Safari no Zimbábue – Parte 2

Em sua coluna da semana, Paulo Junqueira continua sua viagem pelo Zimbábue, na segunda parte desse relato

Antes de mais nada, logo depois de cavalgar no norte do Zimbábue, cruzamos o País de carro. Foram cerca de 750 km até chegarmos ao Parque Nacional Hwange. Sem dúvida, um local para entrar na lista de qualquer amante de safaris.

Do tamanho da metade Bélgica – 14.600 km² -, ele tem uma das maiores diversidades de mamíferos dentre os parques nacionais do mundo. De tal forma que inclui cerca de 50.000 elefantes e uma das maiores populações de cães selvagens ameaçados de extinção.

A grande variedade de paisagens e terrenos significa que uma série de espécies diferentes habitam o Parque Nacional Hwange. Acima de tudo, local composto por áreas de savana aberta, mata nativa densa intocada.

Ademais, o Parque Nacional Hwange no Zimbábue fica entre dois rios famosos – o Zambeze e o Limpopo. Além disso, tem uma variedade de vida selvagem fascinante, incluindo os famosos ‘Big 5’ e mais de 100 espécies de mamíferos.

Paulo Junqueira continua sua viagem pelo Zimbábue, na segunda parte desse relato; elefantes, caçadores clandestinos; raça sul-africana

Cavalgada em trilhas abertas por elefantes nessa parte do Zimbábue

Nossa cavalgada foi na maioria do tempo em trilhas abertas por elefantes. Um terreno típico da região com areias do Kalahari e bosques de teca e acácia. Muitas dessas trilhas eram acidentadas e difíceis. Fato que ofereceu, com toda a certeza, uma experiência desafiadora de equitação.

Nessa cavalgada, mais do que nunca, tínhamos que confiar na segurança de nosso cavalo. Assim cruzamos muitos poços de água que atraem a vida selvagem. Também permitiram que víssemos interações brilhantes. Nos campos abertos aproveitamos para fazer bons e emocionantes galopes.

Na maioria dos dias, nossa parada para o lanche de almoço (levado no alforje) foi em algum kopje (rochas ou montanhas isoladas) que servem como mirantes naturais.

Não tínhamos roteiro definido para cada dia. A programação dependia do que nos chegava de informação durante a noite. Ou seja, quais rastros de animais encontramos e como estavam as condições do tempo.

Paulo Junqueira continua sua viagem pelo Zimbábue, na segunda parte desse relato; elefantes, caçadores clandestinos; raça sul-africana

Boerperd – raça sul-africana

Janine Varden – você saberá mais sobre ela lendo a parte 1 dessa viagem – foi quem selecionou e treinou os cavalos que usamos. Uma raça escolhida por sua adequação ao trabalho, habilidades e temperamento.

Cada cavalo é muito especial para ela. Não são apenas o aspecto central do trabalho, mas também parte da família. Meu cavalo, o Bump, um Boerperd, justificou a fama dessa raça sul-africana.

Como na maioria dos safaris na África, neste também montei numa sela McClellan sul-africana feita à mão. Projetadas especialmente para trilha, são muito confortáveis para a maioria dos cavalos e também para cavaleiros por longas horas na sela.

Caçadores clandestinos – Poachers

Um problema sério em toda África é a caça ilegal, principalmente de rinocerontes e elefantes. Só para ilustrar, eu já acompanhei trabalhos de proteção em outros safaris.

No Hwange Park o problema apresenta maiores dificuldades devido a limitação de recursos frente ao tamanho do parque e grande quantidade de elefantes. Em todos safaris na África sempre nossos guias estão armados, com revolver, pistola e/ou espingarda.

Mas, desta vez, o guia do Hwange que nos acompanhou estava armado com uma metralhadora (vide foto) e explicou que tomou essa medida por conta da possibilidade de encontrar caçadores clandestinos (poachers).

Paulo Junqueira continua sua viagem pelo Zimbábue, na segunda parte desse relato; elefantes, caçadores clandestinos; raça sul-africana

Acampamento

Nosso acampamento de tendas em estilo safari tradicional era semimóvel. Mudamos de local a cada dia. Não havia eletricidade no acampamento, mas tínhamos água quente para o banho com os chuveiros de balde. Água aquecida na fogueira.

 Por Paulo Junqueira Arantes
Cavaleiro profissional e Diretor da agência Cavalgadas Brasil
www.cavalgadasbrasil.com.br

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