Tétano é uma enfermidade importante na clínica de equinos

Devido à sua elevada taxa de mortalidade, o tétano em equinos também é perigoso pelo fato de o período de convalescença dos sobreviventes ser longo

Entre os sinais clínicos de Tétano nos equinos, rigidez muscular, acompanhada por tremor, trismo mandibular. Bem como prolapso da terceira pálpebra. Ainda cauda rígida e afastada do corpo, especialmente quando o animal recua ou se vira. Além disso, há posicionamento ereto das orelhas, retração das pálpebras e dilatação das narinas, bem como por hiperestesia.

Desse modo, o diagnóstico do Tétano em equinos é realizado com base nos sinais clínicos apresentados pelos animais. É importante, então, eliminar a fonte de bactérias e toxinas do organismo animal. Da mesma forma que é importante controlar os espasmos musculares e fornecer tratamento e suporte. A saber: hidratação e nutrição são fundamentais para um tratamento eficaz. Embora o prognóstico seja considerado reservado, há variação conforme o tempo de evolução e intensidade dos sinais clínicos.

Considerando a taxa de mortalidade em equinos de até 80%, é fundamental manter um controle e profilaxia adequados. Antes de mais nada, o controle mais efetivo é a imunização através de vacinas. Aplica-se a primeira dose e, após 30 dias, administra-se a segunda. Recomendado um reforço anual. Caso suspeite que seu animal está com tétano, consulte um médico veterinário imediatamente. Com efeito, a prevenção do tétano sempre será a  melhor solução para seu plantel.

Tétano em equinos

O Clostridium tetani é uma bactéria gram positiva. Assim, encontrada sob forma vegetativa ou esporulada em função das condições de tensão de oxigênio no ambiente. Desse modo, isolado do conteúdo gastrointestinal dos herbívoros, tem na contaminação fecal a responsável pela propagação das bactérias no solo. Há formas esporuladas do C. tetani em maior frequência em regiões tropicais e terrenos abandonados. Locais em que se realizam atividades agropecuárias e permanecem viáveis por anos.

Antes de tudo, há locais mais propícios para a proliferação do C. tetani, devido a formação de anaerobiose. Entre eles, feridas, infecções do ônfalo, abscessos causados pela aplicação de injeção. E ainda infecções uterinas, feridas puntiformes nos cascos ou tecidos moles. Uma infecção bacteriana secundária é possível, assim como necrose tecidual, acúmulo de pus e presença de corpos estranhos.

Devido à sua elevada taxa de mortalidade, o tétano em equinos também é perigoso por conta do período de convalescença ser longo
Animal com tétano apresentando posição de ‘cavalete’ e orelhas eretas

Feridas

Nessas feridas, quando há condições ideais de baixa tensão de oxigênio, há a multiplicação do C. tetani e produção de três toxinas: tetanospasmina, tetanolisina e uma toxina não espasmogênica.

A tetanolisina é uma hemolisina promotora de necrose tecidual local, favorecendo a multiplicação e disseminação do C. tetani. Enquanto a tetanospasmina é a toxina neurogênica. Depois de produzida, difunde-se pela circulação sanguínea até os nervos periféricos. Parece agir inibindo a liberação de glicina, neurotransmissor que promove a descontração muscular.

Desse modo, a musculatura permanece contraída, observando-se assim a espasticidade. Existe também a produção de uma toxina não espasmogênica, que causa alguns fenômenos autônomos que são resultado da hiperestimulação do sistema nervoso simpático.

REFERÊNCIAS

  • Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos
  • Veterinária e Zootecnia; Manual of  Equine  Emergencies
  • Clínica Veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos
  • Equine Neurology
  • Tratado de medicina interna de grandes animais

 Por Fernanda Tamara Mobaid Romão
Médica Veterinária, Diretora do Hospital Veterinário da FAEF, em Garça/SP | Clínica Responsável do Haras Ysabruje, em Duartina/SP
Crédito das fotos: Hospital Veterinário de Grandes Animais FAEF
Na foto de chamada: Equino com tétano apresentando sudorese, espasticidade, cauda em bandeira, orelhas eretas 

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