Antes de mais nada, a infecção por Rhodococcus equi (R. equi) é uma importante causa de morbidade e mortalidade entre potros de 3 semanas a 6 meses de vida. A manifestação clínica mais comum é a broncopneumonia piogranulomatosa com formação de abcessos.
Manifestações extra-pulmonares
Além das lesões pulmonares, são inúmeras manifestações extra-pulmonares (MEP) da infecção pelo Rhodococcus equi. Em alguns casos, as MEP são subclínicas ou diagnosticadas apenas na necropsia. Em outros, as MEP são as primeiras alterações notadas no potro, levando posteriormente ao diagnóstico da broncopneumonia.
Pesquisas
Um estudo de 2009, Reuss et al. avaliaram 150 potros com broncopneumonia causada por R. equi. onde 74% apresentaram pelo menos uma das 39 diferentes MEP identificadas. Cada potro possuía, em média, 2 alterações, com alguns animais apresentando até 9 manifestações diferentes da doença. Em uma menor proporção de casos, o desenvolvimento das MEP acontece sem que o animal apresente qualquer sinal clínico ou evidência post mortem de broncopneumonia.
Tratar o potro com antibióticos, normalmente resolve a pneumonia, mas há a chance das MEP ainda progredirem e causar a morte ou eutanásia do potro. A taxa de sobrevivência verificada entre potros que apresentam manifestações extra-pulmonares é menor em relação àqueles apenas com broncopneumonia.
Sendo assim, a inalação da bactéria é a rota mais importante para a infecção pulmonar. Além disso, a ingestão da bactéria é também uma forma de exposição ao R. equi, mas raramente leva à pneumonia por via hematógena. Acredita-se que a bacteremia seja o mecanismo pelo qual a bactéria sai do pulmão e chega a tantos tecidos e órgãos diferentes, resultando nas MEP da doença. No entanto, não se sabe exatamente porque alguns potros desenvolvem lesões extra-pulmonares enquanto outros apresentam apenas o clássico quadro de pneumonia.
Conclusão
Dessa forma, potros com sinais de pneumonia por R. equi devem ser submetidos a uma avaliação clínica completa e diagnóstica, levando em consideração as diferentes MEP possíveis da doença, uma vez que elas podem afetar o tratamento e o prognóstico.
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Por Ana Claudia Gorino e Alfredo Poci Ferri, Médicos Veterinários da Clínica Equus
Crédito da foto: Divulgação/ProEquus