Raiva em equinos

A Raiva é uma doença de presença global, relatada desde a antiguidade, que pode acometer todos os mamíferos, inclusive o homem.

Trata-se de uma doença aguda, letal e que promove encefalomielite progressiva. É uma zoonose de extrema relevância, portanto sua ocorrência é de notificação compulsória para os médicos veterinários.

O vírus da raiva possui como reservatórios os morcegos (hematófagos ou não), gambás, lobos e raposas, entre outras espécies. A principal forma de transmissão do vírus aos equídeos ocorre por meio de mordidas de animais silvestres. A doença pode assumir a forma agressiva ou silenciosa, sendo esta última a mais frequente nesta espécie.

Patogenia e sinais Clínicos

Após a mordida de um animal infectado, o vírus se replica inicialmente nas células musculares, se movimentando até o sistema nervoso central, atingindo a medula e o cérebro. Devido ao fato de poderem se replicar em qualquer parte do sistema nervoso, os sinais clínicos são muito variáveis e dependentes do local acometido. Geralmente o período de incubação é de, em média, 12 dias, com morte dos animais cerca de cinco dias após o aparecimento dos sinais clínicos.

Diagnóstico

Não existe nenhuma forma confiável de diagnóstico antemortem de raiva para equídeos. Devem ser consideradas as manifestações clínicas e a situação epidemiológica da raiva na região ou no local. Ao manifestar os sintomas neurológicos, o animal suspeito deve ser isolado e a sua morte aguardada ou ainda promovida a eutanásia. Notifica-se imediatamente o Serviço de Defesa Sanitária oficial (Casa da Agricultura ou Escritório de Defesa local). A necropsia e colheita do material para diagnóstico poderá ser feita pelos técnicos oficiais responsáveis ou pelo próprio veterinário autônomo. É importante adotar todas as medidas de proteção individual para os profissionais que entrarem em contato com o animal suspeito (luvas, óculos de proteção, máscaras, jalecos/macacões, botas de borracha).

Tratamento

Não existe tratamento para a raiva, é uma doença letal.  Todas as pessoas que tiverem contato direto com animal suspeito ou suas secreções orais devem procurar o serviço de saúde local, onde será efetuada a profilaxia pós-exposição, se necessário.

Prevenção

A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação dos animais sadios. O protocolo de vacinação pede que sejam vacinados nas seguintes idades: três meses; 30 dias após a primeira dose; Revacinação anual. Em equinos, a vacina deve ser administrada na dose de 2mL, via intramuscular profunda.

Precauções e Cuidados

– Conservar a vacina entre 2ºC e 8ºC e ao abrigo da luz solar

– Agitar bem o frasco antes de usar

– Não vacinar animais doentes ou estressados

– Utilizar agulhas e seringas esterilizadas

– Manter fora do alcance das crianças e animais domésticos


Por Roberta Carvalho Basile
Docente de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais na Universidade Camilo Castelo Branco, Descalvado/SP. Doutora em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual Paulista – Unesp Jaboticabal/SP.
Fonte: Ouro Fino Saúde Animal

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