A líder internacional da AQHA bateu um papo exclusivo com a nossa reportagem e falou sobre a relação da entidade americana com a ABQM
Anna MorrisonCom a missão de determinar e formular políticas e procedimentos para fornecer orientação geral das atividades e funções internacionais da American Quarter Horse Association (AQHA), a líder internacional da entidade Anna Morrison conversou com a nossa reportagem durante a 27ª edição do Congresso Brasileiro da Raça Quarto de Milha. Nesta conversa, ela falou sobre a relação da entidade americana com a ABQM e muito mais. Anna Morrison possui uma carreira internacional de sucesso na indústria de equinos.
Nos últimos oito anos, trabalhou na iniciativa equina da Universidade Texas A & M e no departamento de ciências animais. Em seu papel na iniciativa equina, Morrison foi responsável por projetar e implementar vários programas educacionais para jovens em todo o Texas, além de organizar e executar seminários financiados pela AQHA na Argentina, Colômbia, Costa Rica, Panamá, Paraguai e Uruguai.
Como membro da faculdade de ciências animais, Morrison concebeu e ensinou cursos de graduação e supervisionou os estudantes de pós-graduação no programa de mestrado em gestão de equinos. Antes de ingressar na Universidade Texas A & M, onde completou seu Ph.D., Morrison atuou como coordenadora no programa de ciências equestres da Colorado State University, onde ensinou dois cursos, aconselhou 90 estudantes de graduação e coordenou vários programas de educação continuada para jovens.
Durante seus anos com a Universidade Estadual do Colorado, ela ensinou em campos de equitação financiados pela AQHA na Áustria, Dinamarca, Alemanha, Suécia e Reino Unido. No total, Morrison esteve envolvida na organização e realização de programas educacionais patrocinados pela AQHA na Europa e na América do Sul há 14 anos.
Confira a entrevista!
Qual é o motivo da sua viagem para o Brasil?
Anna Morrison: Eu assumi o cargo de líder internacional da AQHA no começo deste ano (2017) e a associação está reestruturando tudo, porque o cargo de diretora internacional ficou vago por um ano. Antigamente, esse cargo era subordinado ao departamento de provas, agora não é mais. Eu sou subordinada ao presidente da AQHA, ao executivo da AQHA.
E a AQHA está muito interessada no Brasil. Visamos apoiar os afiliados no mundo inteiro, só que o Brasil chama a atenção por ter mais de 515 mil cavalos registrados no studbook e a gente quer saber quais são as necessidades, o que o Brasil está querendo, como chegaram até aqui. É a nossa prioridade.
Meu cargo é responsável por identificar as potencias que tem do Quarto de Milha no mundo todo, mas a AQHA já identificou que o Brasil tem esse potencial. Nós vamos elaborar uma pesquisa nacional para identificar o que os criadores esperam da AQHA. Nós queremos saber o que o Brasil precisa, para ajudar como vocês precisam. Não vamos impor nada. Queremos trabalhar juntos para ajudar a melhorar a criação brasileira.
Como a ABQM vai conseguir a transparência para convencer o competidor, o proprietário e o criador se afiliarem na AQHA?
AM: A transparência é um grande desafio para a AQHA também. Mas eu tenho muitas razões para acreditar que isso seja possível, eu já tive várias conversas com o Daniel (Costardi – Diretor Executivo da ABQM) e estou esperançosa, porque ele está engajado, tem proposta que mira o futuro. Já fizemos várias reuniões e temos vários projetos. A AQHA e a ABQM sempre tiveram uma parceria, mas agora o meu desafio é fazer um bom trabalho com essa parceria. Isso vai ser o diferencial da AQHA.
Como a AQHA vai conseguir agregar todos nesta parceria, do treinador até o criador?
AM: Esse é um dos nossos desafios, que eu estou animada para dar andamento. A AQHA está interessada agora em dar suporte para promover clínicas, providenciar tudo relativo a educação. É importante para a AQHA agora olhar diferente do que estava olhando no passado. O que interessa para nós é educar e saber o que o proprietário, competidor precisa, o que podemos fazer para cada um dos membros desse mercado do cavalo.
Como é possível competir pela AQHA?
AM: Neste momento, a AQHA não está fazendo um bom trabalho neste sentido. Muitos não sabem quem é a AQHA, mas isso não é culpa deles, é da AQHA e é isso que a gente quer melhorar. Nós queremos mudar isso, esse relacionamento com o competidor. A gente quer atingir a maioria dos que sonham em ir para os Estados Unidos competir e iremos fazer isso em breve.
E eu me julgo experiente para cumprir essas missões porque eu já fui competidora e também sou uma educadora. Por ser uma pessoa do cavalo, eu conheço as necessidades. Eu sei o que é estruturar e criar programas educacionais. Toda a minha formação não me torna especial, apenas considero importante frisar que toda a minha experiência pode ajudar a somar na AQHA e, é claro, agora na ABQM também. Em breve, todos esses projetos vão surtir efeito no país e todos ficarão felizes com os resultados.
Por Natália de Oliveira
Revista Tambor & Baliza – ed. 73