Conhecidos por serem compostos voláteis e aromáticos extraídos de plantas, geralmente por destilação a vapor, a aromaterapia por meio dos óleos essenciais, além de serem utilizados pela medicina humana, também podem trazer benefícios para os cavalos. E é essa a proposta que a médica-veterinária, Sabrina Mota, vem trazendo para o mercado equestre. “Esses concentrados poderosos de ervas e plantas fazem com que o corpo de um equino reconheça e use no equilíbrio delicado de sua saúde”, frisa.
Por serem considerados os primeiros medicamentos usados pelos mamíferos quando totalmente imersos no mundo natural, as plantas, atualmente, vêm retomando o lugar de importância com o advento da Aromaterapia e Aromaterapia Animal.
Segundo Sabrina, apesar de ter outras formas de aplicação, a inalação dos óleos essenciais é a prática mais comum e recomendada em equinos. “De acordo com o histórico do animal, fizemos a seleção de cinco óleos específicos para tal situação. A partir daí, é realizada calibração olfativa usando de uma técnica de zoofarmacognosia, onde o próprio cavalo vai mostrar o interesse pelo óleo essencial que ele sabe que precisa”, explica.
Ainda de acordo com a CEO da empresa AromaEquus, por serem substâncias altamente voláteis, ao destampar um frasco e aproximar das narinas do animal, as moléculas são absorvidas pelas mucosas, passando rapidamente para o sangue e cérebro. “Como a área olfativa do cérebro que recebe e processa os cheiros é a mesma relacionada aos instintos, humor, emoções e memória, podemos trabalhar na escolha de óleos de acordo com a necessidade de cada cavalo”.
Benefícios no uso dos óleos essenciais
Uma das vantagens dos tratamentos feitos com os óleos essenciais é que, com uma gota é possível tratar mais de um problema, seja de distúrbios físicos, seja de comportamento do animal. “Tratam-se de substâncias que interagem entre si e com o corpo do cavalo em um nível único”, conta Sabrina que enumerou os benefícios nesse tratamento.
– Relaxamento e redução do estresse;
– Alívio de dores e desconfortos;
– Estimulação do sistema respiratório;
– Melhoria da concentração e do foco;
– Melhoria do sono;
– Melhoria do humor e do comportamento.
Sabrina explica que todos os tipos de óleos essenciais “podem ser usados em equinos, desde que sejam oferecidos com a diluição correta, de qualidade e, seja respeitada a vontade do animal, conforme a calibração olfativa”.
No entanto, Sabrina chama a atenção para algumas substâncias que são proibidas pela Federação Equestre Internacional (FEI) quando se trata de animais de alta performance. “É importante lembrar que, apesar do fato dos óleos essenciais serem naturais, não é apenas ‘um cheirinho que só faz bem’, são compostos químicos que entram no sistema circulatório, passam pelo fígado e são excretados pelos rins”.
Conforme ela, como exemplo de substâncias controladas descritas na lista da FEI, há o óleo essencial de Valeriana – usado como tranquilizante para os cavalos de provas, mas que se detectado em exame antidoping ocasionará desclassificação do animal.
A médica-veterinária conta como em tempos modernos, onde o manejo dos equinos se distancia da sua natureza, ela atua com a aromaterapia. “Meu trabalho é aproximar esses animais das suas raízes e uma das formas de fazer isto é usando os óleos essenciais, associados a outras técnicas para diferentes situações, mas sempre com o mesmo objetivo, o bem-estar e qualidade de vida dos meus pacientes”, finaliza.
Por Wesley Vieira/Portal Cavalus
Fotos: Divulgação/Sabrina Mota
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