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Audição: o segundo sentido dos cavalos mais desenvolvido depois da visão

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Audição: o segundo sentido dos cavalos mais desenvolvido depois da visão

Roger Clark nos presenteou com esse artigo que vamos dividir várias partes. É muito importante entendermos a relevância de conhecer os aspectos que envolvem a audição dos equinos

Para uma melhor compreensão, vamos iniciar esse artigo com uma ligeira explicação sobre o comportamento equino no que diz respeito aos seus sentidos. São cinco os sentidos do cavalo, sendo todos muito mais desenvolvidos em relação à espécie humana: o olfato, o paladar, o tato, a visão e a audição.

O olfato é muito desenvolvido, podendo sentir cheiros definindo uma série de situações, tais como: identificação de animais, identificação de cio das éguas, percepção de predadores, etc. O paladar é apurado, os cavalos têm preferência a determinados sabores como o azedo, o amargo, o salgado e o doce.

O tato apresenta resposta ao toque mais leve como, por exemplo, o pouso de uma mosca em sua pele. Os cavalos também exploram os ambientes próximos com os pelos longos em seus lábios superiores e inferiores, da mesma forma que esses pelos ao redor dos olhos e nariz ajudam proteger de lesões quando algo se encontra próximo a essas regiões.

A visão é o principal sentido do cavalo. E os olhos, posicionados lateralmente, permitem ver simultaneamente perto e longe, percebendo movimentos repentinos. Apresentam mais receptores de movimento que os do olho humano, porem é mais difícil discernir pequenos detalhes.

Eles conseguem identificar movimentos à distancia, mas quando o objetivo está muito próximo, tem dificuldade pela limitação na capacidade de foco rápido. Seu campo visual pode atingir quase 360 graus, com visão tridimensional, 70 graus diretamente na frente, limitando a percepção de profundidade, dificultando a estimativa de distancia se comparado ao humano. Apresenta pontos cegos na frente abaixo do focinho e por traz na linha da inserção da cauda (posterior).

Audição

A audição é um tema que julgo ser de máxima importância, principalmente quando observamos o cavalo atleta em suas diversas modalidades de competições equestres. Sinto-me muito a vontade em abordar esse assunto, pela experiência ao longo de vários anos (perto de 30 anos) atuando no segmento dos cavalos de esporte.

Durante todo esse tempo, pude observar o comportamento de vários cavalos nos recintos de eventos, principalmente na aproximação das pistas e arenas de competições, onde muitos deles refugavam para entrar ou mesmo quando já estavam dentro, tentando se afastar ou sair, relutando em iniciar seu percurso.

Este comportamento pode acontecer por vários motivos, mas sem dúvida, a audição é um fator que explicará parte desse comportamento. Primordialmente, por ocasião da chamada sonorização, que muitas das vezes são mal equalizadas, volumes acima dos suportáveis, levando ao estresse do animal.

Varias foram as vezes que ouvimos dizer que o cavalo em casa se comportava muito bem nos treinamentos. Porém ao chegar às proximidades das pistas, alteravam completamente seu comportamento, seu desempenho e os resultados se tornavam negativos.

Os motivos para o estresse podem ser variados, como transporte, temperatura, quadros de patologias, sonorização, etc.,

Mas vamos nos ater no aspecto audição do cavalo, motivo principal deste artigo. Que pode ajudar organizadores de eventos, competidores, treinadores e criadores quanto à qualidade e a utilização adequada do sistema de sonorização de provas equestres.

De fato, importante ponto, desde que em condições adequadas ao Bem-Estar Animal de competição.

Por Roger Clark
Médico Veterinário, Juiz e Inspetor Zootécnico ABQM e ABCPaint, Consultor em Comportamento e Bem-Estar Animal
Crédito da foto: Pexels/Emre Kuzu

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