São vários os Caminhos de Santiago.
A partir da descoberta do túmulo do Santo Apóstolo, no século IX, a curiosidade encarregou-se de demarcar os diferentes caminhos que, partindo de diversos pontos da Europa, iam se formando pela sedimentação das trilhas deixadas pelos primeiros peregrinos que se dirigiam àquele Santo Lugar.
Vários daqueles que deixaram o nome na história, como Carlos Magno, El Cid, São Francisco de Assis, Fernão de Aragão e Isabel de Castela, também percorreram o Caminho. Não dispondo de outro meio de locomoção, a grande maioria se deslocava a pé, enquanto os membros da nobreza e do clero iam a cavalo. Peregrinos não menos famosos da nossa história contemporânea, como artistas, escritores, historiadores, e outros, continuam nos dias de hoje fazendo a história do Caminho.
Com tudo organizado, marquei minha primeira viagem para ano seguinte, quando percorri com minha mulher e alguns amigos, o Caminho desde Astorga, em oito dias. É o trecho que mais recomendo. Astorga é famosa pelo Castelo de Gaudi e outras obras interessantes, vale a pena. Nessa rota de dez dias, nove noites e oito dias a cavalo, merecem destaque o Castelo Templário de Ponferrada, muito bem restaurado, e a pequena vila celta O Cebreiro, um lugar especial (só conhecendo para entender).
Passado mais um ano, decidi fazer todo o Caminho Francês desde Pamplona, num total de 780 km. Convidei o amigo José Henrique Castejon, (um entusiasta das cavalgadas com seus Mangalargas) e em 17 dias fomos protagonistas da história viva de um caminho milenar.
Por Paulo Junqueira Arantes
Diretor da agência Cavalgadas Brasil