Pequenos e perigosos: doenças em equinos transmitidas por mosquitos

Saiba mais sobre a Encefalomielite Equina Oriental, Encefalomielite Equina Ocidental e o Vírus do Nilo Ocidental; como você pode proteger melhor seu cavalo

Notícias recentes descrevem a perda acelerada de espécies de vida selvagem devido a mudanças significativas no habitat e nas fontes de alimento. Mas uma criatura que parece estar prosperando é uma das mais perigosas do mundo: os mosquitos.

Doenças transmitidas por mosquitos afetam todos os mamíferos, com alguns dos mais virulentos, infectando cavalos e humanos de forma semelhante. Dessa forma, causam Encefalomielite Equina Oriental, Encefalomielite Equina Ocidental e o Vírus do Nilo Ocidental

A boa notícia é que os cavalos não podem espalhar essas três doenças para outros cavalos ou humanos, e vice-versa.

Mosquitos fêmeas são os vetores intermediários ou ‘ponte’ que causam a infecção. Os pássaros (e às vezes roedores) são portadores dos vírus, mas nem sempre apresentam sinais clínicos.

Os mosquitos picam os pássaros e pegam o vírus; então, esses mosquitos transmissores passam o vírus para cavalos, humanos ou outras aves. Não só os cavalos, como também as pessoas são considerados hospedeiros ‘sem saída’.

Ou seja, não têm vírus infecciosos suficientes em seu sangue para transferir, através de mosquitos ou fluidos corporais, para outros humanos ou animais.

Encefalomielite Equina Oriental

Os mosquitos Culiseta melanura transmitem a Encefalomielite Equina Oriental. Dessa forma, causam doenças neurológicas graves em cavalos, com uma taxa de mortalidade de 90%. Além de ter febre, cavalos infectados desenvolvem uma marcha descoordenada (ataxia) e freqüentemente apresentam espasmos musculares involuntários.

Os sinais encefálicos progressivos se desenvolvem: pressão na cabeça, perambulação sem rumo, convulsões, hiperexcitabilidade e coma. Uma vez que um cavalo deita, ele não consegue se levantar.

É difícil de diagnosticar porque é um vírus de difícil cultivo e causa sintomas muito similares a outras encefalites ou encefalomielites. No Brasil é mais comum a Encefalite Equina do Leste. Mas encontramos em algum momento o vírus da Encefalomielite Equina Oriental em aves da Amazônia, no Pantanal e na mata atlântica do Rio de Janeiro.

Temperaturas úmidas favorecem a que a população de mosquitos cresça. Por isso, a vacinação do seu cavalo deve estar em dia.

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Encefalomielite Equina Ocidental

Culex tarsalis é o mosquito transmissor. No Brasil têm sido isolados ou detectados sorologicamente três Alphavirus que têm grande importância epidemiológica e que estão amplamente distribuídos no continente Americano. Entre eles, a Encefalomielite Equina Ocidental.

Uma doença neurológica semelhante à Oriental, cujo a taxa de mortalidade entre cavalos infectados é de 40-50%. Nos últimos anos, houve uma queda dramática nos casos de equinos, nenhum relatado no oeste dos Estados Unidos desde 2004, por exemplo.

No entanto, pássaros e mosquitos ainda abrigam o vírus, então os veterinários recomendam vacinar cavalos anualmente como uma proteção. O vírus da Encefalomielite Equina Ocidental foi isolado pela primeira vez por aqui em equinos no Estado do Rio de Janeiro. 72 espécies de aves tinham anticorpos para o Ocidental, ou seja, tiveram contato com o vírus.

Vírus do Nilo Ocidental

A Febre do Nilo Ocidental é uma doença causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, assim como os vírus da Dengue e da Febre Amarela. Transmitido por meio da picada de mosquitos infectados, principalmente do gênero Culex.

Os hospedeiros naturais são algumas espécies de aves silvestres, que atuam como amplificadoras do vírus (viremia alta e prolongada) e como fonte de infecção para os mosquitos.

Os sintomas mais comuns estão associados com a injúria da medula-espinhal. Nos equinos os sinais da enfermidade neurológica causadas pelo vírus do Nilo Ocidental podem incluir ataxia, perda de apetite, depressão, perda de equilíbrio, contração muscular, paralisia facial, diminuição da visão, enrijecimento no pescoço, marcha confusa, convulsões, voltas em círculos e incapacidade para ingerir.

Fonte: The Horse | Nancy S. Loving, DVM
Crédito das fotos: Divulgação/iStock

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