei Federal 9.605/98, sobre crimes ambientais.
Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é passível de pena, com detenção de três meses a um ano, além da multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
Como reforçar a proteção aos animais?
Existem diversas maneiras de proteger os animais, veja abaixo alguns exemplos do que você pode fazer.
Cuide bem do seu animal: Estabeleça boas práticas de manejo, garanta estruturas e acomodações ideais e proporcione momentos relaxantes;
Procure acompanhamento técnico: Tenha sempre a assistência de profissionais que irão garantir a sanidade, saúde clínica, nutrição e bem-estar do seu animal. Médicos veterinários, zootecnistas e agrônomos são indispensáveis para que isso seja possível;
Conheça os ‘cinco domínios’ dos animais: É possível melhorar nossa percepção e relação com os animais através de seus ‘cinco domínios’, sendo eles nutrição, ambiente, saúde, comportamento e estado mental. Dessa forma, podendo contribuir da melhor maneira para garantir estas propriedades.
Dissemine conhecimento: Comente com seus familiares, amigos e pessoas próximas sobre a importância de garantir a proteção aos animais, para que mais pessoas se conscientizem;
Tenha consciência: Os animais possuem grandes exigências que demandam dedicação e cuidados diários. Por isso, nunca esqueça que eles dependem, exclusivamente, de você como tutor.
Por: Camila Pedroso
Fotos: Thiago Nitta/Pixabay
Colaboração: Assessoria ABQM
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