A Febre do Nilo Ocidental (FNO) é uma doença causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre Amarela.
O vírus do Nilo Ocidental (VNO) é transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex. Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos.
Também pode infectar humanos, equinos, primatas e outros mamíferos. O homem e os equídeos são considerados hospedeiros acidentais e terminais, uma vez que a viremia se dá por curto período de tempo e em níveis insuficientes para infectar mosquitos, encerrando o ciclo de transmissão.
Outras formas mais raras de transmissão já foram relatadas e incluem transfusão sanguínea, transplante de órgãos, aleitamento materno e transmissão transplacentária. A transmissão por contato direto já foi demonstrada em laboratório para algumas espécies de aves. Não há transmissão de pessoa para pessoa.
Os mosquitos ficam infectados quando picam uma ave selvagem e ingerem sangue contaminado com o vírus. Os mosquitos infectados, acidentalmente podem também transmitir a doença aos equinos, que à semelhança das pessoas podem manifestar sintomas.
Manifestações clínicas
Estima-se que somente um terço dos animais infectados manifestam os sinais da doença. Os sintomas mais comuns estão associados com a injúria da medula espinhal. Nos equinos os sinais da enfermidade neurológica causadas pelo vírus do Nilo Ocidental podem incluir ataxia, perda de apetite, depressão, perda de equilíbrio contração muscular, paralisia facial, diminuição da visão, enrijecimento no pescoço, marcha confusa, convulsões, voltas em círculos e incapacidade para ingerir
Pode ocorrer coma e morte e usualmente afetar um, dois ou quatro membros podendo levar o animal a decúbito. Os membros posteriores podem ter paralisia e frequentemente estes sinais são acompanhados de tremores e rigidez muscular. Alguns cavalos afetados apresentam variações anormais da mentalidade como sonolência, depressão ou medo, hipersensibilidade e agressividade.
O início do diagnóstico em equinos é baseado em alterações neurológicas de cavalos que se recuperam da infecção pelo vírus do Nilo Ocidental e desenvolvem uma forte e duradoura resposta neutralizante do anticorpo (IgG) ao vírus.
No Brasil evidencias sorológicas em equídeos foram detectadas no ano de 2010 em Rio Branco no Acre, Poconé em Mato Grosso e em Maracaju no Mato Grosso Sul. Um trabalho de investigação epidemiológica está sendo feito no Espírito Santo, onde nos meses de abril e maio desse foram relatados 12 casos de mortalidade em equídeos por síndromes neurológicas, mas somente uma coleta indicou positivo para o FNO. São informações da Secretaria de Estado da Saúde do Governo. Esse caso vem alertando as autoridades sanitárias brasileiras.
Tratamento
Não existe vacina ou tratamento antiviral específico. O tratamento é sintomático para redução da febre e outros sintomas. Os casos mais graves frequentemente necessitam de hospitalização para tratamento de suporte, com reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias, além de tratamento específicos para pacientes com quadros de encefalites ou menigoencefelite em sua forma severa.
Fonte: Governo do Estado de São Paulo, Governo do Estado do Espírito Santo, Agriportugal.com