Até o momento, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021 estão confirmados pelo Comitê Olímpico Internacional. Dessa forma, as provas de Hipismo acontecerão de 23 de julho a 8 de agosto. Adestramento, Concurso Completo de Equitação e Salto terão suas disputas no Parque Equestre Baji Koen, sede da modalidade na Olimpíada Tóquio de 1964.
Ao longo da história da competição, os resultados do Time Brasil de Salto em Jogos Olímpicos são, sem dúvida, de maior expressão dentre as modalidades do Hipismo. São duas medalhas de bronze por equipe – Atlanta 1996 e Sydney 2000 -, além do ouro individual de Rodrigo Pessoa – Atenas 2004.
Mas o Brasil teve bom desempenho em diversas outras edições do maior evento esportivo do planeta. Disputou, acima de tudo, as medalhas de igual para igual com as melhores equipes e cavaleiros do mundo.
Na grade de programação para o Hipismo, o Salto acontece de 3 e 7 de agosto de 2021, no finzinho dos Jogos. Aproveitando a proximidade da competição, pouco mais de três meses do seu início, a Confederação Brasileira de Hipismo apresentou um retrospecto da participação brasileira desde a estreia em Londres 1948.
1948 | Londres – Inglaterra
Foi a primeira Olimpíada em que o Brasil participou no Salto com uma equipe formada somente por militares. General Edgar Amaral, chefe da delegação, comandou o tenente-Cel. Franco Pontes, os capitães Rubem Contentino, Eloy Menezes, e o tenente Renyldo Pedro Guimarães Ferreira. De curioso, a viagem dos cavalos por navio durou 32 dias. Melhor colocação do Brasil, portanto, foi o 10º lugar de Franco Pontes com Itaguaí.
1952 | Helsinque – Finlândia
Quarto lugar foi o melhor resultado dessa segunda participação brasileira no Salto. No individual, Eloy Menezes montando Biguá, assim como por equipe. Time formado, então, por Eloy Menezes, Álvaro de Toledo e Renyldo Ferreira. Contudo, ficaram bem perto da medalha, já que Eloy participou do desempate pelo ouro com outros quatro cavaleiros. Encerraram com uma falta e 4 p.p.
1956 | Estocolmo – Suécia
Pela primeira vez os animais foram de avião. Mas, houveram atrasos no embarque e a chegada em cima da hora prejudicou a preparação da equipe para a competição. Nessa edição, o Time Brasil de Salto contou com Eloy Menezes, Renyldo Ferreira, Pedro Lopes Corvello e Nelson Pessoa Filho, o Neco. Os dois últimos, civis. Vale destaque para a primeira participação do Neco, que se tornaria um dos maiores cavaleiros do mundo. O Brasil acabou em 10º por equipe.
1960 | Roma – Itália
Sem resultados expressivos, representaram o Brasil Francisco Rabelo montando Sultão, Oscar Sotero com Cerrito, Cel. Renyldo Ferreira com Marengo e na reserva Fernando Monzon.
1964 | Tóquio – Japão
Em função do alto custo da viagem, o Brasil enviou apenas Nelson Pessoa Filho com Huipil. Pegaram corona, portanto, com a equipe francesa. Logo depois de uma apresentação muito boa no primeiro percurso, Neco sofreu uma queda na distensão para o segundo percurso. Mesmo saltando com fortes dores, o cavaleiro carioca reduziu de 12 para 8 pontos perdidos o seu segundo percurso e terminou empatado em 5º lugar.
1968 | Cidade do México – México
Mais uma Olimpíada para Neco Pessoa, que teve como companheiros de time Lúcia Faria, José Roberto Reynoso Fernandez e Gérson Monteiro. Sétimo lugar por equipe e 12° no individual com Lúcia Faria e Rush du Camp. Ademais, foi o melhor resultado entre os competidores do continente americano.
1972 | Munique – Alemanha
Outra participação sem expressão de resultados. Time formado por Antonio Alegria Simões, com Bonsoir, e Nelson Pessoa Filho, com Nagir.
1980 | Moscou – Rússia
Ano em que alguns países boicotaram os Jogos, fato célebre sempre lembrado em retrospectivas da competição. Por isso, apenas cinco países participaram no Salto com equipes completas, além de dois competidores na disputa individual. O Brasil não foi, apesar de todos os esforços para enviar Elizabeth Assaf e Jorge Carneiro, que estavam na Europa.
1984| Los Angeles – Estados Unidos
Primeira vez de um cavalo de criação nacional em Jogos Olímpicos: o Brasileiro de Hipismo MC Alpes, montaria de Marcelo Blessmann. Marcelo integrou a equipe de Salto formada ainda por Jorge Carneiro, Caio Sérgio de Carvalho e Vitor Teixeira. Na classificação geral, logo após as duas passagens, a equipe ficou em 10º lugar.
1988 | Seul – Coréia do Sul
Revés pouco antes do início dos Jogos: Lassal, cavalo de Neco Pessoa, morreu em consequência de uma cólica; assim como a égua Wendy, montaria de Carlos Vinícius da Motta, não embarcou em razão de uma forte cólica no dia da viagem. Eles não competiram, portanto, e a equipe que representou o Brasil, 8° lugar no resultado final, teve Cristina Johannpeter, Vitor Alves Teixeira, Paulo Stewart e André Johannpeter.
1992 | Barcelona – Espanha
Momento histórico para o Salto brasileiro, Nelson Pessoa competiu ao lado do filho, Rodrigo, com 19 anos, o mais jovem cavaleiro em Olimpíadas. Neco e Rodrigo tiveram companhia de Carlos Vinícius da Motta e Vitor Alves Teixeira, terminando em 10º lugar por equipe.
1996 | Atlanta – Estados Unidos
A tão sonhada medalha olímpica finalmente se concretizou. Time Brasil de Salto bronze por equipe. Subiram ao pódio Rodrigo Pessoa, Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, André Johannpeter e Felipe de Azevedo. O país ficou atrás apenas das equipes dos Estados Unidos, prata, e da Alemanha, ouro. Doda, após desempate pelas medalhas de prata e bronze, fechou em 7º lugar no individual.
2000 | Sydney – Austrália
Segunda medalha de bronze por equipe, conquista após desempate com a França. O time brasileiro contou com Rodrigo Pessoa, Luiz Felipe de Azevedo, Doda Miranda e André Johannpeter. Um fato negativo marcou essa edição: o refugo de Baloubet du Rouet na disputa pelo ouro no individual. Mas André foi quarto colocado, igualando com Eloy a melhor classificação individual na história.
2004 | Atenas – Grécia
Primeira e única medalha do Salto individual. Ouro para Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet. Uma verdadeira virada de jogo depois do acontecido em Sydney. Vale lembrar que Rodrigo saiu de Atenas ostentando a prata. O ouro veio um ano depois quando se comprovou o doping do cavalo Waterford Cristal, montaria de Cian O’Connor, da Irlanda. A equipe ficou em 10º lugar, contando ainda com Bernardo Alves, Doda Miranda e Luciana Diniz.
2008 | Pequim – China
Nessa edição, Hong Kong recebeu o Hipismo e Time Brasil de Salto teve Rodrigo Pessoa, Bernardo Alves, Pedro Veniss e Camila Mazza de Benedicto. Mais num 10° lugar para o quadro de classificação do País na história dos Jogos. No individual, Rodrigo foi quinto, enquanto Camila, décimo. Posteriormente, um exame acusou substância proibida no cavalo de Rodrigo, que perdeu a classificação, elevando Camila ao 9º lugar. Até hoje o melhor resultado de uma amazona brasileira nos Jogos.
2012 | Londres – Inglaterra
Resultado final da equipe: 8° lugar. Carlos Motta Ribas, o Cacá, e José Roberto Reynoso Fernandez Filho não classificaram para o individual. Nessa disputa apenas Doda Miranda e Rodrigo Pessoa, 12° e 22° colocados, respectivamente.
2016 | Rio de Janeiro – Brasil
Competindo em casa, o Time Brasil de Salto teve uma baixa logo no inicio. Desqualificação do conjunto Stephan Barcha e Landpeter do Feroleto por um pequeno corte causado pela espora. Contudo, o time chegou à final sem pontos perdidos, mas cada cavaleiro cometeu uma falta no desempate, e mais um ponto por excesso de tempo, encerrando a prova em 5° lugar. Time formado por Doda Miranda, Pedro Veniss e Eduardo Menezes.
Fonte: Assessoria de Imprensa CBH
Na foto de chamada: Eloy Menezes, 4º colocado em Helsinque 1952
Crédito das fotos: Divulgação/A História do Hipismo Brasileiro