Cavalos atletas e cavalos de lida, por causa de suas atividades, estão mais propensos à desenvolverem a tenossinovite.
Tenossinovite significa inflamação nos tendões dos cavalos. Trata-se de um problema importante que prejudica, e muito, o bem-estar dos animais. Assim como nos casos em humanos, a enfermidade causa dor e deve ser tratada de forma rápida e eficaz.
Por afetarem os tendões, a doença acaba acometendo mais os animais atletas pela sobrecarga de atividades realizadas nos esportes.
Segundo o mestre em medicina veterinária pela Universidade de São Paulo, Thales Vechiato, entre os diversos motivos que podem ajudar no desenvolvimento da tenossinovite, podemos destacar o excesso de jornada e a sobrecarga dos cavalos.
“Além disso, questões relacionadas ao manejo e ao solo em que o equino se locomove, por exemplo, podem ser fatores de risco para que os animais apresentem a doença”, afirma Vecchiato.
De acordo com a Dra. Bruna Nogueira, médica veterinária e Analista Técnica de Marketing da linha de Grandes Animais da Syntec do Brasil, a dor é o principal sintoma da enfermidade para o animal, levando à claudicação.
“A tenossinovite causa sinais locais na região dos tendões como calor excessivo, dor à palpação, aumento de volume, distensão e espessamento, podendo levar também a sinais sistêmicos como depressão, febre e anorexia”, explica Dra. Bruna.
A veterinária ainda ressalta que nos casos de lacerações, é preciso ter muita atenção para perceber quais estruturas podem estar acometidas, pois podem levar a uma tenossinovite séptica.
“Tenossinovite séptica é uma lesão com contaminação e infecção do animal. Nem sempre somente o exame clínico é suficiente para perceber esses problemas. Por isso, é necessário ter o acompanhamento de um especialista para realizar exames complementares como a ultrassonografia”, alerta.
Tenossinovite séptica e asséptica
A tenossinovite em equinos é um processo inflamatório da chamada “bainha tendínea” e pode ser séptica ou asséptica. A tenossinovite séptica resulta da infecção presente na corrente sanguínea ou de perfurações, lacerações e infiltrações que podem levar bactérias para dentro da estrutura de articulações sinoviais. Já a asséptica acontece quando não há infecção – nesse caso, pode ser classificada como aguda ou crônica.
“Geralmente, quando um equino apresenta tenossinovite asséptica o quadro possivelmente está relacionado a exercícios inadequados ou extenuantes ou mesmo trabalhos exagerados. Em menor escala, o problema pode estar associado a defeitos de aprumo”, explica Vecchiato.
“Nem sempre o exame clínico é suficiente para perceber esses problemas. Por isso, é necessário ter o acompanhamento de um especialista”, aponta Vecchiato.
“Somente um médico veterinário pode definir o melhor tratamento a ser adotado, após realizar uma criteriosa avaliação do estado de saúde do cavalo. Entre os tratamentos indicados com mais frequência, a fisioterapia e a acupuntura são duas das possibilidades”, explica Dra. Bruna.
Tratamento da tenossinovite
Para o tratamento da enfermidade, o animal precisa ser afastado temporariamente de suas atividades. “Não existe um tempo determinado, pois esse depende da extensão da lesão, quais estruturas foram afetadas, da eficácia do tratamento e da recuperação do cavalo, situações que podem variar. Em casos agudos, o animal pode ficar em torno de 15 dias fora de suas atividades, podendo prolongar seu período de recuperação para meses em casos crônicos”, ensina Dra. Bruna.
A tenossinovite pode afetar cavalos de todas as idades. Contudo, a enfermidade é mais comum na fase adulta. Afinal, nesta etapa da vida, os animai já possuem desgaste dos tendões.
Para prevenir a doença, Dra. Bruna ressalta algumas dicas. “Algumas ações podem ajudar a prevenir a tenossinovite. Uma delas é cuidar para que o animal tenha seus períodos de descanso e recuperação rigorosamente respeitados. Vale lembrar que caso o animal já esteja acometido, o mais indicado são soluções não esteroides à base de meloxicam 3%, que bloqueiam a biossíntese das prostaglandinas e, consequentemente, a liberação dos mediadores responsáveis pelos processos inflamatórios”, ressalta.
A veterinária ainda aponta que existem algumas soluções antipiréticas e analgésicas, sendo indicadas para casos agudos da doença. “Outra iniciativa importante é não exceder a jornada de atividades, nem sobrecarregar os animais. Mais do que evitar o desgaste dos tendões e possíveis lesões, com isso o criador estará contribuindo para manter o animal sempre com boa performance, mantendo o bem-estar e a saúde”, finaliza.
Por: Camila Pedroso
Fonte: Assessoria Syntec do Brasil
Fotos: Divulgação/ Pixabay
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