Os membros posteriores do cavalo são a fonte de impulsão e propulsão do cavalo.
Acabamos de sediar uma clínica com o americano Jon Ensign na Universidade do Cavalo. Jon é uma das maiores revelações nos EUA como instrutor, treinador e domador de cavalos, sendo requisitado por amadores e profissionais das mais variadas modalidades equestres. A clínica na UC era voltada ao trabalho de cavalos novos, após a doma, para todas as modalidades. Estiveram na UC pessoas de todo o Brasil, praticantes de diferentes modalidades como salto, adestramento, tambor e baliza, laço, entre outras. Você deve estar perguntando como uma clínica pode ser ministrada para diferentes modalidades, ou mesmo, como um instrutor consegue dar uma clinica para diferentes propósitos ao mesmo tempo. A resposta pode parecer estranha, mas o que mais foi trabalhado nos 4 dias de curso foi a agilidade, o desenvolvimento, a flexibilidade e a leveza dos motor dos cavalos, das partes que mais interessam para que o movimento, seja ele qual for, seja cada vez melhor: os posteriores do cavalo.
Um cavalo se movimenta basicamente para os dois lados, para frente e trás, para cima e para baixo. Todos estes movimentos nascem dos posteriores, ou seja, os membros posteriores do cavalo são a fonte de impulsão e propulsão do cavalo. A partir do movimento e da agilidade dos posteriores um cavalo realiza estes movimentos. Quanto mais um cavalo se engaja pelos posteriores, entra com as patas traseiras em baixo de sua massa, tem a agilidade de também desengajar estes posteriores, ou seja, move-los lateralmente, mais leves e potentes será este cavalo. Com isso, ele fica o conhecido “leve de boca” para os amantes do passeio, ou “com a frente alta” para os amantes do salto, ou “com as paletas em pé” para os amantes do tambor, ou “no ramener” para os amantes do adestramento.
Fica um cavalo que aprende a transferir o peso da frente para trás com rapidez e agilidade, e portanto, confortável a qualquer tipo de modalidade ou esporte eqüestre. Parece impossível ou muito fora de uma realidade? Pois quem participou da clínica conferiu que os cavalos aprendem muito rapidamente a transferir este peso e a se engajarem pelos posteriores com facilidade, leveza e principalmente sem que o cavaleiro faça qualquer força ou necessite de qualquer acessório extra a não ser suas mãos.
Lembremos que o cavalo é o mesmo sempre, independentemente da modalidade que irá praticar. Quatro patas, pescoço, peso sendo transferido, e principalmente a mesma forma de aprendizado. Respeitando as modalidades, devemos lembrar que o motor do cavalo de adestramento é o mesmo do que o de rédeas, que é o mesmo do que o de laço, que é o mesmo do que o de tambor ou salto. Quando criamos nos nossos cavalos a agilidade e a alta mobilidade deste motor, criamos nos cavalos a capacidade de mexer-se com mais qualidade e precisão. Basta praticar os excelentes exercícios passados por Jon Ensign na clinica da UC, e comprovados por todos os participantes das mais diversas modalidades eqüestres. Fáceis, simples, descomplicados e principalmente focados em um horsemanship de altíssima qualidade e respeito pelos cavalos.
Por : Aluisio Marins
Foto : Cedida