Conheça a história da competidora Roberta Melo de Moraes

A alagoana foi a primeira mulher no Nordeste do país a competir em uma prova oficial de Três Tambores pela ABQM

A advogada Roberta Melo de Moraes, mais conhecida como Beta Moraes, nasceu em Maceió, no estado de Alagoas. Durante sua infância, viveu em uma fazenda rodeada pelo trabalho de desenvolvimento genético realizado pelo seu pai, Carlos Moraes. Ele é um conhecedor da raça Nelore e apaixonado pela versatilidade da raça Quarto de Milha.

Seu primeiro contato com os cavalos se confunde diretamente com sua existência. Afinal, foi ao lado do seu irmão, Rodolpho Moraes (que já foi campeão nacional nas modalidades Tambor, Baliza e Vaquejada) que Roberta cresceu em meio a julgamentos da Raça Nelore e disputas acirradas das provas de Trabalho do Quarto de Milha.

Aos seis anos de idade, ela não entendia o porquê de somente terem homens competindo nas provas de Tambor e Baliza. Mas, incentivada por seu pai, Roberta entrou nas pistas para competir por igual em categorias Abertas.

Dessa forma, ela foi a primeira menina no Nordeste a disputar uma prova oficial dos Três Tambores da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Quarto de Milha (ABQM). Isso aconteceu no ano de 1987, na tradicional Exposição Nordestina do Parque dos Cordeiros em Recife/PE. Foi representando o símbolo do Haras Porto Rico que ela conquistou suas vitórias.

Roberta Melo de Moraes e Carlos Moraes

Mas ela não só entrou para competir, entrou para fazer história, tendo sido campeã Norte/Nordeste por várias vezes em categorias disputadas, exclusivamente, por homens. Foi assim, discretamente, que ela chegou em uma prova, causando curiosidade nos competidores e depois surpreendendo-os.

Afinal, ela demonstrou em pista passagens de técnicas sutis e de cronômetro rápido, deixando para trás amigos, primos e, principalmente, preconceitos machistas ainda presentes na sociedade.

Ensinamentos de Roberta

Foi com discrição e feminilidade que Roberta conquistou vários prêmios, mas sem amais ter esquecido a garra, concentração e explosão no coração aos entrar na pistas. Tudo que aprendeu com a modalidade, ela faz questão de passar aos filhos, Alice, de seis anos, e Artur, de dois anos.

“Incentivo meus filhos nos esportes equestres porque foi competindo em pistas pesadas, acirradas, que aprendi a controlar ansiedade, a vencer com discrição e respeitar os adversários. Mas, principalmente, a perder com elegância. Todos esses são fenômenos que nos deparamos constantemente na vida adulta, então ensino desde cedo à Alice e ao Arturzinho (assim como no Tambor) a girar e contornar bem rápido porque a vida não espera muito”.

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A alagoana, ao lado de sua grande amiga e irmã Erika Moraes, mais conhecida como Kinha, cria éguas Quarto de Milha da Linhagem de Trabalho, desenvolvendo cruzamentos sempre com cavalos pontuados e sob a força da paixão que move toda a família Moraes. “Está batendo inquietude em voltar a competir, mas dessa vez, retornarei ao lado de meus filhos Alice e Artur”, finaliza.  

Fonte: Editora Passos
Crédito das fotos:  Arquivo Pessoal/Roberta Melo de Moraes