Ginete conquista hexacampeonato, sendo quatro com o mesmo cavalo

Freio do Proprietário é uma modalidade da ABCCC que tem por objetivo promover a integração entre criadores e usuários do cavalo Crioulo

A final do Freio do Proprietário, organizada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, definiu no dia 29 de setembro os campeões das cinco categorias disputadas na pista do Cavalo Crioulo no Parque de Exposições Assis Brasil. As provas em Esteio/RS, tiveram a participação de 112 competidores nas categorias Amador A e B, além de Master A e B, e Feminina.

Descer das arquibancadas para entrar em pista. Este talvez seja o resumo perfeito para a modalidade que congrega profissionais de diversas áreas de atuação para se aventurarem na montaria de seus próprios cavalos. Em 2019, com um aumento de mais de 13% no número de animais inscritos em diferentes seletivas, o total de conjuntos admitidos se configurou recorde.

Para quem já conhece o Freio de Ouro, o Freio do Proprietário segue o mesmo formato: provas de morfologia e funcionais. A diferença é quem monta nos cavalos. E um ginete proprietário foi destaque absoluto do evento desse ano. Na categoria Master A, Fernando Gonzales, montando Data Venia Folclore (foto), levou seu sexto título do evento, o quarto com o mesmo cavalo. De Porto Alegre/RS, somou 12,973 pontos.

Além do troféu, recebeu de premiação um cheque no valor de R$ 3 mil. Responsável por incentivar grande parte dos competidores a participarem da modalidade, assumiu o posto de coordenador da subcomissão do Freio e revelou que ganhar não é necessariamente o objetivo. “Eu busco ser feliz e ser feliz é participar aqui dentro, na pista. Se eu conseguir ser feliz, participar e ganhar, aí é o ideal”.

Na avaliação como coordenador da subcomissão do Freio do Proprietário, Fernando Gonzales afirmou que foi alcançada a essência da modalidade. “Conseguimos com a Inclusão de Ouro, com os churrasqueiros, unir a comunidade em torno de um espírito maravilhoso. Essa é a minha preocupação, não confundir o Freio do Proprietário com a grande competição efetiva que é o Freio de Ouro profissional”.

No Master B, venceu Sandro Rogério Facco montando Nippon do Pontal, da Cabanha Certeza, de Viamão/RS. Com 10,400 pontos, o conjunto também é o vencedor em 2018. Sandro também subiu ao pódio em terceiro lugar com Hermoso da Lua Branca. Além de se sobressair em pista, aproveita a modalidade também como uma ferramenta de seleção.

“Se o Freio de Ouro é uma ferramenta de seleção para a raça Crioula, o Freio do Proprietário é uma forma para ginete, usuário e proprietário de cavalos identificarem o que é um cavalo bom, montando”, ressalta ele, que concilia os treinos em uma rotina como médico. Outro bicampeonato saiu na categoria Amador A para o ginete Ramiro Raposo de Moura, montando Estribero do Encantto.

Da Cabanha Guajuvira, de Bagé/RS, o conjunto anotou 12,723 pontos. Para o jovem, o troféu é apenas uma das recompensas da raça. “A família, que incentiva muito, e os amigos que o cavalo nos proporciona, valem tudo”, afirma. Com o desempenho em pista, Ramiro também ressaltou as características do macho gateado. “É um cavalo que tava pronto até o final. Aguentou toda a prova e estava sempre sobrando”.

 No Amador B, o primeiro lugar ficou, pelo segundo ano consecutivo, com Alan Cattani. Montando N8 Chimarrita, da Cabanha Sabre Serrano, de Garibaldi/RS, somou 12,188 pontos. Líder de ponta a ponta, Alan atribuiu a evolução na média final ao local de treinamento e às novas formas de treino. Ano passado, ele venceu com 10,312.

“Além do lugar, então, eu fui buscar mais conhecimento em outros centros de treinamento para aprender um pouco mais e conseguir me destacar mais”, diz o ginete que há dois anos correu sua primeira prova, o Freio Serrano.

A emoção foi do começo ao fim na categoria Feminina, com a liderança alternando de mãos a cada etapa do Freio. A vencedora foi a ginete Fernanda de Souza Maggi, montando PO Dama Negra, com 11,994 pontos. Ela passou a tomar conta da prova na Mangueira I, cenário que persistiu até o fim. Ela ainda garantiu o terceiro lugar com Lua Cheia dos Sete Povos, 11,542 de média final.

Para a ginete, que já havia vencido o Freio do Proprietário no ano passado, com Lua Cheia dos Sete Povos, o segredo está na entrega à raça. “Tem que amar o cavalo, e eu amo, então não meço esforços para treinar, para me empenhar”. Com os quatro troféus em dois Freios, Maggi se divertiu ao comentar sobre onde guardar as honrarias. “Vamos ter que comprar mais uma estante”.

A final do Freio do Proprietário 2019 teve três trios de jurados, que foram divididos entre as cinco categorias. Na Amador A, os jurados foram Cláudio Azevedo, Darlei Hess e Ivens Ortigari Jr. Na Master A, Felipe Caccia Maciel, Leonardo Teixeira e Otávio Aragão. Já nas categorias Master B, Amador B e Feminino, as avaliações ficaram por conta de Eduardo Belo, Glauco Xavier e Rafael Terra. O técnico responsável foi Manoel de Macedo Pons Neto.

Colaboração: Assessoria de Imprensa | ABCCC
Fotos: Fagner Almeida