Podologia com recursos digitais em cavalos de esporte

A história do ser humano sempre andou a cavalo, deste o início da Civilização

A preocupação de casquear e ferrar os cavalos para proteção dos cascos dos cavalos nas grandes viagens e batalhas é milenar! Sem cascos e membros locomotores saudáveis era impossível de realizar qualquer atividade seja de transporte ou esportivas. A lição que trazemos da antiguidade é a necessidade de respeitar o equilíbrio natural dos cascos e membros.

A raça Quarto de Milha apresenta algumas particularidades em relação aos cascos. Os QM de trabalho sempre foram animais de grandes massas musculares e cascos fortes. Com o crescimento das modalidades de velocidade como a Corrida e o Tambor, os cruzamentos foram direcionados para animais com sangue PSI, ganhando tamanho e velocidade. Porém com cascos menos rústicos e com talões mais baixos e pinças mais longas.

Atualmente, o estudo da Podologia Equina vem se tornando uma especialidade fundamental para o completo equilíbrio dos cascos em relação aos membros locomotores. Os cascos dos cavalos sofrem diversas distorções, causado por vários fatores, entre eles:

– Desvios angulares e flexurais congênitos e adquiridos

 – Casqueamento e ferrageamento incorreto ou tardio

– Doenças metabólicas e ortopédicas associadas (ex: Laminite)

Com o avanço da tecnologia da Radiologia Digital, associado à Podologia, podemos mensurar e quantificar estas distorções, que levam ao desequilíbrio das estruturas da coluna óssea dos membros, provocando lesões em ósseos, tendões e ligamentos.

Atualmente a Radiologia nos permite avaliar, medir e relatar as estruturas ósseas com a cápsula do casco e corrigir e manter a configuração mais natural e confortável para animal, que melhora o desempenho e muitas vezes nos ajuda no tratamento das patologias associadas.

Através de recursos radiográficos e fotográficos podemos ver a correta localização dos ossos, orientando o casqueamento e sugerindo técnicas de ferrageamento, para otimizar o movimento e melhorar a circulação dos cavalos de esporte.

cavalos de esporte

Na primeira imagem observa-se um casco com o ângulo palmar negativo, desvio de quartela, pinça longa e desequilíbrio entre pinça e talões. Na segunda imagem com as correções e com ferradura, ajudando na correção e no movimento.

Quando analisamos a estrutura equina e a biomecânica, observamos que essas estruturas complexas de pequeno tamanho suportam todo o peso e potência que o animal exerce tanto em tensão quanto a rotação e a tração.

No interior do estojo córneo estão complexas estruturas, como ligamentos, articulações, tendões e pequenos ossos que serão afetados por estas forças e pelas alterações no equilíbrio com desvios de aprumos e com o casqueamento e ferrageamento.

Embora seja verdade que algumas dessas modificações podem trazer melhorias imediatas, em certas estruturas de interesse, também é uma realidade que em longo prazo pode causar alterações, desconforto ou lesões em outras estruturas causando desmitis, tendinites, entesofitoses ou processos de artrose degenerativos, entre outros.

Muitas vezes estas lesões são tratados individualmente e a um alto custo para o proprietário, algumas vezes apresentando melhorias, com prováveis recorrências das patologias ao longo do tempo, perpetuando, adquirindo certa cronicidade e diminuindo a resposta a tratamentos futuros. Isso porque esquecemos a causa raiz que originou essas patologias e que deveria ser o centro de nossa atenção: o desequilíbrio dos cascos.

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Por Roberto @bobivetequi | (11) 99983-2425 | bobivet@uol.com.br
*Médico Veterinário, formado pela UNIMAR em 1993, Residência em Clínica e cirurgia de equinos no Jockey Club de São Paulo, em 1994. Especialização em Medicina Esportiva Equinos em 2000. Mestrado em Criação e Nutrição de Equinos pela Universidade de São Paulo em 2011. Professor de Pós-graduação em Diagnóstico por Imagem; e Facundo Julian Gomez (11) 97372-0676 | facundo_dillon@hotmail.com.ar| @facu.dillon

Fonte: Editora Passos | Fotos: Cedidas

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