Em Goiânia (GO), o Instituto Equestre Camilla Costa enfrenta uma tragédia. Nove cavalos morreram desde o início da semana com suspeita de intoxicação causada por feno contaminado. A potra Galega, que faleceu na madrugada desta quarta-feira (15), foi a mais recente vítima. Outros 30 animais seguem sob cuidados intensivos, apresentando sintomas compatíveis com envenenamento.
Até o dia 9 de outubro, o instituto abrigava 52 cavalos, utilizados em sessões de equoterapia — prática terapêutica que utiliza o cavalo como instrumento de desenvolvimento físico e emocional para pessoas com deficiência ou necessidades especiais. A confirmação das mortes foi feita pela proprietária e atleta Camilla Costa Gomide, que lamentou profundamente as perdas.
Os animais que morreram foram identificados como Tronchinha, Chico, Man Olena, Boneca, Isa, Zorreiro, Fênix, Babalu e Galega.
Suspeita e primeiros sintomas
Os primeiros sinais do problema surgiram na tarde de segunda-feira (13), por volta das 16h, quando 11 animais começaram a apresentar sintomas de cólica logo após se alimentarem do feno. Em poucas horas, o número de cavalos afetados subiu para 20, e 12 deles precisaram ser internados para tratamento emergencial.
A equipe veterinária do instituto, com o apoio de profissionais da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG), iniciou protocolos de hidratação, estabilização e controle de dor. Apesar dos esforços, vários animais não resistiram.
Mobilização e solidariedade
Diante da gravidade da situação, o instituto pediu ajuda nas redes sociais, solicitando doações de medicamentos, insumos e apoio financeiro para continuar o tratamento dos animais sobreviventes. A mobilização comoveu tutores, atletas e simpatizantes da causa equestre em todo o país.
A estudante de medicina veterinária Samy Castro, que atua no local, destacou a sensibilidade dos cavalos: embora sejam animais de grande porte, são extremamente suscetíveis a desequilíbrios alimentares, estresse ou ingestão de substâncias tóxicas. Essas condições podem provocar cólicas graves, levando à desidratação, choque e até à morte.
Investigação em andamento
Segundo a diretora Camilla Costa, as primeiras mortes ocorreram entre os dias 11 e 12 de outubro. Há suspeita de que o feno utilizado na alimentação dos animais estivesse contaminado por toxinas produzidas por fungos. O lote havia sido adquirido há cerca de 40 dias.
Amostras do alimento foram enviadas para análise laboratorial, e um boletim de ocorrência foi registrado. O resultado dos exames deve confirmar a presença ou não de micotoxinas, que são substâncias potencialmente letais quando ingeridas pelos equinos.
Atualmente, 27 cavalos permanecem sob acompanhamento veterinário. Destes, 16 apresentam sinais de melhora, mas o quadro geral ainda é delicado. Muitos animais perderam peso e seguem em observação constante.
Luto e esperança
A comunidade equestre tem manifestado apoio e solidariedade ao Instituto Camilla Costa, reconhecido pelo trabalho social por meio da equoterapia. Apesar da dor, a equipe mantém a esperança de recuperar os animais que resistiram e evitar novas perdas.
“Estamos fazendo tudo o que é possível por eles. Esses cavalos são parte da nossa família”, declarou a diretora.
Fonte: Metrópoles
Fotos: Reprodução/Pixabay
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