ARC Mercosul estima que até 2,5 milhões de toneladas de milho deixarão de serem esmagadas
A oferta de milho está sendo inflada para estes próximos meses nos Estados Unidos, o que pode gerar quedas nos preços do grão no Brasil. A análise é da Consultoria ARC Mercosul, que projeta que o produto norte-americano se tornaria mais ‘barato’ para ser exportado com o excedente de disponibilidade naquele país.
“O mercado de petróleo nos Estados Unidos presenciou um colapso diante da quarentena ordenada. Desasa forma, limitando o uso de combustíveis em zonas urbanas. A determinação cortou o consumo de gasolina no país em 40%. O que causou a queda agressiva na lucratividade das usinas de etanol no país. A ARC lembra que a mistura de etanol em gasolina é obrigatória na ordem de 10%, pelo menos”, explicam os analistas.
A equipe de análise da ARC Mercosul estima que algo entre 2 a 2,5 milhões de toneladas de milho deixarão de serem esmagadas por mês nos Estados Unidos. “A deterioração da demanda doméstica (norte-americana) pelo cereal está colocando um enorme peso sobre as cotações em Chicago. As quais também são pressionadas pela relativa queda nos preços do petróleo internacional”.
Demanda Interna Brasil
A T&F Consultoria Agroeconômica, por outro lado, projeta a volta do consumo de etanol e de carnes tão logo passe esta fase de isolamento em função da pandemia de COVID-19. Assim sendo, provocando também a demanda de milho.
“Certamente os preços irão subir novamente, muito provavelmente acima de R$ 60,00, no mercado de lotes e algo R$ 54,00/55 para os agricultores do Sul do país ou seus equivalentes nos demais estados, até para dar alguma rentabilidade à Safrinha, cujos custos de produção devem subir cerca de 33%, segundo o Deral-PR para algo ao redor de R$ 43,75/saca, para uma lavoura que tenha colhido a média de 80 sacas/hectare. Tudo o que se colher a mais é lucro”, concluem os analistas da T&F.
Até então, preço está em alta
A oferta restrita e a necessidade de reposição de estoques no curto prazo continuam elevando os preços do milho no Brasil, de acordo com pesquisas do Cepea. A intensidade desse movimento de alta, no entanto, diminuiu um pouco em algumas regiões, sendo que, em outras, a variação chegou a ser negativa.
Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa atingiu a casa dos R$ 60,00/saca de 60 kg no início da semana passada, renovando as máximas nominais da série histórica, mas voltou a se enfraquecer nos dias seguintes. A pressão veio da retração de parte dos compradores consultados pelo Cepea, especialmente no meio da semana, contexto que limitou a liquidez em muitas praças.
Diante dos elevados patamares do milho, demandantes, quando possível, passam a adquirir produtos substitutos, como o sorgo. Vendedores consultados pelo Cepea, por sua vez, estão atentos ao desenvolvimento das lavouras, disponibilizando apenas lotes pontuais no spot. Entre 27 de março e 3 de abril, o Indicador caiu 1,6%, fechando a R$ 58,49/saca de 60 kg na sexta-feira, 3.
Fonte: Agrolink |Esalq
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