Feridas afetam o desempenho dos equinos

Com alta prevalência, lesões podem gerar desvalorização zootécnica e uma série de complicações para os animais

As feridas são um problema recorrente na equinocultura e afetam o desempenho dos equinos. Sobretudo, um dos motivos mais comuns de atendimento veterinário. Os equinos em geral apresentam uma grande propensão ao surgimento de pequenas lesões cutâneas devido ao seu temperamento, força física e tamanho.

Com causa multifatorial, uma série de fatores levam às feridas. Fatores externos inerentes aos desafios ambientais vivenciados pelos equinos. Surgem nos momentos de embarque ou desembarque de transportes, movimentação dentro de cocheiras com instalações inadequadas. Ou ainda em momentos de lazer no pasto e na realização das atividades atléticas.

As feridas traumáticas de membros, embora sejam de alta prevalência e incidência, tendem a promover desvalorização zootécnica do animal. Também provocam defeitos e complicações, como tecido de granulação exuberante (TGE) e infecções secundárias. As diferentes classificações de feridas cutâneas ditam as abordagens necessárias. O tratamento indicado dependerá da natureza da lesão, profundidade e grau de contaminação.

Tipos de lesões

Feridas localizadas nas extremidades distais dos membros dos equinos possuem uma maior importância. Isso por conta das condições anatômicas da própria região. A saber: baixa circulação sanguínea, pouca quantidade de tecido de revestimento, maior predisposição à contaminação e infecções pela proximidade ao solo. Além disso, existe ainda uma grande concentração de estruturas importantes para o movimento ideal do membro equino, visto que essa área está próxima às articulações do animal.

Outro ponto de atenção são as automutilações, ou seja, as lesões infringidas pelo próprio animal. Normalmente originadas pelo casco do membro oposto. Elas variam desde escoriações triviais à processos incapacitantes, principalmente quando atingem tendões e ligamentos. A maioria destas lesões ocorre nos talões, parte interna da canela, abaixo do carpo e no curvilhão. Lesões em coroa de casco são menos comuns e ocorrem normalmente quando o animal se pisa durante o transporte.

É importante reforçar, então, que traumas de qualquer origem provocam reações do organismo, principalmente a inflamação do local atingido. Promovem dor, rubor, calor e edema. Por serem extremamente sensíveis, qualquer incômodo nos membros dos equinos ocasiona um quadro de manqueira. Eles relutam em apoiar seu peso no membro que incomoda, podendo ocasionar problemas nos outros membros quando não tratado rapidamente e de forma adequada.

Com alta prevalência, lesões podem gerar desvalorização zootécnica e uma série de complicações e ainda afetam o desempenho dos equinos

Tratamento de feridas afetam o desempenho dos equinos

Além da limpeza e higiene do local ferido, alguns casos mais graves podem precisar do auxílio de antibióticos e anti-inflamatórios, associados à repouso e cuidados tópicos com elementos de efeito anti-inflamatório, antibacteriano, antipruriginoso e fungicida

Nem sempre evitar feridas de membros nos equinos é uma tarefa fácil, mas algumas medidas simples podem ser importantes aliadas. Limpeza adequada dos pastos, baias e piquetes reduz as chances de ferimentos por corpo estranho. Assim como um ferrageamento mais específico pode ajudar a evitar que o animal se alcance e lesione os talões.

Além disso, não negligenciar o uso das caneleiras, boleteiras, cloches, faixas e ligas, seja em transporte ou em treinos/provas. Já que estes equipamentos servem exatamente para proteger o animal contra este tipo de lesão. E mais importante de tudo, manter a vacinação de tétano em dia para evitar que o animal se contamine com a patologia caso sofra uma lesão cutânea.

Colaboração: Baity Leal, médica veterinária e gerente de linha de produtos para equinos da Ceva Saúde Animal
Crédito das fotos: Divulgação/Pixabay

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