Dando continuidade à nossa serie do livro Cavalgar Nossa Paixão, destaco hoje o Mozart Brandão Barros
Um dos personagens do livro Cavalgar Nossa Paixão é Mozart Brandão Barros e seu capítulo intitulado ‘Conhecendo o Brasil a cavalo!’.
Mozart está sempre percorrendo algum caminho a cavalo, como ele diz: “Quando eu não estou viajando, estou planejando a próxima viagem. Viajo, logo quero viajar de novo. Montado em meu cavalo, qualquer destino é uma boa opção”.
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Sua última grande aventura foi a Estrada Real – Caminho Velho – trilhas do Ouro – terceira e penúltima etapa. Mariana a Ouro Preto, concluída em outubro junto com os Expedicionários das trilhas de Paraty.
Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agência Cavalgadas Brasil
www.cavalgadasbrasil.com.br
Mozart Brandão Barros
Ele entrou para o livro Cavalgar Nossa Paixão porque leva sua paixão ao extremo. Dentre outras cavalgadas que fez no nordeste, fez história ao restabelecer a Rota do Imperador junto com seu grupo Expedicionários de Alagoas.
Conhecido como o ‘Imperador Viajante’, Dom Pedro II fez inúmeras viagens pelo interior do Brasil, quase sempre sobre o lombo de um cavalo. Hoje, são conhecidas como Rota ou Caminhos do Imperador.
Existem muitas pelo Brasil afora, como as dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Na região do Baixo São Francisco, rio que corta os estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Bahia, aconteceu uma das viagens do Monarca. Com o intuito de valorizar e impulsionar o desenvolvimento das províncias do nordeste do Brasil, Dom Pedro percorreu toda essa região visitando a população ribeirinha.
No trecho conhecido como Rota do Imperador em Alagoas, o Imperador descansou e pernoitou nas cidades ribeirinhas de Piaçabuçu, Penedo, Porto Real do Colégio, Traipú, Pão de Açúcar e Piranhas.
Esse caminho foi refeito entre os dias 27 de maio e 3 de junho de 2011 por 19 cavaleiros conhecidos como ‘Expedicionários de Alagoas’. Grupo do qual faz parte Mozart Barros. 150 anos depois, foi revivida a história do Brasil colonial através de 270 quilômetros percorridos pelo mesmo trajeto de D. Pedro II, registrado em seu diário de viagem, no ano de 1859.
Jornada
Segundo Mozart, ao fazer essa jornada, o grupo pôde presenciar e vivenciar a cultura ribeirinha, tal e qual o Imperador. Além disso, alertar para a degradação acentuada do ‘Velho Chico’.
Sobre a viagem em si, diz: “Já participei de incontáveis cavalgadas, porém asseguro que igual a essa jamais farei novamente. Nenhuma foi tão rica em história, cultura e preciosa beleza, nem tão prazerosa”.
Narra parte do que experimentou da seguinte forma: “Lugares atrativos e de raro encanto. Relevos marcantes e de belezas indescritíveis. Sob sol, chuva, relâmpagos e bofetadas de trovão, passamos por pastagens, trilhas fechadas e estradas vicinais. Cruzamos riachos; embarcamos os cavalos em balsas através de rios; subimos e descemos morros e serras. Passamos por sete cidades, alguns distritos, vários povoados e sedes de fazendas. Quantas emoções!”
Inesquecível mesmo foi a chegada à cidade de Piranhas, ponto final da viagem. “Os cavaleiros da região começaram a aderir à comitiva, e a cada encruzilhada apareciam pequenos grupos de vaqueiros, muitos com seus trajes típicos de couro. Foram incontáveis os cavaleiros e vaqueiros que chegaram à cidade em uma formação de três que se perdia de vista. Mas, marcante mesmo foi o companheirismo, a amizade e, sobretudo, o respeito reinante entre todos”, reforça Mozart.
E é com esse espírito que Mozart Barros continua explorando a região em cima do lombo do cavalo sempre em boas companhias. Não falta assunto nas reuniões dos Expedicionários de Alagoas, que estão sempre planejando novas empreitadas.
Texto do livro ‘Cavalgar Nossa Paixão’ – edição 2017
Editora EquusBrasil – www.equusbrasil.com.br
Fotos: Cedidas