A ração que os cavalos comem abastece sua força muscular de mais maneiras do que você imagina. Assim, para uma boa resistência em cavalos, alimente as bactérias intestinais certas.
De acordo com um novo estudo, as células musculares criam energia. Com base não apenas nos nutrientes disponíveis, como também no que os microorganismos no intestino lhes dizem para fazer. E isso varia de acordo com o que os cavalos comem.
Existem alguns tipos de bactérias na microbiota intestinal que favorecem a produção de energia. São bactérias intestinais em um nível (celular) que melhoram, por consequência, o desempenho dos cavalos.
É o que diz a equipe de pesquisa em Biologia Integrativa e Genética Equina, do Instituto Nacional de Pesquisa de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRA), em Jouy-en-Josas, França.
A microbiota do intestino apresenta, então, tipos variáveis de microorganismos de cavalo para cavalo. Depende de como são alimentados, administrados e exercitados, entre muitos outros fatores.
Embora estudos já tenham mostrado como a microbiota intestinal atua na saúde de um cavalo, esse novo estudo francês sugere que esses microorganismos também afetam de forma positiva a a capacidade atlética.
Ao enviar sinais por meio de compostos que eles produzem, a microbiota intestinal parece afetar a maneira como as mitocôndrias geram energia. Por mitocôndrias entendemos as ‘usinas de energia’ dentro de cada célula.
E quando o intestino tem a mistura certa de microorganismos, seus sinais parecem codificar para produção otimizada de ácidos graxos, uso de oxigênio. E ainda apresentam inflamação e açúcar no sangue reduzidos.
Bactérias intestinais: as poderosas mitocôndrias geradoras de energia
As mitocôndrias são uma das muitas partes celulares especializadas dentro de cada célula que a mantém viva e funcionando. Mas, são especiais: são as únicas organelas com membrana dupla. E, mais importante, são as únicas com seu próprio DNA (menor) separado do DNA da célula (que é ‘o’ DNA do todo animal).
Essas usinas celulares aparentemente recebem sinais por meio de metabólitos – as pequenas moléculas criadas quando as bactérias no intestino se decompõem e transformam moléculas maiores do alimento que entra no trato digestivo.
E quando eles recebem esses sinais, as mitocôndrias mudam a maneira como produzem energia de acordo com o tipo de mensagem que está nesses sinais.
Esse estudo é um dos primeiros a conectar a microbiota intestinal com as mitocôndrias em cavalos ou qualquer outra espécie. A descoberta se deu quando a equipe de pesquisa coletou amostras de sangue de 20 cavalos árabes antes e depois de uma das várias corridas de resistência na França.
Também coletaram amostras fecais dos cavalos pouco antes da corrida para sequenciar os microrganismos que vivem em seus intestinos. Assim, observaram que dos cerca de 6.000 genes ativados pelo DNA dos cavalos durante a corrida, 801 tiveram alguma conexão com o funcionamento das mitocôndrias.
Eles usaram o sequenciamento para comparar este perfil de ativação com os perfis da microbiota dos cavalos para identificar as diferentes espécies de microrganismos. Como a microbiota dos cavalos pode variar consideravelmente dependendo de uma variedade de fatores, eles queriam ver quais eram os perfis específicos da microbiota de cavalos de resistência de alto nível.
Fonte: The Horse | Instituto Nacional de Pesquisa de Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente (INRA) | Jouy-en-Josas, França
Crédito das fotos: The Horse
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