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Como amadores e jovens podem ter equilíbrio emocional e se conectar com os cavalos

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Clinica de Três Tambores com Claudia Ono e Juliana Bresciani abordou pontos importantes para competidores aproveitarem melhor suas habilidades

Você sabia que o seu estado emocional e energia se propagam para os comandos que pede para seu cavalo? Pois é, isso acontece. Cláudia Ono, Coach de competidores, do Três Giros, e Juliana Bresciani, treinadora de Três Tambores, do Centro Hípico São José, deram um curso – com 26 participantes – a respeito desse assunto para competidores amadores e jovens, abordando pontos importantes dessa relação.

“O curso atingiu as questões que mais afligem esses competidores, como a equitação, as dificuldades de se posicionar no cavalo, não perder estribo, o controle emocional, que é uma coisa muito difícil de atingir e isso só vem através de ter total controle do seu corpo em cima do cavalo e do cavalo. O objetivo primário era de equilibrar a mente da pessoa, e a partir daí passar a maneira de conectar seu animal através de exercícios, de como interpretar cada ação dele”, expôs Juliana Bresciani.

Toda a ação do competidor, o menor movimento, influencia na ação do cavalo. “Foi esse conceito que abordamos no curso. Desde a parte mental, um pouco de neurociência, exercícios de concentração, foco, individualização. Tudo aplicado ao cavaleiro para uma melhor performance, melhor aproveitamento de sua capacidade. A ideia é que, principalmente o amador e jovem, crie novas habilidades para ter uma melhor resposta do seu cavalo”, reitera Cláudio Ono.

Em alguns casos, o competidor não tem a resposta esperada do seu cavalo, seja na hora da prova, um tempo mais baixo que gostaria de marcar, ou nos treinos, algum movimento que acredita que o cavalo já devia estar realizando. A primeira reação é a de sempre pensar: o que está acontecendo de errado com meu cavalo? Quase nunca as pessoas chegam à conclusão que o problema pode ser elas mesmas. O estado emocional que se encontram quando estão montando ou os comandos pedidos.

É possível um atleta que corre Três Tambores na casa dos 19 segundos passar a correr na casa dos 16 segundos sem mudar de cavalo, sem mudar de treinador. “Mesmo cavalo, mesmo treinamento, apenas mudando a forma de montar, criando uma nova ação, um novo comportamento. Muita gente desanima quando não tem os resultados esperados, então a primeira coisa é resgatar a confiança e a crença. Fazer com que os alunos acreditem que podem realizar, que só depende deles”, conta Claudia.

A parte mental foi bastante trabalhada no curso por elas. A mente nos comanda e o cavaleiro pode adquirir habilidade de aprender a dizer a ela o que ele quer, o que precisa que sua mente diga ao seu corpo para fazer. Segundo Claudia, é importante que o atleta acredite fielmente que tem condições de realizar tudo que ele deseja fazer com o cavalo. “Com técnicas, ensinamos os competidores a mentalizar apenas o acerto e visualizar sempre o acerto e não o erro”.

Muito se fala em ‘ouvir’ o seu cavalo, aprender a interpretar sinais e reações, até mesmo o seu humor. No curso, Juliana e Claudia tiverem a presença de uma pessoa que levou o assunto ‘comunicação animal’ e deixou os participantes emocionados. “Através disso, você consegue resolver vários problemas comportamentais do cavalo. Tenho esse histórico aqui em casa, a gente já faz esse trabalho há algum tempo, eu reabilito muito cavalo aqui”, reforça Juliana.

E Claudia corrobora: “Essencial que quem monta entenda mais de cavalo, da natureza do cavalo. Você irá montar muito melhor se você conhecer cada aspecto que os envolve. E outro passo é saber se comunicar com seu cavalo. Saber pedir, e eu falo saber pedir porque não acredito em comandos, acredito em solicitações. Ou em ações que você tem automaticamente e ele tem uma resposta, gera uma resposta no seu cavalo”.

Os participantes do curso puderam aprender, portanto, os conceitos de primeiro compreender o cavalo e depois a si mesmo. E compreender como precisa lidar com as duas coisas, para formar um conjunto harmonioso, conectado. Onde cavaleiro percebe o que o cavalo esta sentindo e o cavalo também sente as emoções do seu comandante. “Com essa habilidade de se conhecer melhor, não só o potencial é mais aproveitado como o competidor descobre que tem mais que pensava. Não só dele, mas do cavalo também. Competidor feliz, cavalo feliz”, afirma Claudia.

Outro ponto abordado foi o do flexionamento x alongamento. “Na minha filosofia, não é correto flexionar o animal, pois acabamos por desequilibrar toda questão fisiológica dele. O que ensinamos foi que é preciso alongar o animal, e com os exercícios de alongamento torná-lo flexível dentro da sua capacidade física”. Juliana conta ainda que trabalho muito no curso os bons-tratos aos animais, no sentido de não treinar um cavalo usando métodos corretivos agressivos.

“Eu não corrijo animal durante o treinamento, eu sempre ensino aos cavalos que treino por repetição de movimento. Sempre respeitando o limite de cada cavalo, com um número de repetições, ele vai aprender. Isso também falamos no curso. Ter a paciência e tranquilidade para repetir o que quer ensinar e não usar correção agressiva, bater ou forçar a costela, por exemplo. É preciso tornar esse momento agradável para o cavalo”, complementa Juliana.

Ela e Claudia trabalharam o conceito de que não é necessário impulsionar agressividade nem oprimir para tirar o melhor do animal. As melhores respostas chegam quando se atua de forma inversa. Além de tratar o seu cavalo como um ser vivo, usar os melhores produtos, ter o melhor comportamento, observar de forma crítica o quadro como um todo. Segundo elas, ensinar os dois, cavalo e cavaleiro, a se conectarem foi o objetivo do curso.

Por Luciana Omena e Verônica Formigoni
Fotos: Cedidas

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