Dando continuidade à nossa serie do livro Cavalgar Nossa Paixão, destaco hoje June Sabino Hardy
Uma das personagens do livro Cavalgar Nossa Paixão, June ficou conhecida em toda Minas Gerais como criadora da Tropa da Lua. Seu capítulo está intitulado como ‘O cavalo abre as portas’. Veja a seguir!
Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agência Cavalgadas Brasil
www.cavalgadasbrasil.com.br
June Sabino
“Cavalgar é minha paixão porque o cavalo abre as portas. Onde quer que a gente apareça a cavalo, somos sempre bem recebidos. Acho que o cavalo é como a música: linguagem universal!”
Tudo parecia, a princípio, afastar June do ambiente rural e do contato com os cavalos. Não só a vida urbana, como também a profissão de assistente social, especializada em dependência química. E ainda o motociclismo, esporte de primeiro momento.
Além disso, existiam o universo dos esportes e o das letras. Ambos trazidos para dentro de casa pelo pai e pelo tio, Gerson e Fernando Sabino, respectivamente, que não deixavam de exercer fortes atrações e influências.
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Entre o seu cavalo de infância, de nome Campeão, e a marcante égua Dayse, passaram-se muitos anos antes de June poder colocar o assunto ‘cavalo’ na sua vida de forma permanente. Contudo, não foi por falta de vontade, já que, como ela mesma ressalta, “o cavalo é o meu ponto de equilíbrio em qualquer trabalho.”
Mudança
June teve sua vida reinventada e ditada por sua paixão por cavalos. Há quinze anos, após ganhar de um casal de amigos a égua Mangalarga Machador Dayse, iniciou – junto com um grupo de amigos – vários programas de cavalgadas pelas regiões próximas a Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte.
Posteriormente, de uma cavalgada noturna, que lembra de forma especial, quando perdeu o medo de andar à noite, surgiu a Tropa da Lua. Com a Tropa da Lua, grupo de cavalgada coordenado por ela, começou a percorrer a cavalo as trilhas de Minas Gerais, descobrindo regiões cheias de belezas naturais e culturais.
Além disso, do destino mais frequente da Tropa da Lua, Ouro Preto, a todos os outros, sempre agrega na programação atividades culturais com a exploração das atividades artesanais, musicais e gastronômicas locais. “Viagens a cavalo me interessam desde que eu possa agregar a elas outros valores. Acho que o cavalo é como a música: linguagem universal”.
Decerto, sobre viagens a cavalo, afirma que é uma oportunidade de estreitar os laços com os animais: “Muita gente ainda não descobriu isso – o cavalo é um professor exemplar, vive nos ensinando coisas. E, durante uma cavalgada, aprendemos lições que nos acompanham pela vida, respeito ao animal e ao ritmo dos companheiros, conhecimento e respeito pelos nossos limites, tudo isso agregado à alegria de viver e ter o privilégio de poder cavalgar”.
“Nas viagens a cavalo tudo é feito com calma, parece que o tempo rende mais e está a nosso dispor. Temos mais oportunidades de apreciar o belo sem corria. Além do mais, enquanto o cavalo caminha para a frente, podemos olhar para trás ou ao redor. Ele vai nos conduzir do mesmo jeito. Esse movimento é impossível estando de carro ou de moto (falo por experiência própria).”
Experiências
Foi durante uma dessas jornadas que constatou que “o cavalo confiar naquele que monta é muito mais emocionante do que o cavaleiro confiar no cavalo”. E chegou a essa constatação ao vivenciar com seu cavalo atual, Parlamento, uma experiência marcante.
No meio de um trajeto difícil pela região conhecida como Topo do Mundo (Brumadinho/MG), havia uma vala na qual o cavalo deveria pular para dentro, sozinho e livre, e seguir por ela por um tempo sem o cavaleiro montado.
“Parlamento foi posicionado e instigado por três vezes a concluir a tarefa, como um cavalo. Passei à frente dele, pulei dentro do buraco e, um pouco adiante, bati na minha perna e falei para ele: ‘Parlamento, pode vir!’ Ele pulou e me seguiu. Fiquei emocionada com o resultado”.
Com toda essa bagagem, ao ser perguntada sobre o que diria para as pessoas que ainda não viajaram a cavalo, fala que costuma dizer: “Tirem o pé do chão e o coloquem no estribo!”.
E não faltam motivos nem destinos para ela continuar com os pés nos estribos. Tantos lugares no Brasil, como Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás e São Paulo. Quanto no exterior, como Chile, Argentina, Itália, França, Alemanha e Estados Unidos, são territórios de desejos para serem desvendados em cima de cavalos.
Mas, apesar de ser em Minas que acontece a maior parte de suas viagens, esse estado continua sendo uma fonte de interesse, descobertas e diversão a cada viagem.
Texto do livro ‘Cavalgar Nossa Paixão’ – edição 2017
Editora EquusBrasil – www.equusbrasil.com.br
Fotos: Cedidas