Um dos esportes equestres mais populares do mundo tem milhares de fãs. Assim como tem um número alto de adeptos e ‘gordas’ premiações em provas
A única modalidade genuinamente feita em equipe no rodeio profissional nasceu em fazendas no Velho Oeste americano. Do mesmo modo que a maioria dos outros esportes, a história do Laço em Dupla derivou das práticas diárias do campo nos anos 1800. Para tratar com segurança um membro ferido do rebanho ou marcar bezerros.
Dessa forma, esse cotidiano se tornou um esporte mundialmente famoso. Hoje, o Laço em Dupla é uma modalidade que requer sintonia e coordenação de dois laçadores e seus cavalos. Popular mesmo é a prova ao cronômetro, onde o que vale é o menor tempo. Contudo, as provas técnicas crescem a cada ano, especialmente nos eventos reservados para raças.
Antes de mais nada, a história do Laço em Dupla tem uma origem ainda mais antiga, quando o gado foi levado aos Estados Unidos em 1521 pelo explorador espanhol Ponce de Leon. Logo depois, ele entregou um pequeno rebanho para a costa oeste da Flórida. Foram os colonos desse estado que construíram fazendas e passaram a transportá-los.
Eventualmente, o gado fez o seu caminho para o oeste, onde cultivou-se um sistema para criar esse gado. Quando os trabalhadores do rancho precisavam tratar com segurança um membro ferido do rebanho ou marcar e tratar bezerros, um par de cowboys os laçava.
Também conhecido como Team Roping por aqui, evoluiu das disputas informais dos vaqueiros dessa época. Ao se gabarem de seus serviços, cada um querendo fazer mais rápido que o outro.
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Como funciona?
A fim de executar com perfeição essa prova, os dois laçadores, cabeceiro e peseiro, devem ter sintonia. Não só eles, mas também seus cavalos bem treinados ficam atentos nos movimentos um dos outros. Requer, acima de tudo, cooperação de equipe. Cada tem sua função e desempenhá-la corretamente é essencial para o resultado final.
A maior parte dos eventos de Laço em Dupla tem o tempo como mandante dos resultados. Semelhantes a outras categorias, só que com regras particulares. Portanto, se posicionam no brete cabeceiro e peseiro montados em seus cavalos. O cabeceiro do laço direito, enquanto o peseiro fica no esquerdo. No meio deles os bois.
O cronometro é acionado ao sinal do cabeceiro. O boi leva a vantagem de partir primeiro, mas logo em seguida os conjuntos disparam do brete. A corrida é válida se o cabeceiro laçar os dois chifres, pescoço e meia-cabeça; e o peseiro as duas patas traseiras. Contudo, há penalidades acrescidas ao tempo final.
O cavalo de cabeça tem que partir do brete sem antecipar a corda da barreira. Em resumo, se ele romper sua barreira antes da do boi, tem penalidade de dez segundos. Caso a dupla encerre a laçada com apenas um pé amarrado, também ganha penalidade de cinco segundos. Nesse meio tempo, diversas manobras são executadas para que a laçada seja perfeita.
Quando o cronometro para, o tempo é aferido. E a laçada deve ser validada pelo juiz. Ele baixa uma bandeira para sinalizar que está tudo ok. Para parar o relógio, os dois cowboys devem estar em linha reta, um de frente para o outro, e sem folga em nenhuma das cordas.
Particularidades do Laço em Dupla
O boi laçado pesa cerca de 200kg e o ideal é que a modalidade seja praticada em uma pista de areia de 90m de comprimento por 40m de largura. Os mais rápidos laçam na faixa dos quatro segundos. Para a prática desse esporte são exigidos, além da corda, luvas. A preocupação com o bem-estar animal um fato primordialmente trabalhado. Há uma série de regras para assegurar a integridade física dos cavalos e da boiada.
Nos Estados Unidos, em maior número, e aqui no Brasil, o Laço em Dupla também é praticados por mulheres. Nos dias de hoje, mais do que nunca, os campeonatos estão dando voz a elas com premiações melhores e mais espaço. A raça predominante é o Quarto de Milha, mas o Paint Horse também tem seus adeptos. Assim como em outras modalidades, as competições são promovidas por associações de raça, do esporte em si e provas particulares. Muitas delas, milionárias.
Entre os ídolos mundiais, o brasileiro Junior Nogueira disputa o campeonato mundial da PRCA, maior associação do rodeio completo no mundo. De 2014 para cá, Juninho conquistou espaço entre os melhores do mundo. Entre outros importantes resultados, já foi vice-campeão mundial de Laço Pé quatro vezes seguidas (2016-19). Em sete temporadas, ele também detém um campeonato mundial All-Around (2016) e o Rookie of the Year (2014).
Fonte: Silver Spurs Equine e Rodeo West
Crédito das fotos: Divulgação/Silver Spurs Equine, Equisearch, Team Roping Journal, ProRodeo
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