Uma nova regra da Federação Equestre internacional (FEI) tem gerado polêmica e dúvidas. Afinal, a partir de agora está proibido aparar os bigodes do cavalo. Ou seja, as vibrissas faciais, que são os pelos do focinho, que possuem função sensorial.
De acordo com a FEI, a comissão veterinária acredita que tais estruturas não devem ser retiradas, já que poderia interferir nas habilidades sensoriais do animal. Dessa forma, essa decisão saiu após votação unânime entre os especialistas.
Como resultado, a regra define que não será permitido para as competições oficiais da FEI nenhum animal que “estiver com suas vibrissas aparadas ou raspadas. A não ser por indicação veterinária com o objetivo de prevenir a dor ou desconforto”.
Além disso, a FEI informou que os pelos das orelhas não são considerados sensoriais. E que nenhum problema foi relatado em relação ao pelos sensoriais ao redor dos olhos de cavalos de atrelagem se prenderem aos antolhos/arreios utilizados.
A pena de desqualificação de animais com vibrissas aparadas, raspadas ou ausentes foi adicionada as regras da FEI, mais especificamente no Artigo 1004.1, com a finalidade de retificar está nova ordem.
Concordância com as federações nacionais
Essa mudança na FEI irá se alinhar com diversas federações nacionais nas quais a proibição da retirada dos pelos sensoriais já está em vigor e que, em alguns casos, resultaram em penas severas.
França, Alemanha e Suíça são alguns dos países que defendem a punição da retirada de vibrissas e/ou pelos das orelhas e, em alguns locais, essas regras estão presentes nas leis de bem estar animal nacionais, enquanto em outros estão apenas no regulamento das federações.
A regra entra em vigor a partir de 1º de julho de 2021
Aparar o bigode do cavalo faz mal?
Muitos especialistas acreditam que remover os longos pelos faciais não é o ideal e só tem finalidade estética. Afinal, os pelos ajudam os cavalos a “ver” o ambiente próximo pode privá-los de um mecanismo de segurança e possivelmente fazer com que se sintam desorientado.
Sendo assim, a regra da FEI constitui um movimento importante para salvaguardar o bem-estar dos equinos, de acordo com pesquisadores veterinários e líderes da indústria.
“A iniciativa da FEI de proibir o corte de bigodes equinos deve ser aplaudida”, disse Roly Owers, MRCVS, CEO da World Horse Welfare, em Norfolk, Reino Unido, uma instituição de caridade internacional que tem parceria com a FEI em questões de bem-estar por mais de 30 anos. “Bigodes, ou vibrissas, desempenham um papel sensorial importante na proteção do focinho e olhos do cavalo e, portanto, removê-los porque parece limpo é completamente injustificável.”
Os cavalos parecem confiar nos pelos sensoriais para julgar o quão perto suas cabeças estão dos objetos, especialmente quando estão tão perto que não conseguem ver na frente de seus narizes, já que seus olhos estão nas laterais de suas cabeças, disse Machteld van Dierendonck , PhD, associado à Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Utrecht, Holanda.
Por Equipe Cavalus
Colaboração: Hélio Itapema
Crédito da foto: Divulgação
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