Primeiras horas de vida do potro são cruciais para a sobrevida do animal

Médico veterinário Dr. Orpheu Ávila Júnior ressalta a importância dos cuidados neste período e principalmente a intervenção rápida em casos de irregularidades

As primeiras horas de vida de um potro são cruciais para a garantia de sobrevida do animal. Por isso, os proprietários devem estar atentos ao potro para que em caso de alguma intercorrência, intervir rapidamente e aumentar as chances de salvar o animal.

Segundo o médico veterinário Dr. Orpheu Ávila Júnior o mais importante a ser observado é a ingestão do colostro. “O colostro é o que vai proteger o potro, a égua passa a imunidade a cria através das imunoglobulinas absorvidas nas primeiras mamadas, por isso precisamos estar muito atentos”, ressalta o veterinário.

Atenção com a égua

Os cuidados e a atenção devem começar ainda na gestação da égua com o oferecimento de alimentação adequada e suplementos para garantir a sua saúde.

Além disso, quando estiver chegando a hora do parto, o criador deve observar se a gestante já começou a produzir o mojo.  Para descobrir, existe um exame que mede a quantidade de minerais presentes na cera que, neste período, se deposita na ponta do teto, a conhecida “velinha”. Próximo do momento do nascimento, o teto fica com essa cerinha, possibilitando a realização do exame. “Mas, se o criador não tem acesso a essa tecnologia, basta observar a presença da velinha na ponta do teto. Se ela apareceu, é sinal que o parto está próximo”, explica Ávila.

Ao nascer, é preciso observar se a égua possui colostro e se o mesmo é de qualidade. “Após o nascimento, através do colostrôdomo, podemos medir a qualidade do colostro produzido pela égua. Ele precisa ter uma quantidade adequada de imunoglobulinas para que o potro possa ingerir”, explica.

Após verificar a qualidade do colostro, é preciso observar se o filhote está mamando o necessário. Ele precisa mamar este colostro nas primeiras 20 horas pós-parto, pois neste momento as mucosas do seu intestino estão preparadas para receber esse nutriente. Após, seu intestino sofre uma mudança e o potro não consegue mais absorver.

“Em um potro sadio, você vai observar que ele está com bons reflexos e no máximo de duas em duas horas ele vai levantar para mamar. Um potro recém-nascido ingere entre 250 e 300 ml de leite a cada duas horas”, ressalta.

Mas como saber se o potro está consumindo a quantidade indicada?

Simples, basta puxar o umbre da égua, sempre com as mãos higienizadas para não contaminar, ordenhar um pouco e observar se sai leite. “Este é um teste muito importante, pois se o potro não mamar bem, ele pode vir a óbito. Existem medicamentos específicos que podem ser administrados para que a égua tenha leite, além de um reforço na alimentação. Vale observar que se o potro está o tempo todo tentando mamar, pode ser um sinal que a mãe está sem leite”, ressalta Ávila.

Em casos que a égua não consegue produzir leite, o proprietário deve entrar com aleitamento artificial. “Potros que não mamam é sinal de problema e precisa ser investigado pelo veterinário. É necessário intervir rapidamente, pois o potro pode vir a óbito”, finaliza.

Por Camila Pedroso / Redação Cavalus

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