Desde que o mundo é mundo, o cavalo é usado em combate. Não é diferente no Exército Brasileiro, e por isso, se faz necessário um corpo de Medicina Veterinária
Centenária, a Medicina Veterinária Militar atrai jovens no país inteiro. Para veterinários, sobretudo, há possibilidade de ingressar no Exército Brasileiro mediante realização de concurso público de âmbito nacional. A formação é realizada na Escola de Formação Complementar do Exército. Em seguida, é possível atuar em uma das áreas – como canil, cavalaria, biossegurança e inspeção de alimentos – em 12 regiões onde as forças armadas atuam.
Origem
Para que você entenda melhor, é importante saber que sistematizada como ciência na França, no Século 18 (1762), a Medicina Veterinária tem origem militar ainda na antiguidade. Surgiu, portanto, nos exércitos de modo empírico, a fim de tratar os cavalos de batalha. Sem dúvida, eram animais que proporcionavam maior mobilidade aos exércitos ao transportar armas e suprimentos. Além disso, tinham impressionante poder de choque.
Considerada a segunda arma mais antiga, criada após infantaria, a cavalaria é registrada em relevos assírios dois mil anos antes de Cristo. Sobreviveu até a Segunda Guerra Mundial como parte de alguns exércitos. Alguns animais ficaram tão famosos que os seus nomes são reconhecidos até hoje. Inclusive, já contamos aqui no portal Cavalus algumas dessas histórias. No Século 20, antes de mais nada, a arma de cavalaria se modernizou. Os cavalos foram substituídos por carros de combate, por exemplo. O uso dos cavalos nas Forças Armadas, então, mudou de função.
Do mesmo modo, que a Medicina Veterinária Militar. Ela se expandiu além do trato de cavalos. Os animais são usados hoje em ocasiões solenes por exércitos. Ou no policiamento urbano pelas polícias montadas. Dessa forma, o conceito de Saúde Única (saúde animal, saúde humana e saúde ambiental) tem se fortalecido entre os militares.
Atuação da Medicina Veterinária Militar
O profissional de Medicina Veterinária que ingressa no Exército Brasileiro, por exemplo, tem oportunidade de trabalhar em canis, cavalarias, inspeção de alimentos e biossegurança. Por outro lado, também pode atuar em fazenda de bovinos ou até mesmo com animais silvestres em três das unidades da instituição. Aliás, o Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em Manaus/AM, é considerado o maior zoológico militar do mundo.
No Brasil, a Medicina Veterinária Militar surgiu no Século 19. Dom João, o Príncipe Regente, convidou João Batista Moncouet para integrar a corte. No Rio de Janeiro, ele passou a cuidar das montarias. Na primeira década do Século 20, o Capitão médico do Exército Brasileiro João Muniz Barreto de Aragão, se destacou investigando doenças bacterianas. Em especial o mormo, que causava morte em equídeos militares.
O militar baiano, portanto, ficou responsável por cuidar de uma nova política pública. Implementou a primeira escola de medicina veterinária, com o apoio de missão de especialistas militares vindos da França. Dessa maneira, organizou ainda o Serviço de Defesa Animal, futuro Ministério da Agricultura.
Hoje, segundo dados do Ministério da Defesa, há um efetivo de 240 médicos-veterinários militares no Exército. De tal forma que estão distribuídos em 12 Regiões Militares. Ao passarem para a reserva, entretanto, podem ser mobilizados para o serviço ativo, até cinco anos após o ingresso na inatividade. Na Aeronáutica são 25 médicos-veterinários do Quadro de Oficiais Convocados. Em relação ao quantitativo de cavalos, o Exército possui hoje 2.048 equinos em todo o território nacional.
Como ingressar
De acordo com a Escola de Administração do Exército, servir ao Brasil como militar é o sonho de muitos profissionais de saúde. Em alguns concursos, a procura passa de uma centena de inscritos por vaga. Para ingressar no Exército, Marinha, Aeronáutica ou Polícia Militar, o candidato deve ser aprovado em seleção regional ou em concurso público.
Então, há duas formas de ingresso no Exército para o profissional de Medicina Veterinária. A primeira é semelhante à Marinha e à Aeronáutica: por meio de seleção regional de uma das 12 Regiões Militares do Brasil. Há, sobretudo, a possibilidade de servir até oito anos como temporário. A outra é por Concurso para a admissão ao Curso de Formação de Oficiais do Quadro Complementar, que é nacional e para ambos os sexo.
Nessa modalidade, o médico-veterinário se torna militar de carreira, podendo alcançar o posto de Coronel, permanecendo até ir para a reserva. No momento de ser designado para servir, o melhor colocado durante as diversas provas ao longo do curso, tem a prioridade de escolha entre os locais disponibilizados conforme a necessidade do Exército.
Saiba mais: http://www.eb.mil.br/ | https://www.fab.mil.br/index.php | http://www.esfcex.eb.mil.br/.
Fonte: Exército Brasileiro, Escola de Formação Complementar do Exército
Crédito das fotos: Divulgação/Exército Brasileiro
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