Corrida ou Trabalho?

Hoje temos nos perguntado: qual a melhor genética a seguir nos cavalos de Tambor e Baliza?

Muitos utilizam as linhagens de Corrida nas provas de Tambor, visto que apresentam maior velocidade; em contra partida, são animais mais voluntariosos de temperamentos mais ‘quentes’ e por isso seu treinamento, talvez, deva ser reavaliado, em relação aos animais de linhagem de Trabalho.

Se fizermos uma rápida retrospectiva, observaremos que há uma alternância de linhagens nos últimos resultados, das principais provas de Tambor. Um animal é capaz de ser treinado para galopar em alta velocidade, se esforçar continuamente para superar até mesmo seus limites vitais. Tal habilidade requer um corpo perfeito, treinado ao nível exato e um equilíbrio nutricional.

Juntamente com um amor pela velocidade que lhe é próprio, o desejo de galopar e correr não são meramente por pressão do cavaleiro e sim por sua própria vontade animal. Todos os tipos de cavalos podem ser forçados pela pressão aplicada por um vigoroso cavaleiro que executa galopes rápidos, uma façanha pela qual esses animais podem não ter interesse particular.

O melhor cavalo é aquele que corre por um desejo nato, que carrega seu cavaleiro adiante do posto da vitória; e não o que é conduzido além de seus limites apenas pela energia ou magnetismo do seu cavaleiro. Mesmo o melhor dos cavalos não deve permanecer em atividade durante todo o calendário eqüestre, que tem crescido muito nos últimos anos. Assim como em outras modalidades de esporte, auges de perfeição são atingidos, porém mantê-la é uma utopia.

O cavalo, sendo um animal de rebanho, carece da iniciativa do seu cavaleiro. Se este for confiante, capaz e corajoso, transmitirá essa mensagem ao seu animal, que lhe dará o melhor de si, porém, no momento em que o cavaleiro perde a autoconfiança, seu cavalo se tornará mais voluntarioso e indeciso no que diz respeito às suas próprias intenções.

Um bom cavaleiro é aquele que tem feeling para saber o exato momento de exigir do seu animal o máximo possível. Por outro lado, se o cavaleiro estiver exausto ou for incapaz de infundir a quantidade necessária de ímpeto ao seu animal, este não vencerá. Neste caso será o cavaleiro e não o cavalo o responsável pela derrota. Este é o princípio que rege toda competição e as formas de esporte ou trabalho em que o cavalo é envolvido.

As competições eqüestres, bem como todas as outras ocupações que entusiasmam, são condicionadas pelo elemento eventualidade. Nunca há garantia de que o melhor cavalo, montado pelo melhor cavaleiro, será o 1º colocado. Se não fosse assim, as provas seriam algo monótono e sem interesse. É essencial considerar o comportamento do seu cavalo, com uma completa ausência de antropoformismo, ou seja, não se deve atribuir ao animal qualidades que desejaríamos que ele possuísse, puramente com bases sentimentais, sem nenhuma evidência concreta que justifique esta determinada crença.

Após este breve relato, podemos pensar que a intersecção das linhagens seria uma grande somatória para a criação, tendo visto que são multifatorais os resultados da performance, ou mesmo da criação de um super cavalo.

Por : Maurício Magone

Foto : Hugo Lemos

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