Herpesvírus volta a preocupar causando o fechamento temporário da Sociedade Hípica Paranaense

Os Herpesvírus equino – HVE (em inglês, EHV) são vírus de DNA, pertencentes à família Herpesviridae, tendo sido identificados, até o momento, 9 diferentes tipos desse agente com potencial infeccioso para a espécie

Recentemente, o herpesvírus (EHV) equino voltou a preocupar o meio do cavalo, isso porque a Sociedade Hípica Paranaense, com sede em Curitiba, suspendeu todas as competições de hipismo e fechou suas instalações até segunda ordem por causa da confirmação de dois casos de herpes equina.

Parte dos animais da hípica paranaense que competiram em São Paulo foi colocada em quarentena de 28 dias. Essa é uma das medidas adotadas pela entidade de Curitiba e reforçada pelas organizações que representam o Hipismo brasileiro, que alertam para a gravidade da situação. A Confederação Brasileira de Hipismo emitiu comunicado afirmando que está em contato com os órgãos competentes federais e estaduais para definir medidas sanitárias.

A entidade orienta que todos os animais em trânsito no país sejam inspecionados quando de sua chegada, com a realização de controle de temperatura e exame clínico. “Casos suspeitos de doença infectocontagiosas devem ser imediatamente isolados, assim como os demais animais que viajaram com eles, devendo ser realizados exames complementares”, diz a nota assinada pela Diretoria Veterinária da confederação.

Herpesvírus equino

O médico veterinário Hélio Itapema, Rachel Campbell Worthinton e sua equipe formada pelos profissionais: Rachel Campbell Worthinton; Karla Dantas; Alessandra Esposito de Castro Cardoso; Amanda Dantas; Anna Flávia Valeri; Lays Cristine do Nascimento Olanda; Lunna Cabó Cordeiro; Maria Luiza Favero; Vida Maria Martins França, produziram um material especifico que fala sobre o herpesvírus equino, confira:

Os Herpesvírus equino – HVE (em inglês, EHV) são vírus de DNA, pertencentes à família Herpesviridae, tendo sido identificados, até o momento, 9 diferentes tipos desse agente com potencial infeccioso para a espécie. Apesar de diversos, os tipos 1 e 4 (EHV-1 e EHV-4), chamados α-herpervírus, possuem maior relevância na rotina veterinária, sendo os primeiros endêmicos na população mundial de equinos.

As infecções causadas por ambos podem levar a sintomatologia respiratória, porém o EHV-1 tem maior potencial de causar efeito reprodutivo (abortos e mortalidade perinatal) e neurológico, levando a impactos negativos tanto na higidez do indivíduo quanto financeiramente aos proprietários e criadores (PAVULRAJ, 2021).

Os EHV-1 e EHV-4 possuem características genéticas, antigênicas e epidemiológicas muito semelhantes, porém se diferem em seu potencial patogênico principalmente. O tipo 4 se manifesta de forma mais branda, levando a casos de rinopneumonite (RP) leves e de fácil resolução, enquanto as doenças causadas pelo EHV-1, quando na forma respiratória, podem se manifestar de forma leve a moderada, oferecendo riscos principalmente a equinos jovens/idosos.

O EHV-1 tem potencial de se manter latente nos animais infectados, ou seja, possuem a capacidade de ficarem inativos por um período e voltarem a infectar outros indivíduos, porém a fonte de infecção se mantém assintomática na maior parte do tempo, podendo voltar a se manifestar em situações de imunossupressão, causadas por estresse ou outra infecção primária (REED, 2004).

Transmissão

Os sinais clínicos estão relacionados a febre, anorexia, descarga nasal, abortos, lesões oculares, ataxia, incontinência urinária e/ou fecal, fraqueza. As manifestações características das infecções neurológicas e reprodutivas estão relacionadas com o processo inflamatório vascular (vasculite) e posterior trombose dos vasos que irrigam o SNC e útero gravídico, levando a isquemia e perda de função destas estruturas (BENTZ et al., 2001).

Sintomas

Os sinais clínicos estão relacionados a febre, anorexia, descarga nasal, abortos, lesões oculares, ataxia, incontinência urinária e/ou fecal. As manifestações características das infecções neurológicas e reprodutivas estão relacionadas com o processo inflamatório vascular (vasculite) e posterior trombose dos vasos que irrigam o SNC e útero gravídico, levando a isquemia e perda de função destas estruturas (BENTZ et al., 2001).

Diagnóstico

O teste de melhor sensibilidade para diagnóstico das infecções causadas pelo EHV-1 e EHV-4 é o PCR, realizado a partir de amostras de secreção nasal, líquor ou fetos abortados. Alguns testes sorológicos podem ser realizados, a partir do plasma sanguíneo, para a detecção da fase aguda da doença, se atentando aos animais vacinados recentemente, pois podem levar a um falso positivo, enquanto para infecções de forma latente não temos método diagnóstico considerado ideal (EFSA et al., 2022).

Algumas atitudes podem ser tomadas na tentativa de conter novas infecções e amenizar as manifestações dos animais portadores, estas medidas estão relacionadas principalmente ao bloqueio de trânsito em locais suspeitos e testagem dos animais, e, especialmente, do isolamento e tratamento dos doentes.

Por Heloisa Alves/Portal Cavalus (Com informações do AgroRevenda)
Foto: Reprodução/Internet

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