Portadores de necessidades especiais agora também têm o Crioulo

Inclusão de Ouro teve apresentação especial no último Freio do Proprietário e ganha subcomissão na nova gestão da ABCCC

Adestramento, Rédeas e Três Tambores já contam com a categoria Paratleta há um bom tempo. No Adestramento, modalidade do Hipismo, o negócio é mais avançado. O paraequestre é, inclusive, olímpico. Algumas provas de Rédeas nos Estados Unidos aderiram à categoria, assim como os Três Tambores no Brasil.

A raça Crioula é a mais nova a instituir o projeto que inclui pessoas com deficiência no meio equestre. Terapia com cavalos é comprovadamente uma ótima maneira de tratar pessoas que passaram por algum trauma ou possuem alguma deficiência física proveniente de acidente ou condição genética.

Portanto, a inclusão dos portadores de necessidades especiais também é uma realidade no cavalo Crioulo. O projeto teve início no Núcleo de Criadores de Cavalos Crioulos de Arroio Grande, Rio Grande do Sul. E está proporcionando a este público o prazer de estar junto do cavalo.

Como muitos conhecem, o Freio de Ouro é a prova máxima da raça, composta por diversas etapas. Para a categoria Paraequestre dentro do cavalo Crioulo, foi criado o Inclusão de Ouro, já sendo fomentado pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos. A nova gestão, que assumiu mês passado, apresentou uma subcomissão para esta modalidade.

No último Freio do Proprietário, realizado no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS, uma apresentação do ginete Ítano Figueiredo emocionou o público presente. O apaixonado por cavalos Crioulos perdeu o movimento das pernas em um acidente automobilístico. Mas esta limitação não o impediu de continuar o sonho de participar de modalidades da raça.

“Como acompanho sempre do lado de fora, não tinha nenhuma prova para participar dentro da ABCCC. Com essa iniciativa, muitas pessoas, assim como eu, podem ser incentivadas a participar da raça”, explica.

A presidente do Núcleo de Arroio Grande, Josilene da Silva Martins, que também é coordenadora da nova subcomissão criada pela ABCCC, ressalta que a ideia já vinha sendo semeada em conversas no Freio do Proprietário do ano passado.

“Conversamos sobre a possibilidade de uma prova para portadores de necessidades especiais e me foi dado um tempo para organizar. No núcleo decidimos fazer para ver como seria a aceitação”, conta.

Ela convidou Ítano para este grande desafio. “Ele treinou em 30 dias. Foi feita uma andadura e a segunda etapa seria uma etapa do Freio de Ouro que o competidor melhor se adaptasse. E foi um sucesso. Não tínhamos ideia da proporção que tomaria”.

O fomento à inclusão continua no trabalho com os portadores de necessidades especiais. Josilene diz que pais de crianças já a procuraram para que fossem adaptadas modalidades infantis. Por enquanto, outro momento aconteceu no 3 de novembro. O Inclusão de Ouro tomou conta da pista de Arroio Grande, durante evento da raça no município.

“A inclusão está no nosso dia e precisamos conscientizar em pequenos atos. E o que o Ítano fez na pista do Freio de Ouro mostra que não há limites quando se quer. O amanhã a Deus pertence e vamos continuar trabalhando para fomentar este projeto”, finaliza Josilene.

Colaboração: AgroEffective Comunicação
Na foto: Ítano Figueiredo. Crédito: Leandro Vieira

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