‘Cow sense’, estrutura, estatura, índole, inteligência e ‘outras cositas más’ são características indispensáveis ao cavalo ideal de laço. Veja o que diz Alonso Flores
Porém, algumas pessoas acreditam existir uma ‘fórmula mágica’. Isto é, teorias infalíveis na escolha e formação de um cavalo atleta. Todavia, na prática, não existe nenhuma ‘receita pronta’.
Se você já é envolvido no universo do laço, é bem possível que tenha constituído em sua imaginação o ‘padrão ideal de cavalo’ para a modalidade.
Mas, infelizmente, tenho uma notícia triste para te dar: É quase impossível achar o ‘cavalo ideal’. Afirmo isto, pois, além das diferenças entre cavalos de Laço Cabeça, Laço Pé, Laço Individual e Laço Comprido, cada pessoa, seja ela treinador ou amador, possui um gosto peculiar.
Alguns preferem cavalos mais rápidos, outros preferem cavalos que precisam ser ‘empurrados’. E esses são só alguns dos milhares de exemplos que poderíamos citar. Mas, e agora? Como irá escolher o próximo animal para a sua montaria?
Calma! Após anos de estudo de rankings e estatísticas e trocas de experiência com vários treinadores e competidores dessas modalidades, creio que cheguei naquilo que seria o mais próximo do nosso tão sonhado ‘cavalo perfeito’.
Por isso segue abaixo alguns pontos fundamentais para se obter um craque!
COW SENSE: Por se tratar de uma modalidade que envolve o trabalho com o gado é óbvio que precisamos de um cavalo com senso de gado apurado. Porém, o excesso pode ser extremamente prejudicial. O cavalo ideal precisa estar sempre ligado no boi, mas não ao ponto de ficar ‘sapateando’ no brete a cada movimento do boi.
E nem ao ponto de antecipar todas as manobras da rés durante a corrida. Afinal, essa antecipação pode atrapalhar o competidor e estragar a passada. Portanto, além do senso de gado, a calma e a submissão são extremamente importantes.
PEDIGREE: O pedigree nada mais é do que o histórico genealógico de um animal. Justamente por isso, devemos sempre nos atentar à família do individuo escolhido, verificando se já houve sucesso daquela linhagem no laço.
Porém, só o pedigree não resolve. Características como a altura e a estrutura óssea e muscular do indivíduo devem ser fatores cruciais na hora da escolha.
MORFOLOGIA: Como citei acima, precisamos de um cavalo que seja relativamente estruturado. É claro que do cavalo de Laço Cabeça para o cavalo de Laço Pé existem algumas diferenças.
Entretanto, ambos devem possuir uma cernelha um pouco mais destacada, pois um cavalo ‘menso’ – termo usado para descrever um animal que possui a garupa mais alta do que a cernelha – pode tropeçar ou andar pra frente na hora que o boi pesa no pito da sela.
Além disso, animais com a frente um pouco mais leve, isto é, não tão musculosos, tem a tendência de trabalhar melhor e ‘cair menos a paleta’.
TEMPERAMENTO: Cavalo manso é bom e todo mundo gosta. Porém, só a mansidão não resolve. Como todo bom profissional, o animal ideal precisa ter seriedade, comprometimento e ‘cabeça fresca’. Resumindo, além de gostar do que faz, o cavalo precisa se comportar bem sobre pressão e não deixar com que o nervosismo o domine.
Parece louco, mas um cavalo competente, precisa ter comportamento semelhante à um ser humano competente.
Enfim, esse relato pode ter ficado resumido demais ou subjetivo demais, porém, tentei elencar as características mais citadas pelas pessoas com as quais tenho conversado ultimamente.
A verdade é que não existe ‘fórmula mágica’, o que existe é o animal que melhor se encaixa no seu estilo de laço e que principalmente se encaixa na modalidade do Laço Técnico.
Sendo assim, poderíamos encher várias páginas tentando descrever o cavalo perfeito, mas infelizmente, até onde se tem notícias, o cavalo perfeito não existe.
Por Alonso Flores
Estudioso da Raça Quarto de Milha. Trabalha há mais de cinco anos na elaboração de campanhas para catálogos de Leilões. Atualmente também presta serviços de elaboração de pedigrees individuais e de assessoria na compra, venda e marketing de animais
Foto: Team Roping Journal