Clauda Ono comenta em sua coluna da semana que a equitação não é a artificialização dos cavalos
Como um cavalo pode expressar o melhor de si quando o cavaleiro não deixa que ele mova o focinho sem autorização? Quando o cavalo ‘precisa’ andar com o focinho para dentro, para baixo, flexionado, erguido, dobrado, enfim de tantas forma artificiais.
A maioria das pessoas está tão habituada a pensar em equitação como um ato de direcionamento e imposição, que não pensa que os cavalos possuem o melhor mecanismo de equilíbrio e movimentação.
Equitação não é a artificialização dos cavalos. Já foi quando havia pouco conhecimento. A equitação é comunicação, a arte de extrair o melhor do seu cavalo. Mas como isso pode ser possível quando você quer saber melhor do que o seu cavalo qual a melhor forma de se movimentar?
Então, como saber qual o seu conhecimento para julgar o que é bom ou ruim no percurso?
Três perguntinhas básicas:
1- Qual a ação corporal necessária para que um cavalo reúna? Reunir é essencial para que ele execute um giro ou virada, seja no percurso ou não. Se você sabe que ele deve reunir em determinado ponto, deve saber como ele faz isso para que possa facilitar, certo?
2- Na saída dos giros você quer que ele saia alinhado e rápido. Isso exige explosão. Qual a ação necessária para que os posteriores empurrem o solo deslocando o corpo com mais força, portanto mais rápido? É obrigatório saber disso para que não atrapalhe, não impeça e não cause lesões no seu cavalo nas saídas dos tambores.
3- Você quer que seu cavalo corra, deslanche nas retas. Nos treinos você costuma levantar a frente dele constantemente? Ele amarra nas retas ou corre para cima? Por quê? Qual a necessidade física do seu cavalo para se esticar e ganhar velocidade?
Alguma destas questões podem ser ‘grego’ para você
E isso pode acontecer se você nunca parou para observar como esse animal se movimenta e quais as suas necessidades para realizar os movimentos mais básicos, então você precisa de informação. E o seu cavalo precisa de ajuda.
Qualquer pessoa que treine ou corra com um cavalo precisa saber o mínimo sobre eles. Saber menos do que isso é não saber nada, é especular. Por isso tantos cavalos estressados, ansiosos, medrosos e tantas lesões. Montar está longe de ser um esporte individualista. Exige que nos coloquemos na pele dos nossos cavalos o maior tempo possível.
Afagos, ‘cut cuties’ e afins são ótimos. Mas para o ele o que faz a diferença é como você age enquanto exige que ele trabalhe. Pense: você age para você ou age para facilitar para ele? Se agir para ele o resultado aparecerá nas pistas, pode ter certeza.
Enquanto tentar sair dos giros entortando e atrapalhando a movimentação, o percurso será muito menos do que poderia ser e seu cavalo nunca poderá dar o seu melhor.
Por Claudia Ono
Três Giros
Crédito da foto: Arquivo Pessoal
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