Tempo seco exige atenção redobrada com a hidratação dos cavalos

Falta de água pode acarretar diversas doenças no animal, entre elas a temida cólica intestinal

Já era esperado que teríamos um inverno seco, sem muitas chuvas, mas este ano, a estiagem já está chamando a atenção dos brasileiros. Entre os criadores de cavalos, a grande preocupação é com relação a hidratação dos equinos, afinal, a desidratação deles acarreta em muitas doenças, inclusive queda de desempenho atlético. Por isso, todo o cuidado com a hidratação é pouco para garantir a saúde dos cavalos.

Segundo o médico veterinário Thiago Nitta, um dos aspectos mais importante que envolve a hidratação é a relação dela com o sistema gastrointestinal do cavalo. “Os cavalos são animais muito susceptíveis às cólicas, que por sua vez tem uma relação direta com a questão hídrica. Por isso, a hidratação do intestino dele se faz tão necessária, afinal, bolo fecal seco, acarreta na dificuldade do trânsito intestinal, causando as temidas cólicas”, ressalta.

Em condições normais de saúde e em repouso, um cavalo consome cerca de 45 litros de água por dia, podendo variar de acordo com a alimentação, temperatura e condições ambientais. A quantidade de água necessária para o processo digestivo é de 2,5 a 5 litros por quilo de alimento seco.

Como fazer o cavalo beber água?

A melhor saída para garantir a qualidade hídrica dos cavalos é manter à disposição água em abundância e de qualidade. A temperatura dela deve oscilar entre 10° C e 14° C. Além disso, também é essencial se certificar de que a higiene dos bebedouros seja adequada, para evitar possíveis doenças.

Outra forma de melhorar a ingestão de água do cavalo é deixar à disposição sal mineral. “Ele estimula do consumo de água e é auto limitante, ou seja, se o cavalo estiver satisfeito, ele para de comer”, afirma.

Outro ponto importante e que merece atenção é a relação dos sais minerais e líquidos. “Eu costumo oferecer eletrolíticos em forma de gel para repor os sais minerais e melhorar a recuperação do animal”, explica.

Alguns criadores costumam umedecer o feno antes de oferecer ao cavalo, e para o veterinário essa é uma técnica que não traz muita vantagem. “Se a qualidade do alimento é ruim, umidificar não vai fazer ele se tornar melhor. A técnica diminui apenas o pó, não o torna mais nutricional”, explica.

Como perceber se o cavalo está desidratado?

A desidratação pode ser classificada em graus e porcentagem de déficit hídrico. Nos casos menos graves, apenas um médico veterinário é capaz de diagnostica-la e também de intervir. Nos casos mais graves é notório que o animal fique mais apático ou até mesmo apresente mucosas ressecadas. As mucosas de um animal saudável e bem hidratado devem ser úmidas. Se estiverem secas, sinal que o cavalo está desidratado.

Mas acima de tudo, o mais importante é saber a origem da desidratação. Animais sem exposição a doença ou até mesmo sem situação que levem grandes perdas de liquido, a ingestão voluntaria de água é suficiente para repor o déficit.

“Assim como nos humanos, os cavalos também precisam de hidratação para se manter saudável. São cuidados simples, mas muito importantes e que merecem a atenção do criador”, finaliza o veterinário Thiago Nitta.

Por: Thiago Nitta – Médico veterinário e juiz de provas da ABQM

Fotos: Pixabay

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