Nutrição animal também engloba uma ração de qualidade, que é aquela que, por meio do conhecimento das reais exigências nutricionais de cada espécie, tecnologias alimentares e insumos de qualidade, fornece a melhor combinação de nutrientes para o animal, assegurando a absorção precisa de vitaminas, minerais e proteínas e o máximo aproveitamento de cada um de seus benefícios, incluindo a redução de custos. Afinal, quando se explora todo o potencial de uma dieta balanceada, é possível eliminar perdas na criação e gastos evitáveis, economizar recursos e aumentar a produtividade.
É preciso reforçar tudo isso, pois o preço da ração tem sido apontado como um dos grandes responsáveis pelo aumento no custo de produção da agropecuária. Contudo, essa é uma realidade que precisa ser analisada mais de perto, principalmente para desmistificar o protagonismo atribuído à indústria de nutrição animal e evitar que, numa tentativa errônea de enxugar despesas, produtores rurais abram mão de uma alimentação de qualidade, prejudicando sua performance comercial.
Preço dos insumos impactam na nutrição animal
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o valor de duas das principais matérias-primas para a fabricação de rações, o milho e a soja, subiram, respectivamente, 72,3% e 65,9% no mercado internacional em 2021. Sendo assim, se o segmento de proteína animal foi impactado pelo custo da alimentação, a indústria de rações, como uma transformadora, ou seja, um sistema de produção que modifica commodities, também sentiu um aumento de quase 70% no preço dos seus insumos.
No Brasil, o setor também está sob forte influência do dólar, que encerrou o ano passado em um crescimento de 7,47%, cotado a R$5,57. Fica evidente, portanto, que a desvalorização cambial forçou ainda mais a alta no valor das matérias-primas, sendo o custo das rações uma de suas consequências.
Sabendo que tanto a agropecuária quanto o mercado de nutrição animal estão sofrendo com o preço dos insumos, resta esclarecer que um arraçoamento mais barato e de qualidade inferior não é a melhor alternativa para produtores que desejam cortar custos.
Neste cenário, é preciso uma mudança de mentalidade, em que a nutrição animal usada no processo de produção deixa de ser vista como uma despesa para ser encarada pelo que de fato é: um investimento. Afinal, uma alimentação adequada, formulada com técnica, perícia e padrões de qualidade superiores impacta diretamente na produtividade, na saúde e desempenho dos animais, bem como na excelência do produto final, resultando em carnes e derivados mais saborosos, de aparência mais atrativa e com tempo de prateleira prolongado.
Os produtores rurais precisam garantir que estão extraindo o máximo de benefícios da ração utilizada e, isso só é possível através de fornecedores que fazem uma seleção criteriosa de ingredientes, que primam pela estratégia nutricional de seus alimentos, conhecem as necessidades zootécnicas de cada animal e investem em tecnologia e inovação.
É claro que existe o caminho mais curto, e os criadores podem apostar em opções mais baratas, com insumos e processos de qualidade inferior. Contudo, como toda aposta, devem estar preparados para arcar com os insucessos, como menor desempenho produtivo, baixa resistência animal, fácil propagação de doenças e produtos finais com valor de atração comercial prejudicados.
Por: João Manoel Cordeiro, Gerente de Produtos para Aquacultura da Guabi Nutrição e Saúde Animal
Fotos: Pixabay
Mais notícias no portal Cavalus