Saúde & Bem-estar

Artrite séptica e osteomielite: por que os neonatos são tão susceptíveis?

Neste artigo assinado por Ana Claudia Gorino e Alfredo Poci Ferri, Médicos Veterinários da Clínica Equus, você fica sabendo mais detalhes sobre esse processo inflamatório do tecido ósseo causado por bactérias

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A artrite séptica e a osteomielite representam graves ameaças à vida do potro, bem como ao seu futuro atlético.

Patogênese

Nos neonatos, a infecção de uma articulação geralmente ocorre via disseminação hematógena, durante um quadro transitório ou persistente de bacteremia. A bactéria chega a diferentes órgãos e tecidos do neonato, incluindo ossos e articulações, através da corrente sanguínea.

Pneumonias, diarreias, infecções umbilicais e placentites podem ser as patologias primárias que favorecerão o desenvolvimento da artrite séptica ou da osteomielite mais tarde. Há risco, inclusive, de infecção de múltiplas articulações e osteomielite simultânea, o que é incomum no adulto.

Por esses motivos, todo potro deve ser examinado de forma completa para que se descarte outras afecções que podem estar associadas ao quadro ortopédico.

Colonização articular facilitada

A membrana sinovial e o osso subcondral dos neonatos são altamente vascularizados. O vasos são muito permeáveis, têm baixo fluxo e baixa pressão sanguínea. Essas características facilitam a translocação e deposição de bactérias nesses tecidos.

Além disso, até 7 a 10 dias de vida o risco é ainda maior. Afinal, o potro possui vasos transfiseais, que facilitam a propagação das bactérias da através da epífise para o osso subcondral e superfície articular.

Sendo assim, a bactéria se propaga a partir do osso subcondral da epífise para a cartilagem e então para a cavidade sinovial. Conforme a epífise “amadurece”, esses vasos transfiseais regridem e a incidência desse tipo de infecção diminui.

Fatores de risco

Sobretudo, potros prematuros ou dismaturos, potros que demoram a se levantar após o nascimento e aqueles que falham em absorver adequadamente as imunoglobulinas presentes no colostro apresentam maior risco de desenvolver infecções ósseas e articulares.

A falha de transferência de imunidade passiva (FTIP) é o maior fator de risco associado à bacteremia. Um estudo indicou que o risco de desenvolvimento de artrite séptica é de 78% em potros com FTIP.

Além disso, até 45% dos potros com septicemia podem desenvolver algum tipo de doença ortopédica infecciosa.

Prevenção

Práticas de manejo simples como garantia de acompanhamento do parto, imunização através do colostro, desinfecção adequada do coto umbilical e higiene do ambiente podem reduzir significativamente a incidência de todas essas doenças.

Texto: Ana Claudia Gorino e Alfredo Poci Ferri, Médicos Veterinários da Clínica Equus

Instagram: @pro.equus | E-mail: [email protected] | Telefone: (11) 99918 – 3403

Crédito da foto: Divulgação/ProEquus

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