Amigos, reproduzo aqui uma parte importante de um artigo que encontrei, escrito por Gillian O’Donnell, no Portal Equisport – www.equisport.pt – uma excelente opção de conhecimento sobre cavalos. Aproveitem…
Certos treinadores antigos, muitos dos quais ainda vivem, acreditavam no castigo quando o cavalo respondia incorrectamente a um comando ou ajuda. Se o treinador tentava ensinar um cavalo a entrar a galope com a mão direita e o cavalo insistia em sair com a esquerda, era castigado com o chicote ou espora ou ambos. A escola de pensamento que prevalece hoje é a de recompensar o cavalo quando ele responde correctamente e de nada fazer quando ele não o faz, ou simplesmente dizer não ou outro sinal que lhe tenha sido ensinado e que ele entenda como desaprovação. Bater ou insultar um cavalo que está a tentar descobrir o que lhe queremos ensinar é estúpido e cruel.
Provavelmente um aspecto tão importante como o da firmeza quer na recompensa quer no castigo é o de administrar qualquer destas acções no momento imediato à execução do exercício. A sua mente funciona de um modo, que para poder relacionar as duas coisas elas não podem distanciarem-se mais de um ou no máximo dois segundos. Após este lapso de tempo não relacionará uma coisa com a outra e a recompensa ou repreensão dados não servirão para nada. Os castigos que o cavalo não entende traduzem-se num animal zangado, ressentido e no melhor dos casos não cooperante. Recompensar um cavalo passado já algum tempo de ele ter cumprido, como, por exemplo, quando sai do campo de obstáculos após uma boa prova, é demasiado tarde. Todavia, uma palavra de apreço sussurrada de cada vez que transpõe bem um obstáculo é compreendida e motivante para o cavalo porque consegue relacionar as duas coisas.
É enfurecedor ver cavaleiros a dar uma chicotada a um cavalo depois de ter feito a batida para um salto. Esta acção indica ao cavalo, sem sombra de dúvida, que ele está a actuar incorrectamente! O mesmo acontece com as pancadas na boca, as espetadelas das esporas e mesmo as violentas pancadas que lhe são infligidas nas costas pelo “assento” do cavaleiro. Qualquer acção desagradável ou dolorosa será inevitavelmente associada pelo cavalo ao acto de saltar (ou seja qual for o exercício em execução). Quando nos debruçamos sobre as técnicas utilizadas por alguns cavaleiros podemos considerar um milagre não existirem mais cavalos a recusar ou a “pegarem-se”.
As palavras-chave do ensino são: firmeza, oportunidade, repetição e a recompensa
Por: Aluisio Marins
Foto: cedida