Pioneiro em vender bonés e camisas no segmento country, o empresário Pedro Radade, que tem mais de 25 anos no ramo, fala de sua trajetória
Pedro Evangelista dos Santos, 63, natural de Inajá/PR, reside hoje em Nova Esperança, também no Paraná. Mais conhecido como Pedro Radade, ele é proprietário da Radade, confecção que produz roupas há mais 25 anos para ‘o povo apaixonado pelo rodeio e por cavalos’, como ele sempre faz questão de frisar.
O nome da marca, Radade, foi criado para homenagear a família, os filhos Rafael, Daniele e Denise. E as peças, acima de tudo, são planejas por quem entende do meio e é, da mesma forma, um apaixonado por rodeio e cavalos como seus clientes. Conversamos com Pedro Radade para conhecer sua trajetória, confira!
História
“A minha historia começa com a minha paixão pelo rodeio. Sempre fui apaixonado por rodeio e pela cultura sertaneja. Eu tinha uma pequena empresa que fazia brindes – chaveiros, réguas, folhinha, bonés promocionais. As pessoas curtiam meus bonés e percebi, naquela época, 25 anos atrás, que a moda country não era muito divulgada. Os artistas sertanejos tinham pouco espaço em rádio FM.
Portanto, foi daí que veio a ideia de abrir uma empresa de roupa para colocar a moda para o povo que gosta do rodeio. Fui a primeira marca a acreditar nesse seguimento, em 1994. No começo eram apenas os bonés e eu ia às festas para vender. Foi sucesso logo de cara e eles, o público do rodeio universitário, ajudaram muito a levantar o nome da minha marca. Como sou do Paraná, ia muito nas festas de Maringá, que tinha muito universitário. Gente de Presidente Prudente e até Mato Grosso”.
Evolução
“A evolução da marca, acredito que se deu porque os meus bonés tinham um estilo americano. Era o único produto desse tipo no Brasil, não tínhamos concorrentes. Todo mundo gostava muito e caiu logo ‘na boca do povo’. O boca-a-boca foi poderoso para dar esse ponta pé inicial e promover a evolução da Radade. Lembro que fiz uns bonés com estampa xadrez que ficaram famosos.
E foi assim que essa evolução se deu. Todo mundo no segmento country, dos rodeios, conhecia a minha marca. Inegavelmente, comecei a fazer amizade com os tropeiros, os peões e estabeleci uma estratégia de marketing que era o patrocínio desses profissionais. Comecei a patrocinar peões e para isso desenvolvi as camisas. E hoje temos em nosso portfólio camisa, calça, boné, roupa feminina e mais uma gama de produtos. A Radade, Graças a Deus, é bem consolidada”.
Vôos altos
“Penso também que a evolução da marca aconteceu porque eu sempre fui um cara sonhador. Dessa forma, parti para os Estados Unidos, na época não tinha whatsapp, não tinha essa modernização na internet, então a gente tinha que ir até lá. Para ver tudo de perto e buscar novidades. Então, desde 1996 eu vou todos os anos aos Estados Unidos. Não só para ver o que acontece em torno dos rodeios, bem como participar de feiras. Foi assim que alcançamos melhorias a cada ano com os nossos produtos. Buscando nos basear no estilo que seja compatível com os americanos”.
Futuro
“Falar do futuro no momento é um pouco complicado, porque essa pandemia mudou a vida de todos. Principalmente, se pensarmos que o futuro é agora. Temos que viver bem agora. Estamos mantendo nossos projetos, sempre acreditando, vivendo da forma que podemos com a situação do mercado atual.
Embora a maior parte das coisas esteja parada. Mas acredito que depois dessa pandemia tudo vai mudar. Haverá uma valorização dos produtos nacionais, por exemplo. Por isso, precisamos nos manter otimistas, acreditar em Deus. E empre levantar de manhã pensando em novos projetos, mesmo que as coisas estejam difíceis”.
Adaptação
“Somos do rodeio e com tudo isso vejo as lives- rodeios em formato online, sem público – algo bastante positivo. É uma forma, de nesse momento que o mundo está passando, de podemos divulgar o nosso esporte, que é o rodeio. Achei esse formato que encontraram muito interessante e legal. E vai ser assim a partir de agora, temos que recriar e nos reinventar. Tudo é valido e as lives são um ótimo produto atual, alcança um bom público.
Nos Estados Unidos tem gente fazendo prova em casa, na fazenda, cronometrando e passando seu tempo para as associações. Vi acontecer no Tambor e no Team Roping. E as associações estão computando e classificando as pessoas para algumas finais nesse formato à distância. Alternativas precisam surgir, pois é imperativo que evitemos as aglomerações. É tocar o barco pra frente, esperar que Deus nos ilumine e que o homem consiga fazer essa tão esperada vacina para que acabe esse mal”.
Sobretudo, penso que sim, as empresas do meio, como nós da Radade, temos que acreditar, apoiar e patrocinar esse formato de rodeio em live. É a forma hoje de deixar a nossa marca fique em evidencia, não podemos ficar escondido e sumir do mercado. Além disso, o apoio da empresas fortalece o esporte, que é de onde a gente tira o nosso ganha-pão.”
Por Luciana Omena
Colaboração: Carla Prado
Crédito das fotos: Divulgação
Veja outras notícias no portal Cavalus