O Grupo de Trabalho de Sanidade Animal da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) discutiu recentemente sobre o método de diagnóstico do mormo (Burkholderia mallei) em equídeos.
Antes de mais nada vale ressaltar que a doença é transmitida por secreções nasais, orais, oculares, fezes e urina de animais infectados. Além disso, acontece casos de transmissão ao homem e a outros animais.
De acordo com a coordenadora de Produção Animal da CNA, Lilian Figueiredo, para o setor produtivo o grande problema é que o método de diagnóstico da doença adotado, atualmente, não dá confiança. “Não sabemos se, de fato, o animal realmente é positivo para a enfermidade e deve ser sacrificado. Por isso, é necessária uma revisão do programa e novos estudos sobre o tema”.
Nesse sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desenvolve o Programa Nacional de Sanidade de Equídeos (PNSE). Sobretudo, o programa prevê ações de prevenção, controle e erradicação desse tipo de doença.
“A política pública do Mapa segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O diagnóstico é feito por meio de dois tipos de exames sorológicos. Em que o material passa por um teste de triagem para saber se o animal é soro reagente”, afirmou a médica veterinária e responsável pelo PNSE, Eliana Lara.
Medidas da Embrapa
A Embrapa Gado de Corte também tem feito trabalhos relacionados ao mormo. A ideia é fortalecer o protocolo de diagnóstico da doença no Brasil. Segundo o pesquisador Flabio Araújo, os estudos envolvem a infecção experimental de equinos com a Burkholderia mallei para montar um banco de soros dos animais infectados desde o dia zero da infecção.
“Também estamos com planos de trabalho para caracterizar os genomas e proteomas de cepas autóctones de B. mallei isoladas no Brasil. Com esses estudos será possível verificar a transmissão entre propriedades”, disse.
Flabio Araújo argumentou ainda que a Embrapa também está trabalhando com um teste sorológico rápido para a doença.
Segurança no diagnóstico
Na avaliação do presidente da Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, os criadores precisam de uma forma segura de diagnosticar se o animal está infectado ou não.
“Precisamos de um protocolo seguro, que evite o sacrifício de animais e não traga prejuízos genéticos e econômicos. É um assunto sério e importante para a economia rural brasileira. Por isso, coloco-me à disposição para colaborar no que for preciso e ajudar o poder público a encontrar uma resposta funcional para o tema.”
Por fim, vale destacar que a CNA é uma das entidades que participam da rede de Colaboração do PNSE. Assim, enviará ao Mapa sugestões de melhorias para o Programa, ainda de acordo com Lilian Figueiredo.
Fonte: Agrolink
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