Erros na administração de medicamentos podem resultar em doping

Médico veterinário, inspetor técnico e juiz de provas da ABQM Thiago Nitta, explica que pequenos erros podem acarretar no temido resultado positivo para doping

O maior temor de todo o atleta é seu animal ser punido pelo exame de doping, por isso, todo cuidado com os medicamentos administrados é extremamente importante para que nenhum erro aconteça.

Doping consiste na administração de qualquer substância que tenha a finalidade de melhorar o desempenho físico ou mental do atleta. Existe uma lista de substâncias proibidas pelo regulamento desportivo que podem ser acessadas no site da Federação Equestre Internacional (FEI). No site da Associação Brasileira dos Criadores de Cavalso Quarto de Milha (ABQM) você pode conferir uma lista com a classificação dos produtos proibidos.

O controle do doping é realizado por meio do exame antidoping efetivado ao final das competições em que animais selecionados via sorteio ou os vencedores são acompanhados para uma avaliação de um fiscal e é realizada a coleta de material biológico, a urina é comumente utilizada.

Por isso, alerta o médico veterinário, inspetor técnico e juiz de provas da ABQM Thiago Nitta, é fundamental que o animal tenha um acompanhamento médico veterinário para a administração correta de medicamentos ao animal. “São erros graves, que podem acabar com a carreira atlética de um animal e do competidor, por isso, apenas um profissional especializado pode atestar quais medicamentos são seguros”, alerta.

Um exemplo simples, segundo Nitta, é a administração de fenilbutazona, um anti-inflamatório e tranquilizantes como ACP (acepromazina), medicamentos muito utilizados nos equinos, mas que são inaceitáveis segundo as regras da FEI.

Como prevenir o doping?

Para te ajudar nessa tarefa complexa, o médico veterinário separou uma lista de boas-práticas que ajudarão o criador a não cometer erros. Confira:

• Cuidado com a escolha dos produtos alimentícios, observe no rótulo quem são os fabricantes, se as informações estão em conformidade com as diretrizes legais, indicando a composição de aditivos e ingredientes de maneira clara e objetiva;

• O mesmo vale para medicamentos. Existem produtos muito conhecidos no mercado e que nós não sabemos que possuem substância proibidas no doping, por isso leia sempre o rótulo;

• Atente-se ao uso de suplementos, observando se este possui alguma substância proibida;

• Cuidado com a contaminação cruzada. Se você está administrando algum medicamento a um cavalo, higienize adequadamente para não contaminar outro animal;

• Atente-se ao tempo de ação de um medicamento no organismo, o tempo de eliminação e também a dose utilizada para ter a certeza que o medicamento será anulado no organismo;

• Algumas plantas são fonte de substâncias proibidas, as SPON – Substâncias Proibidas de Ocorrência Natural. Elas podem resultar em um teste positivo para fitonutrientes, tais como cafeína, teobromina, teofilina etc.

Nitta faz uma ressalta importante. “Não é porque o medicamento está na lista de doping que ele é ruim. Muitos deles fármacos possuem efeitos terapêuticos, que fazem parte do tratamento ou da prevenção de qualquer animal. Precisamos estar atentos ao tempo que este medicamento deve ser paralisado antes da prova”, alerta.

E o veterinário continua: “Por isso é muito importante os animais terem o acompanhamento de um veterinário responsável para prevenir estes erros. Um inofensivo petisco pode resultar na perda de um título. Fique atento”, finaliza Thiago Nitta.

Por Camila Pedroso. Redação Cavalus

Foto: Pixabay

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