A queda na temperatura traz ao criador, não apenas a preocupação com a gripe equina, mas também com a maior incidência de cólicas.
Os cavalos que sofrem com cólicas ficam inquietos, raspam o chão, sapateiam, dão coices, rolam no chão, deitam de costas, sentam igual aos cães, deitam e levantam com frequência.
De acordo com o médico veterinário Helio Itapema a principal causa da maior incidência de cólicas é a diminuição do consumo de água.
Assim como nos humanos, o cavalo precisa ingerir uma quantidade adequada de água para que o trânsito intestinal ocorra de maneira adequada. Com isso, quanto menos água ele bebe, mais o alimento fica concentrado no intestino aumentando o risco de compactação.
As compactações, explica o médico veterinário, promovem cólicas que podem levar a um quadro clínico e nos casos mais graves cirúrgico. “Muitas vezes você consegue desfazer a compactação na clínica, medicando bastante o animal, mas muitas vezes fica muito difícil de você desfazer e isso acaba gerando um processo cirúrgico”, alerta.
Dr. Helio Itapema explica que o cavalo possui uma propensão grande para a compactação, devido ao comprimento do intestino e por sua estrutura. O intestino do cavalo possui diferenças do lúmen intestinal que estão localizados no intestino grosso e essas diferenças facilitam a compactação do alimento.
“Existe uma estrutura do intestino grosso do animal chamada Flexora Pélvica. Ela tem em torno de 6 a 8 centímetros de diâmetro, enquanto a estrutura anterior a ela tem mais ou menos 30 centímetros de diâmetro, uma diferença muito grande de tamanhos de lúmen. Com isso, a chance de o alimento ficar parado nessa região é muito grande”, explica.
O fato do alimento ficar parado do intestino, faz o animal perder ainda mais água e, como no inverno sua necessidade de água é menor visto que ele sua menos e sente menos calor, o alimento acaba compactando e o animal sente as temidas cólicas”, pontua Itapema.
Além disso, explica Dr. Hélio Itapema, a qualidade do feno acaba diminuindo nessa época do ano, pela diminuição da quantidade de chuvas. Isso acaba deixando o alimento com menos fibras e líquido.
O que fazer na presença de cólica?
Ao observar que o animal está com cólica, o criador deve ser ágil, pois a doença evolui muito rápido. O primeiro passo é chamar pelo médico veterinário para que ele possa indicar o melhor tratamento.
Enquanto isso, o criador pode retirar o cavalo do celeiro e fazer com ele ande. Caminhar colabora com a movimentação do intestino, aliviando as dores.
Para evitar as cólicas, recomenda o veterinário, o criador pode fornecer bastante eletrolítico, controlar a quantidade de água ingerida pelo cavalo e evitar qualquer situação de desconforto com a água, como a presença de sujeira. “Deixe a água sempre fresca e bem limpa. A ingestão de sal também estimula o consumo de água, por isso, forneça à vontade”, finaliza Dr. Helio Itapema.
Por: Camila Pedroso
Fotos: Pixabay/ Pexel
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