Hemiplegia Laringeana

A Hemiplegia Laringeana também é conhecida como Neuropatia Laríngea Recorrente, Hemiplegia Laringeana Idiopática ou Síndrome do Cavalo Roncador

A Hemiplegia Laringeana apresenta distribuição mundial e é uma doença espontânea resultante da degeneração do nervo laríngeo. Ocorre em equinos de todas as raças e sexos, porém verifica-se maior incidência em cavalos de alto desemprenho.

Uma das afecções mais comumente encontradas na laringe é a hemiplegia laringeana

O nervo laríngeo mais acometido é o esquerdo, que resulta em uma paresia ou paralisia da cartilagem aritenóide esquerda e cordas vocais, levando a alterações de movimentação de abertura e fechamento (adução e abdução) da cartilagem, além de dificultar a passagem de ar, causando um ruído inspiratório característico. A hemiplegia do lado direito e a disfunção bilateral da aritenoide conhecida como paraplegia é incomum.

As causas que levam a degeneração são desconhecidas, porém sugere-se que possa ser hereditária, porém não há estudos que comprovem. Também pode ser iatrogênica devido a traumatismo por injeção de substâncias irritantes, abscessos ou inflamação da bolsa gutural, neuropatias isquêmicas, intoxicações por organofosforados, intoxicações ou infecção por bactérias e vírus, massas torácicas e cranianas, podem resultar em uma mobilidade reduzida das cartilagens.

Os sinais clínicos são relacionados à intolerância ao exercício como dispnéia, má performance atlética, além de apresentar ruídos inspiratórios anormais durante o exercício ou logo após a atividade física sendo este o mais característico da doença.

O diagnóstico pode ser feito através de um exame físico minucioso verificando possíveis causas. Pode ser através de um exame de som após o exercício com o auxílio de um microfone onde será avaliado tempo, frequência e intensidade, pode ser utilizado a  ultrassonografia, ou ser confirmado pelo exame endoscópico da laringe, em que este é introduzido através de uma das narinas permitindo a visualização de parte do sistema respiratório, que pode ser em repouso, dinâmico, dinâmico na esteira.

Dessa forma a hemiplegia laringeana é classificada em quatro graus, em que os graus I e II causam pouca alteração no desempenho atlético, já nos graus III e IV, muitos animais não conseguem fazer a abdução completa da cartilagem interferindo na performance.

Ao identificar a hemiplegia laringeana um dos tratamentos é a correção cirúrgica, em que a técnica vai depender da idade do animal, o uso do cavalo, o grau de movimentação da cartilagem artenoide e o tipo de queixa apresentada. Porém a técnica cirúrgica mais comum é a laringoplastia prostética, que tem como objetivo alcançar algum grau de abdução permanente da cartilagem aritnoide afetada, no entanto, alguns animais com quaisquer graus de acometimento, mediante um programa de exercício e um correto manejo do ambiente desenvolvido por um médico veterinário, podem se adaptar a este problema, desempenhando boa performance ao logo de sua carreira atlética. O prognóstico vai depender do grau de hemiplegia laringeana.

Por Maria Eugênia de A. Schiavoni
Orientação: Profº Arthur Araújo Chaves – UniSALESIANO – Araçatuba
Foto: Escola do Cavalo

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