Com o final da Federação Nacional do Rodeio Completo no fim dos anos 90, a modalidade se reorganizou em uma associação própria
Em 2002, a Confederação Brasileira de Bulldog tomou forma. Competidores da modalidade eram credenciados e a cada temporada cerca de oito etapas e mais uma final movimentava o esporte. Considerado um dos mais radicais do rodeio, no Bulldog, o competidor parte do brete com seu cavalo em alta velocidade, ajudado por um cavalo esteira (que não deixa que o boi saia da sua trajetória), e salta no boi com a finalidade de tirar suas quatro patas do chão no menor tempo possível.
Sucesso por muitos anos, a CBB acabou perdendo força por falta de apoio. Posteriormente, virou Associação Nacional de Bulldog e ganhou reforço enquanto os atletas que não queriam deixar que o esporte acabasse organizaram mais alguns campeonatos. Das quatro cronometradas é que tem menor contingente de competidores. Sofreu também com a ‘perseguição’ de bem-estar animal e os rodeios tiveram que retirar o Bulldog de suas programações.
Mas, Desde 2011 o Bulldog minguou. Não acabou de vez porque novos atletas entraram e movimentam a modalidade em Minas Gerais, contando sempre com o apoio dos mais veteranos baseados em São Paulo. “A ANB passava por problemas ligados a estrutura, na tinha ninguém que assumisse a dianteira para reestruturar regulamento, buscasse patrocínio e fechar etapas”, conta Fernando Pierini, que está no esporte desde 2001.
Reunindo-se todos os anos nos rodeios de Divinópolis e Claudio, em Minas Gerais, e em treinos esporádicos em Vargem Grande do Sul, São Paulo, os meninos resolveram reerguer a Associação. Estão à frente os mineiros Lucas Gonçalves e Gerônimo Luiz, e o paulista Fernando Pierini. “Resolvemos reassumir a Associação, que já tem nome importante no circuito, e tentar reerguê-la”, reforça Fernando, contando que para essa primeira temporada serão cinco etapas.
Duas já foram realizadas, em abril em Claudio e em maio no rodeio de Divinópolis. As próximas estão marcadas para 3 de julho, uma prova em Claudio, final de julho, na ExpoClaudio, e o encerramento no final de setembro, em Vargem Grande do Sul, no Rancho Bisturi, de propriedade de Lucas Lemos Ranzani. O local se mantém ativo no esporte, com boiada selecionada e reunindo os amigos sempre que pode para treinos bastante produtivos.
“Percebemos que o foco, sem dúvida, seria Minas, porque é onde se concentra hoje o maior número de competidores de Bulldog, tanto iniciantes como profissionais”. Com as mudanças nos rodeios, a modalidade deixando de acontecer, muitos pararam porque não tinham motivos para manter cavalos em treinamento, com gastos em ração, veterinário, alojamento e afins, sem competir.
Contando com os que estão na ativa hoje, especialmente em Minas, conseguiram quorum suficiente para formatar as etapas e realizar as provas e rodeios marcados no calendário. “O campeonato está bacana, competitivo e as provas têm gerado receita para uma premiação de acordo com a realidade”, lembra o competidor, e agora dirigente da ANB. Fernando foi, inclusive, estudar os modelos de provas e associações nos Estados Unidos.
“Trouxe algumas mudanças baseadas na regras de lá. Também estamos com uma fivela importada, para premiar o campeão de 2019, e ainda premiação fixa para os campeões de R$ 3 mil (campeão), R$ 2 mil (segundo lugar) e R$ 1 mil (terceiro lugar). E essa retomada não podia deixar de acontecer sem regras rígidas de bem-estar animal. Por exemplo, mudamos o peso do boi, o tamanho de chifre e qualidade do gado de cada evento. Nossa expectativa é para que ano que vem tenhamos mais etapas e premiação fixa em todas elas.”
O ranking está assim:
Para ficar por dentro, acesse: @anb_bulldog.
Por Luciana Omena
Fotos: Cedidas
Na chamada, buldogueiros na etapa de abertura em Claudio