Estação de monta com baixa eficiência?

Para especialista primeiro passo é diagnosticar o motivo e corrigi-lo para a próxima ser mais produtiva

A estação de monta está chegando ao fim para algumas raças. É hora de avaliar os resultados obtidos e preparar os animais para a próxima.

Se sua égua ainda está vazia ou seu garanhão não atingiu as expectativas quanto
à reprodução, é hora de avaliar quais foram os erros ou quais são as patologias existentes neles, para tratar os animais e prepará-los para a próxima estação.

Conversamos com o especialista em reprodução equina, o médico veterinário Orpheu de Souza Ávila Júnior para saber quais são os principais problemas enfrentados por criatórios com estações de monta ruim e como solucioná-los para a próxima.

Segundo o especialista o primeiro passo é diagnosticar qual foi o problema, se é patológico ou mesmo uma questão de manejo.

Machos

Em machos, explica, um dos problemas enfrentados é a degeneração testicular que resulta na redução da produção espermática ou, até mesmo, na interrupção total dela. Acomete mais os garanhões com idade avançada. A doença pode ou não ser tratada, de acordo com a gravidade do quadro.

Além de patológico, o problema pode ser no manejo, seja na frequência da coleta do sêmen, diluente, entre outros.  “Hoje existem algumas técnicas que podem ser aplicadas para melhorar a qualidade do sêmen. Se é um sêmen resfriado, por exemplo, quando ele chega ao local de destino, se não estiver tão bom, ele pode ser manipulado para melhorar a qualidade antes de inseminar a égua”, explica.

Fêmeas

Entre as matrizes, o problema mais enfrentado é a endometrite que pode ser aguda ou crônica, uma inflamação no endométrio do animal. Pode ter causas diversas e levar as éguas à subfertilidade ou a infertilidade total.

Alguns animais, explica o especialista, são mais suscetíveis a essa condição devido à sua anatomia, idade ou histórico reprodutivo.

No caso da endometrite crônica, é uma doença muito difícil de trabalhar, pois não é possível eliminar o problema, tem que conviver com ele e tentar manejá-lo da melhor maneira possível durante a estação.

O criador, afirma o veterinário, precisa ter ciência que a égua tem esse problema e durante a estação tomar as medidas cabíveis nestes casos para evitar a inflamação.

Hoje, aponta o especialista, existem anti-inflamatórios modernos que podem ser administrados para o tratamento da endometrite que não atrapalham a ovulação do animal. Outra ferramenta que pode auxiliar no controle da inflamação é o PRP – Plasma Rico em Plaquetas, que evita o acúmulo de líquido no útero, entre outros. “O veterinário precisa se antecipar para que a égua não desenvolva a inflamação e/ou infecção e possa assim, ter um ciclo produtivo com embriões ou prenhes”, pontua.

Ainda segundo Dr. Orpheu, se o animal tiver um problema de baixa imunidade por ser velha, por exemplo, ou um problema anatômico como uma fibrose nas cervix que não permite essa limpeza normal do útero, este acaba se tornando um meio propício para o aparecimento do problema” ressalta Dr. Orpheu.

Baixo índice de ovulação

Existem ainda éguas que possuem um baixo índice de ovulação, com vários ciclos com folículos anovulatórios. “Nestes casos, precisamos diagnosticar o motivo. Se é uma questão hormonal ou nutricional para tratarmos antes da próxima estação”, afirma.

Ainda segundo o especialista, essa estação já está chegando ao fim, não tem mais ações que possam ser realizadas para corrigir os erros ou patologias, mas é uma ótima oportunidade para diagnosticá-los e trata-los para que a próxima estação seja mais produtiva.

Por: Camila Pedroso

Fotos: Divulgação/Pixabay

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