Localizado na Fazenda Paissandu, Ilha de Mosqueiro, Baia do sol, em Belém (PA), o Haras Tauarí vem desde a década de 70 trabalhando na criação de cavalos. Nessa época, o criatório começou a sua trajetória com a criação de Mangalarga Paulista.
Então, após alguns anos, o Haras Tauarí se tornou incentivador da criação do cavalo Marajoara, uma raça brasileira, própria para as condições da Ilha do Marajó (PA). Contudo, após passar mais de 13 anos sem grandes contatos com equinos, o criatório retornou com a criação. Para isso, optaram pelo cavalo Árabe.
Mancio Rodrigues Lima, proprietário do haras e engenheiro mecânico formado, conta um pouco mais sobre essa história do Haras Tauarí com o cavalo Árabe, que começou com um contato após um evento da Comissão Coordenadora de Criação de Cavalo Nacional – CCCCN. “Durante um dos eventos da Semana do Cavalo, onde fui a convite do Dr. Joaquim Da Silva Nunes, tive o primeiro contato com um Puro Sangue Árabe. Eram animais levados para a exposição pela Família de Guilherme Echenique Filho, que introduziu a raça Árabe no Brasil”, explica.
Primeiro Cavalo Árabe em Belém
Dessa forma, o Haras Tauarí é o responsável por levar o primeiro exemplar da raça Árabe para a cidade paraense. “O nosso contato com dois potros de pelagem tordilha dos Echenique foi marcante. Começamos a verificar em detalhes o quanto a raça Árabe tinha a nos oferecer a nível de melhoramento no item Conformação e porque não também em beleza. Voltei de viagem totalmente envolvido com o cavalo Árabe, e trouxe para Belém o primeiro exemplar em 20 de agosto de 1978. Foi o meu primeiro Puro Sangue Árabe, era o Crystal Comet um filho de dois importados, Crystal King (Inglaterra) e Naga (Argentina). Logo após adquiri seis fêmeas excepcionais começando assim a criar o PSA”, conta Mancio.
O proprietário do Haras Tauarí conta ainda que, logo após trouxe do hipódromo Cidade Jardim, mais três éguas PSI, iniciando assim a criação do Anglo Árabe. “Com o decorrer dos anos, e motivado pelo próprio mérito da raça ÁRABE, fui me desfazendo dos outros animais e me concentrando no Árabe”.
Plantel
Atualmente, o haras conta com um plantel de 68 animais registrados. Sendo 60 Puro Sangue Árabe e oito animais Cruza Árabe. “Este plantel é constituído com material genético do que há de melhor no Brasil e porque não dizer no mundo. Com este material genético em mãos aqui na Amazônia, o cavalo Árabe tem contribuído para o melhoramento de outras raças que aqui povoam como a própria Marajoara”, destaca
Mancio ainda comenta que a presença do cavalo Árabe na Amazônia veio para comprovar a sua capacidade de produzir em todo território nacional. “Hoje você encontra excelentes exemplares de raça desde o Rio Grande do Sul, ao extremo norte do Brasil”.
Fomento
Desde o ano passado, para contribuir no fomento da raça, Mancio começou a fazer leilões virtuais, com facilidade no pagamento. “Essa iniciativa contribui no surgimento de criadores, selecionadores, iniciando assim novos núcleos”, ressalta.
Prêmio Agropará
Por fim, em 2020, Mancio Rodrigues recebeu o prêmio Prêmio Agropará, que é considerada a maior do campo no Norte e Nordeste do país, com a finalidade de dar visibilidade e reconhecimento aos produtores do estado.
O proprietário do Haras Tauarí ganhou o prêmio pela categoria ‘Equinos, Asininos e Muares’. Sendo assim, é a primeira vez que um criador da raça Árabe ganha o Prêmio Agropará.
Por Heloísa Alves
Crédito das imagens: Divulgação/Haras Tauarí