Assim que a campainha soou os oito segundos, José Vitor Leme tirou o capacete, deu um chute bem forte e sorriu. Enquanto aguardava a nota, o locutor retratou o que todos estavam sentindo e falariam se tivessem um microfone na mão. Palavras como o maior, ‘imparável’, glorioso e incrível soaram perfeitas quando os 95,75 pontos saíram na tela. Campeão da terceira rodada, e matematicamente, campeão mundial antecipado.
A PBR World Finals termina hoje (15) em Arlington, Texas. Mais dois rounds e a chance de José Vitor Leme fazer ainda mais história. As montarias de ontem foram por sorteio e o brasileiro montou Woopaa, o touro número um da American Bucking Bull Inc. – ABBI. Impecável como em toda a temporada 2020, garantiu a cobiçada fivela de ouro e o bônus de US$ 1 milhão de premiação ao campeão mundial. Antes de mais nada, com a vitória na rodada, ele abriu 788,50 pontos de vantagem sobre Kaique Pacheco e o máximo de pontos em jogo hoje são 760.
“É difícil explicar esse momento – o melhor momento da minha carreira. Trabalhei muito tempo e vim mostrar a todos que merecia isso. Eu sou tão abençoado”, comenta José Vitor Leme em sua fala no centro do palco no AT&T Stadium. Ademais, além de todos os recordes que ele já bateu esse ano, com chance de conquistar mais alguns ainda, sua esposa Amanda está grávida. De fato, um 2020 que o brasileiro jamais vai esquecer.
Round 3
“Quando Kaique Pacheco não pontuou o suficiente para obter bônus de pontuação na rodada, Leme sabia que parando os oito segundos estaria tudo definido. Inegavelmente, fez uma montaria quase perfeita tecnicamente”, analisa Abner Henrique, nosso colaborador e especialista em rodeio. “Com toda a certeza, Leme não se acomodou. O que fez ontem foi para não deixar dúvidas sobre seu título. Ele estava confiante. Apesar de ter sorteado um touro invicto sabia que uma parada lhe daria a vitória no round”.
Os touros, como sempre, levaram a melhor. 14 competidores, dos 39, obtiveram nota. Além do recorde de José Vitor Leme, só Kaique Pacheco e Marco Eguche pararam em seus touros, 84,50 e 83,25 pontos respectivamente. Dos quatro com três paradas, dois são brasileiros: Leme e Pacheco. Eduardo Aparecido, Silvano Alves e Eguche estão na lista dos atletas com duas paradas e seguem na competição com chances de chegar ao round final.
Abner ressalta ainda que Leme agora é o segundo competidor com mais notas acima de 90 pontos na história das finais da PBR. “Essa foi a sétima nota dele em quatro finais desde 2017. Só perde para JB Mauney, que tem quase 20. Agora Leme é o segundo colocado isolado, já que antes estava empatado com vários outros com seis notas”.
O líder da PBR World Finals é Boudreaux Campbell. O atleta marcou sua segunda nota na casa dos 90 pontos da carreira ao parar em Safety Meeting. Ao passo que com essa performance ele entrou de vez na briga pelo título de novato do ano, com Cole Melancon e o brasileiro Alex Cerqueira. Campbell é ainda o único competidor a se qualificar para as finais mundiais da PBR e da PRCA em 2020.
José Vitor Leme pronto para fazer mais história
José Vitor Leme foi o quarto atleta a marcar 95,75 pontos em uma final mundial. Ao vencer a terceira rodada ontem (14), o brasileiro soma 16 vitórias em rounds nessa temporada, mais do que qualquer outro. No momento, ele tem 44 paradas em 63 touros e o aproveitamento de 69,84%, declarado pela PBR como impressionante. Em 27 anos de história da liga, Leme é o 19° bullrider diferente – e o sétimo brasileiro – a conquistar a fivela de ouro de PBR World Champion.
Além disso, esse é o 11° título mundial de um brasileiro na PBR. Mas Leme pode fazer ainda mais história. Quatro competidores têm três paradas e ele é o segundo melhor no momento. Então, caso avance ao último round e vença a etapa, será o sexto atleta campeão da etapa e do mundial no mesmo ano. Unindo-se a Jess Lockwood (2019), Mike Lee (2004), Renato Nunes (2010), JB Mauney (2013) e Silvano Alves (2014).
Ao mesmo tempo, se Leme vencer a etapa, algo que aconteceu em 2017 em sua estreia na PBR, será apenas o quarto atleta da história a ganhar a Finals mais de uma vez. Portanto, fará parte da seleta lista que tem JB Mauney (2009 e 2013), Troy Dunn (1995 e 1997) e Robson Palermo (2008, 2011 e 2012).
“Ele sabe que ainda tem alguns recordes em jogo. Para ele ainda não acabou. Sem dúvida, vai em busca do título da etapa e de fazer mais história ainda. Hoje podemos ver pelo menos mais um montaria histórica dele na final da etapa, ótimos touros no sorteio. Certamente, não está acomodado com a definição do mundial, quer ainda mais”, finaliza Abner.
Por Luciana Omena
Fonte: PBR
Crédito das fotos: BullStockMedia/PBR
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